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Uma amamentação prazerosa, com olhos nos olhos e o contato contínuo, fortalece os laços afetivos entre mãe e filho. Esse processo de profunda interação reflete na saúde da criança a longo prazo, assim como em seu estado nutricional, sistema imunológico, desenvolvimento intelectual e emocional. “Diversos estudos científicos confirmam que os efeitos positivos do aleitamento materno sobre a inteligência persistem até a idade adulta", lembra o Dr. Cesar Gomes Victora, pesquisador, professor da Universidade Federal de Pelotas e parceiro da Pastoral da Criança. Amamentar também traz benefícios para a mãe, ao reduzir os riscos de câncer de mama e ovário, e diabetes tipo 2.
Conforme as recomendações da Organização Mundial da Saúde e do Ministério da Saúde, o aleitamento materno deve ser exclusivo até os 6 meses e mantido até os 2 anos ou mais, junto a uma alimentação complementar.
Por que amamentar depois do primeiro ano de vida?
Segundo o Ministério da Saúde, o leite materno continua sendo uma importante fonte de nutrientes após os 6 meses de vida, além dos fatores de proteção que fazem parte de sua composição. A amamentação continuada eleva a imunidade e fortalece o sistema imunológico da criança, diminui o risco de alergia, promove uma melhor nutrição, reduz as chances de obesidade, de hipertensão, colesterol alto e diabetes, desenvolve os músculos da face e a cavidade bucal, favorece a capacidade cognitiva e minimiza os riscos de mortalidade em crianças mal nutridas. O aconchego desse momento tão especial torna os pequenos muito mais seguros e confiantes para explorar o mundo.
Entre os 6 e os 12 meses de vida, o leite materno pode contribuir com aproximadamente metade da energia requerida nessa faixa etária e 1/3 da energia necessária no período de 12 a 24 meses.
Dos 12 aos 24 meses, estima-se que 500 ml (dois copos) de leite materno fornecem:
- 95% das necessidades de vitamina C;
- 45% das de vitamina A;
- 38% das de proteína;
- 31% do total de energia necessária.
Está comprovado!
A pesquisa “Associação entre o aleitamento materno e inteligência, nível de escolaridade e renda aos 30 anos de idade: um estudo prospectivo de coorte de nascimento do Brasil”, que contou com a participação do professor Cesar Victora, avaliou se o tempo em que a mãe amamenta a criança está associado ao Quociente de Inteligência (QI), à quantidade de anos em que a pessoa estudará e à renda aos 30 anos.
Os resultados foram positivos! Participantes que foram amamentados durante 12 meses ou mais apresentaram pontuações de QI mais alto (diferença de 3,76 pontos), em comparação com aqueles que foram amamentados por menos de 1 mês. Os que mamaram por mais de um ano, também tiveram escolaridade 10% maior e renda 33% superior do que aqueles que pararam de mamar no peito ainda no primeiro mês de vida.
Amamentação por 12 meses ou mais
+ 3,76 pontos de QI
+ escolaridade 10% maior
+ R$ 341 a mais de renda aos 30 anos
Este texto foi publicado na 8ª edição da Revista da Pastoral da Criança.