amamentacao e trabalho aO leite materno é o alimento mais importante para o bebê durante os seus primeiros meses de vida. E, por isso, foi criada a Semana Mundial da Amamentação, uma iniciativa que envolve organizações de 120 países (incluindo Organização Mundial de Saúde, Unicef, Secretarias de Saúde Estaduais e Municipais, Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano, Hospitais Amigos da Criança, Sociedades de Classe, ONGs, entre outras).

Em 2015, o tema é “Amamentar e trabalhar: vamos tornar possível”. Os principais objetivos desta campanha são: conectar os esforços de todos os setores, para que permitam às mulheres trabalhar e amamentar em todos os lugares e países; desenvolver ações, por parte dos empregadores, apoiando a família e mães, e incentivar ativamente as mães que trabalham para continuar a amamentar pelo máximo de tempo possível; relatar os mais recentes avanços na proteção e defesa dos direitos da maternidade em todo o mundo e criar a consciência sobre a necessidade de reforçar a legislação nacional para facilitar as condições de amamentação para a mulher que trabalha.

Para saber ainda mais sobre a importância do aleitamento materno, confira a entrevista com Regina Reinaldin, enfermeira da coordenação nacional da Pastoral da Criança e integrante do Comitê do Aleitamento Materno e Alimentação Complementar Saudável (COAMACS), em Curitiba.

Viva a VidaPrograma de rádio Viva a Vida
Programa de Rádio 1243 - 27/07/2015 - Semana Mundial da Amamentação


Esta entrevista é parte do Programa de Rádio Viva a Vida da Pastoral da Criança.
Ouça o programa de 15 minutos na íntegra

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Regina, na sua opinião, é possível amamentar e trabalhar?

Sim, com certeza é possível. E podemos ver, na prática, que cresce a cada dia o número de mães trabalhadoras que se conscientizam sobre a importância da amamentação exclusiva. Quando a licença-maternidade é de seis meses, fica mais fácil para a mulher. Mas, quando a licença é de quatro meses e o bebê vai para a creche, berçário ou casa de algum parente, existem meios da mulher extrair o leite de peito e deixar para que seja dado ao bebê enquanto ela estiver fora.

O que a mãe que trabalha fora pode fazer para se preparar e garantir que a amamentação do bebê não seja interrompida?

Se a mãe já sabe o dia que deve voltar ao trabalho, a dica é começar ordenhar o leite materno 15 dias antes do retorno, para ter um estoque para o período inicial de ausência. O melhor é retirar o leite excedente após as mamadas, ou aguardar uma hora e meia depois que o bebê for amamentado. A mãe deve procurar um local agradável, lavar as mãos, prender os cabelos e evitar falar enquanto tira o leite.

Antes da mãe voltar ao trabalho, ela pode tentar combinar um horário de expediente flexível. Ou, se a profissão permite, fazer parte da jornada de trabalho em casa. Há empresas que têm creche própria e, no horário das mamadas, a mãe se ausenta do trabalho e vai amamentar o bebê. Outra opção seria alguém levar o bebê ao encontro da mãe para ser amamentado durante o dia. Vale lembrar que toda mãe que trabalha deve ser informada sobre os intervalos de amamentação determinados pela lei trabalhista, que são dois descansos de meia hora.

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 Regina Reinaldin - Enfermeira da Pastoral da Criança

Como a mulher deve fazer para armazenar o leite materno?

É muito fácil. A mulher pode optar por uma extração manual ou usar uma bomba extratora, que é vendida nas farmácias e não é muito cara. O pote que a mulher vai guardar o leite deve ser um recipiente de vidro com tampa e esterelizado. Deve retirar o leite e colocá-lo no pote. Se ela faz a retirada em casa, basta colocar no congelador da geladeira. Se ela retirou o leite no trabalho, deve guardar em uma geladeira e, assim que chegar em casa, colocar no congelador. No dia de dar esse leite ao bebê, a pessoa que for dar deve descongelar em temperatura ambiente e oferecer ao bebê no período em que a mãe estiver fora.

Leia a entrevista na íntegra: 1243 - Semana Mundial de Amamentação (.PDF)

Saiba mais: Introdução de novos alimentos

 

Semana Mundial da Amamentação 2015

O mês de agosto será especial para organizações que atuam pela amamentação. O “Agosto Dourado” – lembrando a referência do Outubro Rosa, contra o câncer de mama, e o Novembro Azul, pela prevenção do câncer de próstata – quer lembrar que a amamentação “vale ouro”, e conscientizar a população mundial dos benefícios e da importância do aleitamento materno. Ações específicas devem acontecer entre os dias 1 e 7 de agosto, quando ocorre a Semana Mundial da Amamentação, promovida em todo o mundo pela Aliança Mundial para Ação em Aleitamento Materno (WABA). A ação chega a sua 24ª edição em 2015, e retoma o tema tratado em 1993: os direitos trabalhistas das mulheres que amamentam.

Como a Pastoral da Criança faz

Aleitamento materno: o principal alimento

Em consonância com a ação mundial, no Brasil, o Ministério da Saúde e a Sociedade Brasileira de Pediatria escolheram como lema da semana a frase: “Amamentar e trabalhar: vamos tornar possível!”. Desde a Semana de 1993, as gestantes e mães trabalhadoras do Brasil conseguiram avançar em algumas necessidades que garantem o bem-estar e um desenvolvimento saudável para seus filhos. Em algumas empresas, por exemplo, houve a ampliação da licença maternidade para seis meses e a instituição de salas de amamentação ou para coleta do leite humano.

A previsão do Ministério da Saúde é que cidades e estados de todo o Brasil preparem uma programação específica para a Semana. No dia 31, o Ministério da Saúde realiza o lançamento da campanha em Brasília, que deve contar a presença de parceiros, como a Sociedade Brasileira de Pediatria, e empresas públicas e privadas que aderiram aos três eixos que a instituição indica como meios para garantir a amamentação: licença maternidade de 6 meses, implantação de salas de apoio à amamentação, e implantação de creches próximas ou no local de trabalho.

Folder: Amamentação e trabalho - Para dar certo, o compromisso é de todos. (.PDF)

A hora do mamaço

Ao longo da Semana, a comunidade Aleitamento Materno Solidário (AMS Brasil) irá realizar “mamaços” pelo país. A participação de mães em 48 municípios já está confirmado. A AMS Brasil irá aproveitar este momento para colher assinaturas para o Manifesto “Lei de Proteção à Mãe que Amamenta: em qualquer hora em qualquer lugar”. O objetivo é conseguir atingir as 100 mil assinaturas necessárias para que o projeto seja enviada ao Congresso Nacional. A assinatura também pode ser assinada online através deste link. Mais informações sobre a ação podem ser adquiridas na página do evento no Facebook.

Saiba mais SBP: Algumas das empresas que já concedem a licença-maternidade ampliada

Fotos: Marcello Caldin