
O Dia Mundial do Brincar, celebrado em 28 de maio, é um convite para reforçar a importância das brincadeiras livres e espontâneas na infância. Neste ano, a Aliança pela Infância escolheu como tema ‘Proteger o Encantamento da Infância’, destacando o valor do tempo e dos espaços para brincar, essenciais para o desenvolvimento integral das crianças. Brincar é a linguagem natural da infância: é brincando que as crianças experimentam o mundo, desenvolvem sua criatividade, constroem vínculos e se conectam consigo mesmas e com os outros.
Na Pastoral da Criança, acreditamos que brincar é um direito fundamental para o desenvolvimento e a felicidade das crianças. Por isso, incentivamos que as famílias reservem tempo e espaço para que os pequenos brinquem livremente e, sempre que possível, acompanhados pelos pais. Em muitas comunidades, organizamos as Ruas do Brincar, onde líderes, brincadores e brinquedistas realizam oficinas para construção de brinquedos com materiais recicláveis. Além disso, promovemos diversas brincadeiras durante o Dia da Celebração da Vida, fortalecendo os laços familiares e comunitários em um ambiente acolhedor e seguro.
Para aprofundar essa reflexão, conversamos com a antropóloga Regina Márcia Moura Tavares, autora do livro Brinquedos e Brincadeiras. Ela destaca a importância do brincar para o desenvolvimento humano, reforçando que as brincadeiras livres estimulam a criatividade, o convívio social e a empatia entre as crianças. Além disso, a professora chama a atenção para os prejuízos causados pela exposição excessiva às telas, que limitam a interação e a exploração do mundo real. Confira a entrevista completa e inspire-se a celebrar o Dia Mundial do Brincar protegendo o encantamento da infância.

Professora e Doutora Regina Márcia Moura Tavares, antropóloga, professora universitária e autora do livro Brinquedos e Brincadeiras
ENTREVISTA COM: Professora e Doutora Regina Márcia Moura Tavares, antropóloga, professora universitária e autora do livro Brinquedos e Brincadeiras.
Professora Regina, por que a senhora é tão interessada na questão dos brinquedos e brincadeiras e por que o brincar é assim tão importante?
REGINA MÁRCIA: Porque exatamente sou antropóloga, sei muito bem que somos homo sapiens sapiens, uma espécie que necessita desenvolver várias habilidades para sobreviver no espaço onde vive. Essas habilidades são desenvolvidas basicamente no brincar na infância. Nós temos de brincar bastante, muitas horas por dia, espontânea e livremente, porque nós vamos exercitar aquilo que é fundamental para a nossa sobrevivência: a criatividade. É inventando, transformando, acrescentando coisas que nós fazemos nas brincadeiras de infância, que nós estamos desenvolvendo essa criatividade, além de desenvolver vários aspectos do nosso físico, do nosso intelecto, do nosso consciente, do nosso subconsciente, da nossa capacidade de relacionamento com outros seres iguais a nós.
Professora Regina, qual é a importância da participação da família no brincar?
REGINA MÁRCIA: A importância da família no brincar da criança é muito grande, porque se a família não cria condições para que ela possa brincar e, de repente, já desde que nasce, com alguns meses, já coloca ela diante de uma tela, de um computador, um celular, etc., para ver brincadeirinhas infantis no celular, esta criança vai ficar prejudicada. No celular, ela vai só estar olhando e achando engraçado, se divertindo, só que ela não vai estar exercitando nenhuma das suas habilidades, nem motoras, nem psicoemocionais, nem relacionais, não estará se socializando, estará se limitando a um quadradinho único que é ela mesma diante de uma tela.
Professora Regina, quais são os prejuízos, as consequências, da restrição do brincar para a criança?
REGINA MÁRCIA: Na realidade, o que está faltando é convivência humana entre as crianças e desde tenra idade. Nós desenvolvemos muito na contemporaneidade a técnica, temos progressos técnicos infinitos, temos progressos médicos, hoje vivemos muito mais do que há 50 anos, mas estamos nos prejudicando pela falta de comunicação. Isso, para o adulto, já não é bom. Para a criança, lesa a criança. Não permite a ela o desenvolvimento normal. Então nós precisamos trabalhar no nível das políticas públicas para que isto não aconteça.
(MENSAGEM) Dom Frei Severino Clasen, Arcebispo de Maringá, Paraná e Presidente da Pastoral da Criança.
DOM FREI SEVERINO: Brincar é um direito da criança. Precisamos recobrar os espaços livres nas ruas e praças para as crianças brincarem. A Pastoral da Criança prioriza o brincar livre e em contato com a natureza. A Pastoral da Criança também, a fim de ampliar as oportunidades para as crianças brincarem juntas e ao ar livre, organiza nas comunidades as Ruas do Brincar. Pode ser com o fechamento de uma rua, numa praça, num terreno vazio, em um parque. As famílias são convidadas a levar seus filhos e filhas para brincarem ao ar livre. Os brinquedistas da Pastoral da Criança organizam isso nas comunidades com o apoio dos líderes, brincadores e famílias. Precisamos encontrar espaços para que as crianças possam brincar juntas e possam se divertir, se desenvolver integralmente. Que Deus abençoe e que tenham sempre esse espaço bonito para que as crianças se ocupem e brinquem. Amém.
Leia a entrevista na íntegra
1757 – 26/05/2025 – Dia Mundial do Brincar (.PDF)
Programa de rádio Viva a Vida 1757 – 26/05/2025 – Dia Mundial do Brincar
Esta entrevista é parte do Programa de Rádio Viva a Vida da Pastoral da Criança.
Ouça o programa de 15 minutos na íntegra
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“Educação de qualidade”.
Garantir o acesso à educação inclusiva, de qualidade e equitativa, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos.
17º Objetivo de Desenvolvimento Sustentável
“Parcerias e meios de implementação”
Reforçar os meios de implementação e revitalizar a parceria global para o desenvolvimento sustentável
Dra. Zilda
“O melhor resultado para a paz nas famílias é cuidar bem das crianças, para que elas tenham oportunidade de se desenvolver, tenham saúde, alegria de viver e fé em Deus.”
Reflexão
"Há um tempo para tudo, um tempo para cada coisa sob o céu... tempo de rir, tempo de dançar."
(Eclesiastes 3:1,4)