Foto: Dmitriy Protsenko/123rfFoto: Dmitriy Protsenko/123rf

A obesidade entre crianças é um problema de saúde cada vez mais frequente no Brasil. Apesar de ser mais presente entre adolescentes e crianças maiores, a obesidade também está crescendo na primeira infância.

Uma pesquisa feita pela Fiocruz mostrou que na faixa etária de 3 e 4 anos houve um aumento da obesidade de 4% para 4,5% nos meninos e de 3,6% para 3,9% nas meninas, ou seja, um crescimento de 0,5% e 0,3%, respectivamente.

Para prevenir a obesidade infantil é importante conhecer os principais fatores de risco e procurar combatê-los. De acordo com o Plano Nacional da Primeira Infância, entre os fatores de risco estão o desmame precoce, o emprego de fórmulas lácteas inadequadamente preparadas, a introdução precoce de alimentos não recomendados, o aumento desmedido do ganho de peso gestacional, a obesidade dos pais e o sedentarismo.

Saiba mais: prevenção da obesidade infantil

Veja os principais fatores de risco para a obesidade entre crianças de 0 a 6 anos, de acordo com o mapeamento da ação finalística ‘Criança com Saúde’, do Plano Nacional da Primeira Infância:

  • Pré-natal inadequado: 
    O ambiente dentro do útero é um fator importante na determinação do quadro de obesidade infantil e adulta. Fatores como o peso pré-gestacional e o ganho de peso gestacional excessivo ou insuficiente podem causar obesidade infantil. Fazer o pré-natal corretamente é a melhor maneira de acompanhar se o ganho de peso está dentro do esperado.
  • Alimentação inadequada nos primeiros anos de vida 
    O Ministério da Saúde recomenda o aleitamento materno exclusivo até os seis meses e a manutenção da amamentação até os dois anos de idade. Cada mês de aleitamento materno está associado com redução de 4% no risco de desenvolvimento do excesso de peso.
  • Alimentação complementar
    A alimentação da criança nos primeiros anos de vida é um dos fatores de prevenção do desenvolvimento da obesidade. A alimentação complementar é recomendada a partir dos seis meses, em adequada qualidade e quantidade, frequência e consistência, e os alimentos considerados obesogênicos devem ser evitados nos primeiros anos de vida. Crianças com alto consumo de alimentos ricos em energia e gordura e pobres em fibras apresentam quatro vezes mais risco de desenvolver excesso de peso nos anos posteriores.
  • Ganho de peso no primeiro ano de vida
    Evidências indicam que o rápido ganho de peso nos primeiros anos de vida pode ser fator de risco para excesso de peso na infância. Crianças com rápido ganho de peso no primeiro ano de vida apresentaram nove vezes mais chance de serem obesas durante a primeira infância.
  • Alimentação escolar inadequada
    A promoção da alimentação saudável dentro do ambiente escolar contribui para o controle do excesso de peso. Estudos mostram que a maioria dos alimentos vendidos nas cantinas escolares é considerada obesogênica, apesar da existência de normas que regulamentem sua venda. Estudantes que consomem alimentos oferecidos nas cantinas têm 56% maior chance de desenvolver excesso de peso e 82% maior risco de obesidade. Lanches disponíveis nas máquinas automáticas também foram negativamente associados ao consumo de frutas por adolescentes.
  • Inatividade física
    A atividade física na primeira infância atua na regulação do desenvolvimento, prevenção do excesso de peso, favorece o bom desenvolvimento físico, motor, social e psicológico, adequado balanço energético, menor adiposidade corporal, melhor densidade óssea e menores níveis de sedentarismo durante a adolescência e vida adulta. A recomendação é de 180 minutos de atividades diárias, contando tanto as atividades físicas estruturadas (pré-escola) quanto as não estruturadas (brincadeiras livres e ativas).
  • Hábitos alimentares da família
    Os hábitos alimentares da família exercem papel determinante na ingestão alimentar e nas preferências alimentares das crianças. Mães com alta ingestão de alimentos obesogênicos são mais suscetíveis a fornecer para seus filhos dieta com características semelhantes. Em estudo realizado com 1.640 crianças, a qualidade da dieta materna foi o fator de maior destaque, responsável por quase um terço da variação na qualidade da alimentação. 
  • Antecedentes familiares de obesidade
    A associação entre os pesos da criança e dos pais é considerada preocupante, dadas as prevalências alarmantes de sobrepeso e obesidade em adultos. Dados mostram prevalência de 48,0% de excesso de peso na população adulta brasileira. O risco de uma criança ser obesa é de 80% quando os pais são obesos, de 50% quando um dos genitores é obeso e de 9% quando os pais não são obesos.

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