O aumento de peso da população brasileira vem crescendo de forma alarmante nas últimas décadas. Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostram que aproximadamente 6,6% das crianças pobres no Brasil apresentam sobrepeso ou obesidade. A prevenção da obesidade infantil deve começar desde a gestação e continuar nos primeiros anos de vida da criança.
Dois fatores contribuem com o sobrepeso infantil: a genética e, principalmente, os maus hábitos alimentares, que muitas vezes refletem os da família, sendo que um dos principais vilões nessa guerra é o açúcar, introduzido precocemente na alimentação da criança.
Um estudo do Jornal de Pediatria, do Brasil, revelou que, a partir dos 6 meses, 79,3% das crianças já comiam bolachas e 20,7% consumiam sucos artificiais. Abaixo listamos os maiores erros na alimentação infantil, que contribuem para a obesidade infantil:
1 - Abrir mão de amamentar
Até os seis meses de vida, os pediatras recomendam o aleitamento materno exclusivo, por livre demanda. Dentre inúmeros benefícios, estudos provam que os bebês alimentados apenas com leite materno têm menos chances de se tornarem obesos na adolescência e na vida adulta.
2 - Culpar a genética
Ela é responsável por 50% da propensão à obesidade. Se um dos pais é obeso, a chance da criança ser também é de 40%. Se ambos forem, esse número pode chegar a 80%. Mas é preciso levar em consideração que os outros 50% envolvem fatores ambientais, como o mau hábito alimentar, e que este, sim, é passível de mudanças.
3 - Não estabelecer uma rotina
Depois dos primeiros 6 meses, começa a introdução de alimentos na dieta das crianças. As papinhas principaiss são as mais difíceis de ser aceitas, por causarem estranheza inicialmente. Nesse momento, é preciso criar uma rotina com os horários de alimentação. A partir do 7º mês, a dieta passa a ter pedaços de comida e é muito importante respeitar o tempo de mastigação da criança. Como sobremesa, invista nas frutas, estimulando seu filho a comer bem desde cedo.
4 - Viciar o paladar
Nos primeiros dois anos, as crianças começam a desenvolver o paladar. Os alimentos naturais devem ter prioridade. Evite sucos industrializados, que contêm uma quantidade muito grande de açúcar, e dê preferência a frutas naturais. Além disso, essas bebidas podem boicotar a formação do paladar: a criança conhece um gosto diferente do real, e pode acabar não comendo a fruta in natura, futuramente. O mesmo ocorre com os doces.
5 - Barganhar na hora da refeição
Os pais devem respeitar a fome das crianças, por isso, nada de forçá-las a comer alimentos saudáveis para conseguir um doce ou chocolate. Assim ela vai entender que um alimento nada saudável é uma recompensa por comer bem. A mania de beliscar também deve ser evitada.
6 - Permitir a TV em excesso
Depois de comer, a criança só tem um jeito de queimar toda a energia: se exercitando. Pode ser com brincadeiras ou com esporte, respeitando a vontade dela. Além de gastar mais energia, as brincadeiras são fundamentais para o aprendizado cognitivo.
7 - Comer por dois quando grávida
Estudos revelam que a alimentação da mulher durante a gravidez é muito importante para a saúde do bebê. A dieta deve ser bem variada, rica em vitaminas e minerais, mas nada daquela história de comer por dois. O feto, quando dentro da barriga da mulher, precisa de determinada quantidade de nutrientes para se desenvolver. O que passar da conta leva ao peso excedente da grávida e pode acarretar ao diabetes gestacional, elevando as chances de o bebê nascer muito grande, o que pode causar um padrão metabólico de acúmulo.
8 - Negligenciar as recomendações do pediatra
Se você não amamenta, mas usa fórmula, é preciso tomar alguns cuidados: siga exatamente as instruções de seu pediatra e nem pense em engrossar a bebida com amido de milho, por exemplo, que contém muito carboidrato e favorece o ganho de peso.
Fonte: Hospital Israelita Albert Einstein de São Paulo.
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