Tema: Alimentação Saudável 

1513-alimentacao-saudavel

Foto: Acervo da Pastoral da Criança

Comida de verdade é aquela preparada com alimentos de verdade. É a comida que se faz em casa, com ingredientes naturais, frescos, sem o uso de produtos industrializados, como temperos ou molhos prontos. Comida de verdade é o tradicional arroz e feijão do brasileiro, complementado com salada, legumes cozidos e carne. São as frutas e os sucos naturais.
Mas, para se ter comida de verdade em casa, é preciso conhecer os diferentes tipos de alimentos que existem para, assim, poder fazer melhores escolhas. Há vários produtos no mercado que imitam os alimentos de verdade e é preciso saber diferenciá-los para não cair em armadilhas. Para isso, é preciso conhecer a classificação de alimentos proposta pelo Guia Alimentar para a População Brasileira (2014), do Ministério da Saúde. Ele apresenta as mais atuais recomendações alimentares, baseadas em evidências científicas, proporcionando um novo entendimento sobre como estamos nos alimentando hoje em dia. Ele classifica os alimentos em 4 categorias de acordo, especialmente, com o nível de processamento. Saiba mais sobre o assunto na entrevista com a Nutricionista da Coordenação Nacional da Pastoral da Criança, Caroline Dalabona.

O novo Guia Alimentar para a População Brasileira classifica os alimentos em quatro categorias. Quais são essas categorias?

A primeira é a categoria dos alimentos in natura ou minimamente processados. São aqueles que vêm direto da natureza para nossa casa. Não passam por nenhum processo industrial ou de fabricação. São as frutas, os legumes, as verduras, os ovos.

Os alimentos minimamente processados, que também fazem parte dessa mesma categoria, são alimentos que depois de sair da natureza passam por algum processo, alguma alteração mínima, como o arroz, o feijão, as farinhas, o leite, as carnes, entre outros alimentos. Essa categoria dos alimentos in natura e minimamente processados deve ser a base da nossa alimentação.

A segunda categoria é a categoria dos óleos, gorduras, sal e açúcar, também chamada de ingredientes culinários. É a categoria utilizada no preparo dos alimentos in natura e minimamente processados, mas que deve ser usada com moderação.

A terceira categoria é a categoria dos alimentos processados. São as frutas, as verduras, os legumes, as carnes, mas que passam por algum processo, seja de adição de sal ou adição de açúcar e/ou por técnicas de processamento (cozimento, defumação, etc). Por exemplo, os pepinos em conserva, as frutas em calda, os queijos, as sardinhas, os atuns enlatados, a carne seca. Esses alimentos também devem ser consumidos com moderação, justamente por terem muito sal e muito açúcar.

A última categoria é a categoria dos alimentos ultraprocessados. Essa categoria de alimentos inclui produtos cuja fabricação normalmente ocorre nas grandes indústrias de alimentos. Normalmente, os ultraprocessados contém muito sal ou açúcar, farinhas, óleo, gordura, mas também apresentam ingredientes que não são conhecidos pela maioria da população. São substâncias químicas produzidas em laboratório e que apresentam funções diversas, tais como: estender o prazo de validade do produto, dar cor, sabor e aroma ao produto. Os alimentos ultraprocessados normalmente não contêm nada do alimento in natura. Essa categoria de alimentos deve ser evitada ao máximo, pois são prejudiciais a saúde. Podemos citar como exemplos de alimentos ultraprocessados vários tipos de biscoitos, simples ou recheados, balas e guloseimas de forma geral, cereais açucarados, sopas e macarrão instantâneos, salgadinhos de pacote, refrigerantes, lasanha, massas, pizzas e hambúrgueres congelados e feitos pela indústria de alimentos, entre tantos outros.

Viva a VidaPrograma de rádio Viva a Vida
1513 - Alimentação saudável: é preciso ter comida de verdade em casa - 21/09/2020


Esta entrevista é parte do Programa de Rádio Viva a Vida da Pastoral da Criança.
Ouça o programa de 15 minutos na íntegra

         

Por que é importante ler os rótulos e checar o prazo de validade dos produtos?

Realmente é fundamental observar as informações que contêm nos rótulos. Informações sobre a composição dos alimentos, sobre o que estamos comprando. Por exemplo, se no rótulo diz que o alimento contém glúten, essa é uma informação fundamental para quem tem doença celíaca. Além disso, eles podem nos fornecer informações importante para saber se o alimento é orgânico, se o alimento é transgênico - que é quando aparece um T maiúsculo dentro de um triângulo no canto inferior direito do produto, por exemplo. Mas a dica que considero mais valiosa é observar a lista de ingredientes no rótulo. Normalmente, ela fica na parte de trás do produto, em letras pequenas. É preciso observar se têm nomes como edulcorantes, emulsificantes, estabilizantes, entre outros nomes desconhecido,s de substâncias que não utilizamos em casa. Isso significa que é um produto ultraprocessado. Essas substâncias são adicionadas aos produtos para dar sabor, cor, consistência, aroma. Além disso, é importante ficar atento ao rótulo de alimentos perecíveis: leite, ovos, queijos, especialmente quanto a data de validade na hora da compra.

Dra. Lícia Kércia de Araújo Costa

Caroline Dalabona, Nutricionista da Coordenação Nacional da Pastoral da Criança.

Quais são as vantagens de voltar a cozinhar em casa?

Quando passamos a cozinhar a nossa própria comida, temos a chance de conseguir fazer melhores escolhas e realmente comer a comida de verdade. Claro que é preciso planejamento, adequação e boa vontade, mas é possível. É possível utilizar alguns recursos que facilitam o dia a dia, como, por exemplo, congelar porções do alimento cru ou até mesmo preparações. Ter sempre temperos naturais plantados em casa, que dão mais sabor e diversidade para a comida. Isso nos faz perceber o quanto é vantajoso e mais gostoso preparar a comida em casa e ter essa autonomia de poder escolher qual alimento iremos consumir.

Leia a entrevista na íntegra: 1513 - Alimentação saudável: é preciso ter comida de verdade em casa (.PDF)

    

22º Objetivo de Desenvolvimento Sustentável

“Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável”

O 2º Objetivo do Desenvolvimento Sustentável (ODS), promovido pela ONU e que deverá ser atingido pelos países participantes até 2030, tem entre suas metas: acabar com a fome, garantir o acesso de todas as pessoas a alimentos nutritivos e suficientes durante todo o ano, acabar com todas as formas de desnutrição e garantir o sistema sustentável de produção de alimentos e práticas agrícolas que aumentem a produtividade, ajudem a manter os ecossistemas e melhorem a qualidade da terra e do solo. As ações da Pastoral da Criança, como o Acompanhamento Nutricional e a Alimentação e Hortas Caseiras buscam assegurar que todos tenham uma alimentação saudável e vida plena.

 

Dra. Zilda

“(...)a Pastoral da Criança quer que as famílias voltem a usar alguns alimentos, que são muito ricos em ferro e que foram deixados de lado como, por exemplo: feijão com arroz, ovos, moela de galinha, fígado, tutano e outras coisas mais; e foram deixadas de lado. Come-se mais pão, mais macarrão, né, alimentos que não têm ferro. Verduras verdes-escuras são muito ricas em ferro. Nós aconselhamos a todas as famílias que voltem a cozinhar feijão, o arroz e esses ingredientes tão ricos que ajudam tanto no desenvolvimento da criança. Um carinhoso abraço pra todos!"

Papa Francisco

“o direito à alimentação só será garantido se nos preocuparmos com o sujeito real, ou seja, com a pessoa que sofre os efeitos da fome e da desnutrição”