Acervo da Pastoral da Criança
Dia 11 de outubro é considerado o Dia Mundial da Obesidade e Dia Nacional de Prevenção da Obesidade. É um momento para aumentar a conscientização sobre o tema, sensibilizar sobre a necessidade de mudanças e cobrar políticas públicas que contribuam para mitigar o problema. Neste ano, a Pastoral da Criança destaca a necessidade de falarmos sobre a obesidade em crianças.
A obesidade infantil é um problema de saúde pública que traz muitas repercussões negativas para os indivíduos. Problemas de saúde, dificuldades físicas e emocionais, baixa auto estima são algumas das consequências que interferem diretamente na qualidade de vida destas crianças e podem gerar impacto para a vida toda.
ENTREVISTA COM: Caroline Dalabona, nutricionista da Coordenação Nacional da Pastoral da Criança
Atualmente, qual é o panorama da obesidade infantil no Brasil?
O dado mais recente que a gente tem é do Estudo Nacional da Alimentação e Nutrição Infantil, o ENANI de 2019. Ele mostrou que uma em cada dez crianças brasileiras de até cinco anos já apresenta excesso de peso. E a gente chama de excesso de peso a combinação entre sobrepeso e obesidade. Dessas crianças brasileiras menores de cinco anos, sete apresentavam sobrepeso e três por cento obesidade. Ou seja, é um panorama bastante preocupante e que a gente precisa ficar atento.
Caroline Dalabona, nutricionista da Coordenação Nacional da Pastoral da Criança
Quais são os fatores que levam uma criança a ficar obesa?
São vários fatores que podem influenciar, sejam eles genéticos, ambientais, comportamentais, emocionais, econômicos, sociais, mas uma questão que é superimportante a gente destacar é o consumo alimentar e o sedentarismo. Então, o consumo excessivo de alimentos ricos em açúcar, gordura saturada, os alimentos processados e ultraprocessados, as propagandas não saudáveis direcionadas a esse público infantil e o sedentarismo, ou seja, a falta de atividade física, são alguns fatores que preocupam atualmente organizações nacionais e internacionais quanto ao aumento da obesidade infantil.
Quando começa a prevenção da obesidade?
Começa já na gestação. Precisa focar essa prevenção da obesidade e de tantas outras doenças nos primeiros mil dias de vida especialmente, que é o período da gestação e dos dois primeiros anos de vida. A gestante se alimentar de forma correta, tentar não ganhar peso excessivo, fazer um acompanhamento adequado de pré-natal e, após o nascimento especialmente, aleitamento materno até os dois anos ou mais com exclusividade nos primeiros seis meses. Depois, uma alimentação complementar adequada para essa criança, muitas brincadeiras, muitas atividades ao ar livre, porque tudo isso ajuda na prevenção da obesidade.
Programa de rádio Viva a Vida 1672 - 09/10/2023 - Dia Nacional de prevenção da obesidade
Esta entrevista é parte do Programa de Rádio Viva a Vida da Pastoral da Criança.
Ouça o programa de 15 minutos na íntegra
Que medidas são possíveis para o enfrentamento da obesidade infantil?
Bom, esse enfrentamento precisa ir muito além da questão individual e familiar. É preciso Políticas Públicas e ações intersetoriais para enfrentar a obesidade. E não é somente o governo que deve atuar, mas sim toda a sociedade. Por exemplo, é preciso pensar na urbanização da cidade que propicie a prática de atividades físicas locais para as crianças brincarem e gastarem energia. Também precisa pensar no sistema econômico de agricultura, sistema alimentar. Por exemplo, como é que a família vai mudar de hábito alimentar, consumir alimentos mais saudáveis se esses não chegam próximo a essa casa ou não estão disponíveis no local onde ela costuma fazer compras? Ou ainda, se o preço desses alimentos é alto e a gente sabe que é e tudo isso na questão da obesidade infantil. Então, precisa se pensar além do individual. Além disso, a questão dos ultraprocessados que tem fácil acesso, tem preço atraente e enche os olhos das crianças.
Leia a entrevista na íntegra
1672 - 09/10/2023 - Dia Nacional de prevenção da obesidade (.PDF)
2º Objetivo de Desenvolvimento Sustentável
“Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável”.
As ações da Pastoral da Criança, como o Acompanhamento Nutricional e a Alimentação e Hortas Caseiras, buscam assegurar que todas as crianças tenham uma alimentação saudável e oportunidade de crescimento e desenvolvimento de forma integral.
Dra. Zilda
“As crianças, quando estão bem cuidadas, são sementes de paz e esperança. Não existe ser humano mais perfeito, mais justo, mais solidário e sem preconceitos que as crianças.”
Papa Francisco
“As crianças são o futuro da família humana: cabe a todos nós promover o seu crescimento, saúde e serenidade”.