A Pastoral da Criança é uma grande rede de voluntariado, e o reconhecimento desse trabalho é ter um dia dedicado à todos que contribuem para a melhoria da qualidade de vida das gestantes, crianças e famílias brasileiras. O dia 05 de dezembro, Dia da Pastoral da Criança, é o momento de celebrar e agradecer a todos que se dedicam à Pastoral da Criança . Essa rede se espalha por milhares de comunidades em todo o Brasil. Aqui você vai ficar sabendo como ser um voluntário da Pastoral da Criança, como atuam esses voluntários e o quanto a presença deles mudou e está mudando a realidade brasileira.
Dia internacional do voluntariado:
Esta data foi criada pelas Nações Unidas em 1985 para incentivar e valorizar o serviço voluntário em todo mundo. Nos países os voluntários atuam em áreas de guerra, salas de aula, em hospitais e casas – lugares em dificuldade à procura de uma mão amiga. Muitos ajudam mesmo sem estar presentes, por meio da internet fazem campanhas de ajuda ou simplesmente oferecem uma palavra de apoio.
Clóvis, em um mundo tão marcado pelo individualismo, pelos conflitos de interesses, pelo egoísmo, o que significa ser voluntário?
O voluntário é compromissado com a causa na qual acredita. Trabalha com amor, organiza-se com outros voluntários e luta para que a sociedade tenha menos sofrimento e mais justiça social. A Lei do Voluntariado nº 9.608, de 18 de fevereiro de 1998, considera o serviço voluntário como “atividade não remunerada, prestada por pessoa física a entidade pública de qualquer natureza ou instituição privada de fins não lucrativos, que tenha objetivos cívicos culturais, educacionais, científicos, recreativos ou de assistência social, inclusive, mutualidade”.
A Pastoral da Criança é uma rede de voluntários. Por isso, ganhou até uma data especial, o 5 de dezembro, não é isso?
Os líderes voluntários são a grande força que move a Pastoral da Criança. Eles são os nossos grandes homenageados.
Graças à dedicação de cada voluntário e colaborador da Pastoral da Criança, a história do Brasil nos últimos 30 anos foi marcada pela vitória da vida contra a morte precoce de crianças e gestantes. Outros ganhos foram alcançados nas comunidades. Estão mais organizadas, esclarecidas e mais fortes.
Estes ingredientes de sucesso, que a Pastoral da Criança levou para milhares de cidades, nos conduzem para um novo desafio: avançarmos ainda mais na construção de melhorias para as famílias e nos serviços públicos para a criança se desenvolver com saúde, paz e oportunidades para brincar e estudar. Para isso, precisamos conquistar mais voluntários. A Pastoral da Criança está aberta para receber outros voluntários, nas comunidades, que querem conhecer melhor o Dia da Celebração da Vida, a visita domiciliar e outras ações e experiências da Pastoral da Criança.
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Conquistar mais voluntários é preciso
O que faz um voluntário da Pastoral da Criança?
O voluntário pode ser um líder comunitário, que acompanha em média 12 famílias da vizinhança, com orientações sobre a saúde da gestante e da criança, desenvolvimento infantil, cidadania (direitos e deveres) e participação nos conselhos saúde, direitos da criança, segurança alimentar. Todos os meses os líderes visitam as famílias para ver como estão as crianças menores de 6 anos, e fazem uma celebração da vida com as crianças acompanhadas da comunidade, com brinquedos e brincadeiras e atividades com as gestantes. Eles também realizam uma reunião de reflexão e avaliação para discutir os assuntos da comunidade.
Os voluntários de apoio colaboram com estas atividades dos líderes, especialmente no dia da celebração da vida, com o preparo de um lanche para as crianças e como brincadores.
Sabemos que as pessoas dispõem de menos tempo para ser voluntário hoje em dia, especialmente nas cidades. Além de cuidar da família em casa é preciso trabalhar fora. Sobra somente o final de semana. Converse em casa sobre este assunto. Descubra como se envolver com os líderes da Pastoral da Criança, de acordo com a realidade de sua comunidade.
No dia do voluntário queremos agradecer todos os líderes voluntários por visitar as famílias e olhar para que as crianças cresçam com saúde. Vocês são dignos da confiança das pessoas para ouvir, aconselhar, instruir. O amor e a dedicação de cada líder nos faz acreditar que podemos transformar a família e a comunidade em um lugar ideal para a criança nascer e ser feliz.
Qualquer pessoa pode ser voluntária da Pastoral da Criança ou precisa ter uma qualificação especial?
Para se tornar líder é preciso fazer um curso oferecido pela Pastoral da Criança sobre saúde e desenvolvimento da criança. Enquanto faz o curso o voluntário conhece mais sobre o trabalho e ajuda como apoio da Pastoral da Criança.
Existem também voluntários para outras ações como capacitadores, conselheiros, articuladores, brinquedistas, colaboradores das hortas domésticas e comunicadores populares.
O trabalho voluntário traz melhores resultados quando os serviços públicos funcionam bem, com acesso e qualidade. A participação da comunidade nos conselhos de políticas públicas amplia as conquistas da Pastoral da Criança. Os voluntários da Pastoral da Criança que atuam como Articuladores junto ao Conselho Municipal de Saúde têm a missão de prevenir a mortalidade infantil e melhorar o acesso aos serviços de saúde.
