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Foto: wirestock

Brincar, além de divertido e fazer parte da infância, é fundamental para o processo de aprendizagem e desenvolvimento.

E por ser uma necessidade é um direito de toda criança. As brincadeiras, de variadas formas, exercitam e melhoram a capacidade intelectual, emocional, sensorial, motora e social dos pequenos. Quando a criança brinca e tem a oportunidade de brincar com outras crianças e com os adultos, ela aprende mais sobre si, o outro, e o mundo que a cerca.

Além do aprendizado, a brincadeira também é uma excelente forma de manutenção da saúde e bem estar, o que favorece o desenvolvimento integral. Os benefícios promovidos pelo brincar são inúmeros e repercutem por toda vida.

Por isso, na Pastoral da Criança, incentivamos tanto o brincar da criança em família e em comunidade. Para falar mais sobre o efeito positivo da brincadeira na vida real, convidamos
Pablo Lopes (Tio Pablo), professor de educação infantil e multiplicador da ação Brinquedos e Brincadeiras junto à coordenação arquidiocesana do Distrito Federal.

professora roberta guedes

Pablo Lopes professor de educação infantil e multiplicador da ação Brinquedos e Brincadeiras

ENTREVISTA COM: Pablo Lopes professor de educação infantil e multiplicador da ação Brinquedos e Brincadeiras

 

Sabemos que o brincar tem papel fundamental no desenvolvimento infantil, inclusive a Pastoral da Criança tem e incentiva a ação Brinquedos e Brincadeiras nas comunidades para que o direito e a necessidade do brincar aconteça. Mas afinal, qual o papel do brincar no desenvolvimento da criança e quais são os seus benefícios?

Antes de tudo, é importante deixar claro que o brincar é um direito da criança garantido pela ONU desde 1959. Também está expresso na Constituição Brasileira e no Estatuto da Criança e do Adolescente e fortalecido com o Marco Legal da Primeira Infância. Quando a criança brinca, ela estabelece o contato com o seu próprio corpo, com as pessoas, com os objetos e com o mundo ao seu redor. Nesse contato, ela aprende a elaborar estratégias, seguir regras, lidar com as frustrações e desenvolver a capacidade de socialização.
A brincadeira estimula a criatividade, a imaginação e a capacidade de argumentação na criança, desenvolve a linguagem e o pensamento crítico, aprimora os sentidos e contribui para a construção do seu esquema corporal. O brincar, além de ser importante para o desenvolvimento intelectual, sensorial, emocional e social, também é um grande aliado na prevenção de sobrepeso e obesidade infantil.

É possível aprender brincando?

Viva a VidaPrograma de rádio Viva a Vida 1596 - 25/04/2022 - O efeito positivo da brincadeira na vida real

Esta entrevista é parte do Programa de Rádio Viva a Vida da Pastoral da Criança.
Ouça o programa de 15 minutos na íntegra

Sem dúvida nenhuma. É através do brincar que a criança é inserida, recepcionada na sociedade. Com isso, a criança brincando absorve os elementos primordiais da sua cultura. Dessa forma, enquanto ela brinca ela aprende e tudo isso acontece de forma bastante lúdica, porque a aprendizagem acaba sendo algo prazeroso já que acontece a partir do seu campo de interesse.

Qual é a importância do “faz de conta” no desenvolvimento das potencialidades de cada criança?

Na brincadeira de faz de conta a criança começa fazer inferências dentro da brincadeira, ela lida com o mundo real fazendo os ajustes necessários para caber dentro da sua capacidade interpretativa. Ela movimenta, muda, se arrisca e se envolve e quando necessário, transforma essa realidade. Podemos dizer que é o momento onde a criança começa entender a realidade que vive. E ali pode aceitar ou discordar determinadas situações sem trazer nenhum prejuízo para o seu mundo real.
Brincar de casinha que está cozinhando, ou cuidando do bebê, ou fingindo que é um professor, uma professora, brincar de polícia e ladrão, fingir ser um animal ou monstro, transformar um objeto qualquer em outro, um pedaço de madeira, por exemplo, pode ser um carro, a colher um avião, são brincadeiras muito comuns no cotidiano infantil.
E com a minha experiência, trabalhando com crianças de até 5 anos de idade por longos anos, não consigo mensurar o potencial criativo desses pequeninos.

