Historicamente sempre há quem diga que determinados alimentos podem estimular a produção ou diminuir leite da mãe, e que outros, se ingeridos pela mãe, fazem mal ao bebê. Entretanto, não existe comprovação científica em relação a isso. Por este motivo, a Pastoral da Criança adota a posição da Sociedade Brasileira de Pediatria e do Ministério da Saúde, que é orientar a mãe a observar se há algum efeito no bebê, como cólicas e alergias, quando a mãe ingere determinado alimento. “Se a mãe percebe a relação entre o incômodo do bebê e sua alimentação, é bom evitar o alimento e observar se o desconforto do bebê desaparece”, orienta a nutricionista da coordenação nacional da Pastoral da Criança, Paula Pizzatto. “O leite de vaca é um dos principais alimentos implicados no desenvolvimento de alergias alimentares", lembra o Caderno de Atenção Básica 23, do Ministério da Saúde.
Outra orientação é que a mãe se alimente de forma saudável, pois a concentração de alguns micronutrientes no leite materno depende da dieta consumida pela mãe. Além disso, é preciso evitar o consumo exagerado de alimentos ricos em açúcar, sal e gordura, em especial a gorduras trans. Esta gordura está presente, principalmente, nos industrializados, como biscoitos recheados, comidas congeladas, sorvete, entre outros. Uma alimentação rica em gorduras trans “eleva a concentração desse tipo de gordura no leite materno com subsequente modificação na composição corporal do recém-nascido e aumento de massa gorda”, lembra o Manual de Nutrologia da Sociedade Brasileira de Pediatria.
É importante lembrar que não existe leite fraco, o leite materno contém todos os nutrientes necessários para o bebê. O que pode acontecer é uma pequena diminuição da produção de leite se a mãe fica mais cansada, ou tem algum aborrecimento. Neste caso, o ideal é que a mãe descanse e coloque o bebê para mamar mais vezes, pois quanto mais ele mama, mais leite a mãe produz.
A mulher que amamenta deve abandonar completamente o uso de bebidas alcoólicas e fumo, pois essas substâncias podem transmitidas ao bebê através do aleitamento e prejudicarão seriamente sua saúde.
Fontes:
Ministério da Saúde (Brasil). Secretaria de Atenção Básica, Departamento de Atenção Básica. Caderno de Atenção Básica nº 23. Saúde da Criança: Nutrição infantil – Aleitamento materno e alimentação complementar. Brasília, Ministério da Saúde; 2009, pag. 26. Disponível em: http://dab.saude.gov.br/portaldab/biblioteca.php?conteudo=publicacoes/cab23
Sociedade Brasileira de Pediatria. Departamento de Nutrologia. Manual de orientação. 3ª ed. revisada. Rio de Janeiro, 2012, pag. 26. Disponível em: https://www.sbp.com.br/publicacoes/para-a-familia/manual-de-orientacao-nutrologia/