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Foto: Grit Landgraf

O vigilante Silvá Geraldo Bispo, de 46 anos, tem três filhos, mas não é pai apenas em casa. Ele orienta outros pais e famílias na comunidade onde vive, em Montes Claros, no norte de Minas Gerais. Como líder da Pastoral da Criança, atua no conjunto Clarice Ataíde, comunidade com 187 crianças de até 6 anos acompanhadas pela entidade. Além disso, dirige uma associação comunitária que atende cerca de 100 crianças e adolescentes em situação de risco, para os quais, muitas vezes, assume a condição de pai.

Na cruzada contra a desnutrição e a mortalidade infantil, principal luta da Pastoral da Criança, ele visita regularmente as mães de cada uma das crianças cadastradas na comunidade. Com o livro “Guia do Líder” em mãos, confere o peso, verifica se o cartão de vacina está em dia e repassa as demais instruções para que as crianças tenham uma boa saúde. Quando vê alguma anormalidade, encaminha a criança para o posto de saúde ou hospital.

Dra. Zilda

"(...)a Pastoral da Criança quer que as famílias voltem a usar alguns alimentos, que são muito ricos em ferro e que foram deixados de lado como, por exemplo: feijão com arroz, ovos, moela de galinha, fígado, tutano e outras coisas mais; e foram deixadas de lado. Come-se mais pão, mais macarrão, né, alimentos que não têm ferro. Verduras verdes-escuras são muito ricas em ferro. Nós aconselhamos a todas as famílias que voltem a cozinhar feijão, o arroz e esses ingredientes tão ricos que ajudam tanto no desenvolvimento da criança. Um carinhoso abraço pra todos!"

Papa Francisco

“A família é a comunidade de amor em que cada pessoa aprende a se relacionar com os outros e com o mundo”.

Durante as visitas aborda temas como a amamentação e cuidados com a higiene: "Recomendo amamentar o bebê de duas em duas horas. Enquanto estiver amamentando a mãe deve estar atenta apenas à criança, olhando para os seus olhos. Assim, demonstra afeto e o bebê se sente mais confortável”, diz. O vigilante ainda orienta gestantes sobre cuidados durante a gravidez e faz também um trabalho com os companheiros das mulheres. "É importante que o pai fique atento ao período pós-parto, quando a mãe precisa de todo o apoio", afirma.

Silvá começou a atuar na Pastoral da Criança há 17 anos. Assumiu o trabalho por necessidade. O voluntário conta que na época morava no Bairro Santa Cecília - área de baixa renda de Montes Claros, quando o seu segundo filho nasceu prematuro e desnutrido. "No hospital falaram que o menino não tinha chance". E foi aí que procurou a Pastoral da Criança. "Como não havia nenhuma líder no Santa Cecília, iniciei o trabalho", explica.

O filho Leonardo Silva Bispo foi salvo e hoje, aos 17 anos, é um jovem saudável, que também é voluntário na Pastoral da Criança. Pai e filho se emocionam ao recordar o início do relacionamento deles com a Pastoral da Criança. "Começei salvando o meu próprio filho. Vi que poderia ajudar outras famílias, então, fiz a capacitação para ser líder comunitário e aprendi a trabalhar com crianças. Sinto uma satisfação enorme em ajudar", diz. E aconselha: "Ser um bom pai é exercer o dom que Deus no concedeu. Tem que ser amigo, confidente e responsável".

A coordenadora da Pastoral da Criança em Montes Claros, Ana Martins Ferreira, diz que o trabalho de um pai como Silvá é raro: "A atuação como líder da Pastoral exige disponibilidade. Por isso, é mais difícil para os homens. Mas Silvá é um homem ativo, que realmente arruma tempo para se dedicar à comunidade", ressalta.

Fonte: Uai Online (Montes Claros, MG) – resumo

22º Objetivo de Desenvolvimento Sustentável

“Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável”

A Pastoral da Criança acompanha a mãe e o bebê desde a gestação até os seis anos de idade. A estratégia tem 3 etapas: primeiro cada líder, que acompanha até 15 crianças, visita a casa de cada uma delas e analisa o perfil da família e quais as mudanças necessárias. Depois, a família participa da Celebração da Vida, onde recebem orientações. Por fim, é feita uma reflexão e avaliação, onde os líderes conversam entre si sobre os desafios que encontraram em cada família para formular novas estratégias.