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Foto: Feminicídio Zero

A Lei Maria da Penha completa 18 anos neste mês de agosto. A lei estabelece medidas para proteger as vítimas, como a criação de juizados especiais de violência doméstica, a concessão de medidas protetivas de urgência e a garantia de assistência às vítimas.

Apesar das garantias da lei, a violência contra a mulher continua aumentando no país. Chama atenção o crescimento dos casos de feminicídio, quando a violência chega ao extremo. Em 2023, 1.467 mulheres morreram vítimas de feminicídio e 2.797 sofreram tentativas de feminicídio.

#FeminicídioZero

A campanha Feminicídio Zero surge para que nenhuma violência contra a mulher seja tolerada e para ajudar a perceber uma situação de violência contra a mulher, enfrentá-la e interrompê-la, antes que chegue ao feminicídio.

O líder da Pastoral da Criança, por atuar diretamente em contato com as famílias, pode contribuir com a redução do feminicídio no Brasil. Muitas vezes, as mulheres vítimas de violência deixam de procurar ajuda por vários motivos, como a vergonha ou o medo. O líder pode perceber situações como essa e orientar. Na entrevista a seguir vamos explicar melhor como fazer esse trabalho.

Novo Disque 180

Importante lembrar também que o governo federal lançou recentemente o Novo Disque 180, uma importante forma de Atendimento à Mulher.

Nessa central telefônica, o atendimento é feito exclusivamente por mulheres, a fim de garantir uma assistência humanizada à mulher em situação de violência, que tende a se sentir menos desconfortável ou inibida.

10 Mandamentos para a Paz na Família

O líder da Pastoral da Criança também pode compartilhar com as famílias os 10 Mandamentos para a Paz Na Família. O documento contém os princípios que regem a mensagem de paz que o líder partilha com as famílias que acompanha. São lições de respeito, união familiar, direitos e deveres.

Violência infantil

A violência contra a mulher não é o único tipo de violência doméstica. Milhares de crianças sofrem agressões dentro de casa no Brasil.

O líder da Pastoral da Criança pode ajudar a identificar sinais de uma criança que está em um ambiente violento. Elas podem apresentar problemas de comportamento, agressividade, mudanças de humor, excessiva tristeza, sentimento de abandono, dificuldade para fazer amigos e baixa autoestima.

Na entrevista a seguir, a advogada e integrante da Equipe Técnica da Coordenação Nacional da Pastoral da Criança, Lady Anne Cardoso, explica mais sobre a violência doméstica e o papel da Pastoral da Criança, das famílias, da sociedade e do governo para combatê-la.

 

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ENTREVISTA COM: Lady Anne Cardoso, Advogada e Membro da Equipe Técnica da Coordenação Nacional da Pastoral da Criança. Lady Anne, seja bem-vinda!

Lady Anne, o que é violência doméstica?

A violência doméstica refere-se a qualquer forma de abuso, violência ou maus-tratos que ocorrem no contexto de um relacionamento íntimo ou familiar. Podemos dizer que este tipo de violência acontece entre pais e filhos, entre parceiros e até entre cuidadores e idosos.

A violência doméstica normalmente só costuma ser denunciada quando envolve agressão física, até por ser mais fácil de perceber. Só que a agressão também pode ser psicológica, verbal, emocional, sexual, moral e econômica.

A própria situação de negligência nas necessidades básicas de alimentação, vestuário, saúde e higiene, especialmente quando se trata de crianças, idosos ou pessoas com deficiência, é considerada como um tipo de violência.

agosto dourado

Lady Anne Cardoso, Advogada e Membro da Equipe Técnica da Coordenação Nacional da Pastoral da Criança.

Quais são os sinais que ajudam a identificar possíveis casos de violência doméstica?

Há sempre um silêncio em torno da violência doméstica e saber identificar alguns dos principais sinais é fundamental para fornecer ajuda e apoio às vítimas.

Uma criança gerada no aconchego familiar e nas relações de afeto tem melhores condições de desenvolvimento e cuidado, ela sofre menos com o estresse. Por outro lado, aquela que é educada em um clima hostil e de violência familiar pode apresentar várias dificuldades ao longo do seu desenvolvimento.

Elas podem apresentar:

  • problemas de comportamento
  • agressividade
  • mudanças de humor
  • excessiva tristeza
  • sentimento de abandono
  • dificuldade para fazer amigos
  • baixa autoestima.

Essas vítimas se isolam de grupos e não participam de brincadeiras, apresentam relutância em sair de casa ou em participar de eventos sociais, além de problemas escolares, como queda no desempenho escolar e falta de concentração. Também podem apresentar sinais físicos, lesões inexplicáveis com relatos de supostos acidentes.

As crianças podem ainda apresentar um medo incomum de adultos ou de figuras de autoridade, ansiedade ou até mesmo comportamento muito submisso.

Reconhecer esses sinais pode ser o primeiro passo para ajudar uma pessoa em situação de violência doméstica. E apesar de ter aqui destacado mais em relação às crianças, a maioria se aplica às demais vítimas.

Se você suspeita que alguém está sendo vítima de violência doméstica, é importante abordar a situação com sensibilidade e oferecer apoio, encorajando-a a buscar ajuda profissional.

Viva a VidaPrograma de rádio Viva a Vida 1716 - 12/08/2024 - Combate à violência doméstica

Esta entrevista é parte do Programa de Rádio Viva a Vida da Pastoral da Criança.
Ouça o programa de 15 minutos na íntegra

Os conflitos familiares muitas vezes são inevitáveis. Lady Anne, como é possível lidar de modo saudável com esses conflitos?

A Pastoral da Criança vem fazendo permanentemente a Campanha pela paz nas famílias. Certamente, você já deve ter lido os “Dez Mandamentos para a Paz na Família”. É muito importante você ler estes Mandamentos junto com as famílias nas reuniões da comunidade, no dia da Celebração da Vida, nos encontros e reuniões.

Oriente as famílias que em um lar em que existe amor, respeito e diálogo, as crianças crescem mais saudáveis e felizes. Todos se sentem bem, porque a vida em harmonia reforça os laços de amor e torna a família mais forte e unida.

Está provado também que crianças maltratadas em seus primeiros anos de vida têm uma tendência significativa à violência. Então, é preciso prevenir. E o melhor jeito de prevenir é o amor, o diálogo e o perdão.

 

Leia a entrevista na íntegra

1716 - 12/08/2024 - Combate à violência doméstica

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1613º Objetivo de Desenvolvimento Sustentável

“Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis”.”

Dra. Zilda

"A paz começa dentro de cada pessoa e é transmitida aos outros".

Papa Francisco

“Almejo paz a todo o homem, mulher, menino e menina, e rezo para que a imagem e semelhança de Deus em cada pessoa nos permitam reconhecer-nos mutuamente como dons sagrados com uma dignidade imensa. Sobretudo nas situações de conflito, respeitemos esta ‘dignidade mais profunda’ e façamos da não-violência ativa o nosso estilo de vida."