Quantas horas por dia uma criança deve brincar?

Não há tempo limite determinado para brincadeira infantil, mas sabemos que desde cedo as crianças vem assumindo compromissos e responsabilidades que não são delas e, com isso, comprometendo o tempo do brincar.
Por esse motivo, a Organização Mundial de Saúde (OMS) orienta que as crianças devem ter um tempo mínimo de pelo menos três horas por dia reservado para as brincadeiras, sendo que o brincar que é algo essencial para o crescimento saudável é negligenciado pelo adulto como se fosse uma atividade sem importância e sem qualquer finalidade.

Qual é a importância dos espaços públicos, como parques e praças, para as crianças?

As praças públicas, os parquinhos, as quadras poliesportivas, ou mesmo outros espaços que contribuam para a defesa e valorização da cultura infantil, são de suma importância para que as crianças possam implementar os seus projetos de brincadeiras. Infelizmente, boa parte desses espaços citados aqui não existem na maioria das comunidades atendidas pela Pastoral da Criança.
A falta desses espaços também reflete na dificuldade que nós enfrentamos para a realização das propostas de brincadeiras trazidas pelos brinquedistas no dia da Celebração da Vida e infringe aquilo que que já falamos ser um direito, o brincar.
Na falta desses espaços, utilizamos de outros, embaixo de uma árvore, quintais, salões paroquiais, escolas na comunidade. Propomos a organização dos cantinhos do brincar nesses espaços. E em momentos específicos, a realização da Rua do Brincar, que vocês podem ter acesso através do Aplicativo Visita Domiciliar, acessando no e-Capacitação o e-Brinquedos e Brincadeiras.

Que dicas você pode dar aos líderes para orientar e incentivar as famílias para que as crianças brinquem e os pais participem com elas?

Nossos líderes, que já são pessoas empenhadas nesse compromisso de acompanhar e orientar as famílias durante o momento da visita domiciliar, também devem conversar com as famílias sobre a importância de todos em casa terem um momento reservado para brincarem juntos com as crianças.
Isso poderá contribuir para um clima de harmonia, será um espaço precioso para o estreitamento dos laços afetivos, da construção das relações amorosas e sólidas no seio familiar. Devemos ter o entendimento que o brincar é para a criança o termômetro da saúde. A criança que não brinca, certamente está doente.
Assim também com a criança que não brinca no tempo certo com brinquedo correspondente para sua faixa etária precisa ser observada com maior atenção. Se o objetivo central da Pastoral da Criança é fazer com que as crianças tenham vida e vida em abundância, certamente o brincar faz parte dessa missão.

 

  Leia a entrevista na íntegra: 1596 - 25/04/2022 - O efeito positivo da brincadeira na vida real

 

44º Objetivo de Desenvolvimento Sustentável

“Assegurar a educação inclusiva, equitativa e de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos.”

O brincar, no processo de ensino e aprendizagem na educação infantil, é fundamental para o desenvolvimento da criança. Utilizar a brincadeira como um recurso positivo é aproveitar uma motivação própria dos pequeninos para tornar a aprendizagem mais atraente. Por isso, a Pastoral da Criança incentiva a ação Brinquedos e Brincadeiras nas comunidades a fim de que o direito e a necessidade do brincar aconteça.

Dra. Zilda

“As crianças são prioridade absoluta, como garante o Estatuto da Criança e do Adolescente, e merecem carinho, atenção e respeito.”  

Papa Francisco

“O amanhã pertence às crianças que protegemos hoje.”