1662 semana da amamentacao entrevista

 

O mês de agosto é conhecido como “Agosto Dourado”, iniciativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), que simboliza a luta pelo incentivo à prática da amamentação. A cor dourada está relacionada ao padrão ouro de qualidade do leite materno.

E na primeira semana de agosto acontece a Semana Mundial de Aleitamento Materno, que neste ano tem como foco a amamentação e o emprego/trabalho. Com o slogan “Apoie a amamentação: faça a diferença para mães e pais que trabalham”, o intuito é mostrar o impacto da licença remunerada, do apoio no local de trabalho e de outros aspectos sobre o aleitamento materno.

Entrevista com: Viviane Matos, Nutricionista infantil e Membro da ONG Prematuridade.com - São Paulo - SP

Por que é importante manter a amamentação mesmo depois da mulher trabalhadora voltar ao trabalho?

Nós já sabemos a importância do aleitamento materno para a saúde da mãe e do bebê. Para a mãe, recuperação mais rápida no pós-parto, proteção contra o câncer de mama, dentre outros. Já o bebê recebe todos os benefícios da composição nutricional e imunológica do leite materno: fortalecimento da imunidade, melhor crescimento e desenvolvimento global e, principalmente, cognitivo, proteção contra anemia, desnutrição, obesidade, diabetes e outras doenças. Por esse motivo, a OMS recomenda que o aleitamento materno seja exclusivo nos primeiros 6 meses de vida e seja mantido até os 2 anos, pelo menos. Garantir que a mulher consiga amamentar na volta ao trabalho significa garantir também todos esses benefícios à saúde materno-infantil.

Viva a VidaPrograma de rádio Viva a Vida 1662 - 31/07/2023 - Semana da Amamentação

Esta entrevista é parte do Programa de Rádio Viva a Vida da Pastoral da Criança.
Ouça o programa de 15 minutos na íntegra

Quais são as principais barreiras ao aleitamento materno para a mulher trabalhadora?

De uma forma geral, acredito que seja a falta de uma rede de apoio que ajude a mulher nessa conciliação entre maternidade e vida profissional, tanto no que se refere aos direitos da mãe que trabalha quanto aos cuidados com o bebê durante o tempo em que a mãe está trabalhando. No entanto, é importante pontuar que o tempo de licença maternidade é de 120 dias, ou seja, 4 meses, o que já contrapõe a recomendação da OMS de manter o aleitamento materno de forma exclusiva nos primeiros 6 meses de vida. É difícil manter a amamentação em livre demanda quando a mãe não está 24 horas com o bebê. Então, talvez, essa seja a principal barreira ao aleitamento para a mãe que trabalha.

Como manter o aleitamento materno após o retorno ao trabalho?

Considerando que a mãe não estará presente o tempo todo, é necessário ter toda uma organização que favoreça a oferta de leite materno mesmo na ausência da mãe. Isso significa que a mãe terá que deixar um estoque de leite materno ordenhado a ser oferecido pelos cuidadores para alimentar o bebê nesse tempo em que a mãe esteja trabalhando. Além disso, é muito importante que a mãe ordenhe durante o expediente de trabalho, pois a ordenha é fundamental na manutenção da produção láctea. A mãe tem direito a dois intervalos de 30 minutos para a amamentação, até que o bebê complete 6 meses de vida. Essa é a licença de amamentação que citei anteriormente. Por isso, uma das pautas da campanha deste ano é a criação de salas de apoio à amamentação, para que essas mães possam utilizar esse tempo para amamentar o seu bebê ou realizar a ordenha de leite em um lugar adequado.

 

Leia a entrevista na íntegra

1662 - 31/07/2023 - Semana da Amamentação (.PDF)  

 

E SDG Icons NoText 033º Objetivo de Desenvolvimento Sustentável

“Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades.”

A Pastoral da Criança, por meio do trabalho dos líderes comunitários, continua divulgando e orientando às mães de que o bebê deve ser alimentado somente com leite materno e no peito até os seis meses de vida.

Amamentar é um gesto de amor e de responsabilidade.

 

Dra. Zilda

“O trabalho social precisa de mobilização das forças. Cada um colabora com aquilo que sabe fazer ou com o que tem para oferecer. Deste modo, fortalece-se o tecido que sustenta a ação e cada um sente que é uma célula de transformação do país”.

Papa Francisco

‘’Amamentam, não tenham medo, alimentem-os porque isso também é linguagem de amor".