Foto: Acervo da Pastoral da Criança
Sabemos que a cada geração os hábitos e costumes mudam comparados às gerações anteriores. As mudanças sociais das últimas décadas alteraram a rotina, a forma de viver em família e os novos hábitos trouxeram reflexos na vida das crianças. O sedentarismo e o estilo de vida mais individual desfavorecem o convívio social, além das atividades físicas como correr, pular e outras brincadeiras tão importantes para o desenvolvimento saudável.
Com base nas pesquisas das Neurociências, hoje sabemos que o futuro da criança será determinado pelo bom desenvolvimento em todos os estágios desde o ventre materno. Priorizar atividades inadequadas, excesso de tempo em frente às telas e a falta de diálogo e afeto podem prejudicar muito as fases da infância e causar danos irreversíveis para toda vida.
O consumismo que está relacionado ao hábito do consumo excessivo e a adultização que estimula a criança a ter comportamento de adulto, deixando de brincar, socializar e agir de acordo com sua idade, trazem a tona sentimentos de angústia e estresse, causando muitos males físicos e psicológicos. Outro fator é o fácil acesso a muitas informações oferecidas através das tecnologias e esses estímulos acabam chegando cada vez mais cedo. Tal processo é natural, mas não pode prejudicar o desenvolvimento da criança.
O tempo para brincar é importante. Nas brincadeiras a criança revela sua capacidade de reproduzir e explorar a realidade em que vive, cria ideias, forma opiniões, aprende a distinguir o certo do errado, cria senso crítico, se socializa, desenvolve a linguagem, fortalece o vínculo afetivo com a família, amplia seus conhecimentos e valoriza a cultura em que vive. As brincadeiras direcionadas, ao ar livre, com brinquedos ou objetos são muito importantes e necessárias para o desenvolvimento infantil.
Pensando no brincar, principalmente em período de isolamento social, a Pastoral da Criança disponibilizou em seu aplicativo o material e-Brinquedos e Brincadeiras. Pelo próprio celular as famílias podem ter acesso à muitas sugestões divertidas, dentre elas as brincadeiras tradicionais de roda, corda, bola, cantigas, confecção de livros de histórias, oficina de brinquedos, jogos, receitas de massinhas, giz, tintas caseiras, entre tantas outras. Além de informações muito importantes sobre a defesa e o direito de brincar.
Ser criança é precisar de amor, atenção, segurança, respeito e cuidados. É ter direitos e oportunidades. Para se conhecer a criança, é necessário a família escutá-la, amá-la, enxergá-la, dar oportunidades de brincar, participar das brincadeiras com ela, desenvolver um olhar atento e sensível para o que ela possa estar sentindo. Não é preciso deixar as tecnologias e os brinquedos atuais de lado, mas podemos unir as brincadeiras das gerações para aproveitar o melhor de cada época de forma saudável e divertida.