Na sua opinião, o que motiva uma pessoa a ser voluntária da Pastoral da Criança?
O desejo de ajudar outras pessoas permeia a vida dos voluntários. Ser voluntário na Pastoral da Criança significa:
* fazer parte da Missão da Pastoral da Criança;
* servir com amor e dedicação a criança e as famílias mais pobres;
* ter compromisso Cristão a serviço da vida e da esperança e da paz;
* lutar para que todas as crianças tenham vida e a tenham em abundância;
* conhecer e participar das ações básicas de saúde, nutrição, educação e cidadania;
* vivenciar a espiritualidade da Pastoral da Criança que une Fé e Vida;
* participar da organização da comunidade;
* atuar na prevenção das causas da mortalidade infantil e da violência;
* estar comprometido com mudanças sociais.
A dedicação dos voluntários da Pastoral da Criança ajudou a produzir no Brasil uma mudança de mentalidade sobre os cuidados com a criança. As comunidades descobriram a sua força transformadora. Milhares de pessoas se sentem valorizadas onde vivem, sabem dialogar, assumem compromissos para melhorar a realidade em que vivem, fazem história e contribuem para a continuidade da história.
Como se tornar um voluntário da Pastoral da Criança?
Os voluntários da Pastoral da Criança desenvolvem ações de saúde, nutrição, educação, cidadania e espiritualidade de forma ecumênica nas comunidades pobres. As atividades visam promover o desenvolvimento integral das crianças, desde a concepção aos seis anos de idade, e a melhoria da qualidade de vida das famílias.
Informe-se nas paróquias das Igrejas e entre em contato com a coordenação da Pastoral da Criança na sua cidade. Endereços e telefones também estão disponíveis na Internet, no site da Pastoral da Criança.
Voluntariado, mobilização social e transformação da realidade
Clóvis BoufleurO voluntário é compromissado com a causa na qual acredita. Trabalha com amor, organiza-se com outros voluntários e luta para que a sociedade tenha menos sofrimento e mais justiça social. A Lei do Voluntariado nº 9.608, de 18 de fevereiro de 1998, considera o serviço voluntário como “atividade não remunerada, prestada por pessoa física a entidade pública de qualquer natureza ou instituição privada de fins não lucrativos, que tenha objetivos cívicos culturais, educacionais, científicos, recreativos ou de assistência social, inclusive, mutualidade”.
A Lei do Voluntário estabeleceu as garantias dos indivíduos e das organizações para a ação voluntária. Mas o que motiva alguém a ser voluntário? Dentre as razões, destacam-se o desejo pessoal – motivação religiosa, cultural, filosófica, política, emocional – o espírito cívico e cooperativo, a vontade de ofertar parte do tempo sem receber remuneração, a satisfação em participar de atividades sociais. A escolha de uma determinada organização para atuar como voluntário tem relação com a metodologia, os resultados possíveis de serem alcançados ou simplesmente a identificação com os objetivos da entidade, mais ou menos como o “sapato que serve no pé”.
O trabalho voluntário produz impacto no desenvolvimento social e na economia dos países. Estudos do Programa de Voluntários das Nações Unidas (UNV), em parceria com o Centro de Estudos da Sociedade Civil da Universidade John Hopkins, mostram o quanto as organizações da sociedade podem influenciar no desenvolvimento nacional, com impacto que atinge 5% no Produto Interno Bruto (PIB) dos países. No Brasil, existem lacunas com relação à oferta de informações precisas sobre a força do trabalho voluntário. A partir de 2011, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em cooperação com o Centro de Estudos da Sociedade Civil da Universidade John Hopkins, vai adotar o “Manual para Medir o Trabalho Voluntário”, da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
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No futuro próximo, esperamos dispor de dados atualizados para mensurar o trabalho voluntário no Brasil. O fato é que os voluntários e entidades sem fins lucrativos devem ser valorizados e prestigiados pelos governos e empresas pelo muito que contribuem para o país. Como resultado da sua ação, o voluntário atende necessidades, ajuda na transformação da comunidade, no fortalecimento da solidariedade e na melhoria da qualidade de vida de todos (inclusive de quem é voluntário).
Em 2002, pesquisa do IBGE sobre organizações sem fins lucrativos constatou que existiam no Brasil 338 mil organizações sociais dessa natureza. A pesquisa mostrou ainda que os voluntários representavam 53,4% dos colaboradores dessas organizações. De acordo com o estudo, 65% das organizações estavam localizadas no Sudeste e Sul do Brasil. Somente 4,8% na Região Norte. O estado de São Paulo concentrava 22% do total das organizações.
É equivocado pensar que a participação dos voluntários compete com ou diminui as responsabilidades do Estado em relação à garantia dos direitos da população. O voluntário tampouco substitui trabalhadores formais por trabalhadores voluntários. Eles representam a participação da sociedade e têm a missão de colaborar com a prevenção do sofrimento humano, promover o bem-estar e o desenvolvimento de comunidades mais justas e solidárias.
Enfrentar desafios
Atuar na comunidade significa também enfrentar desgastes físicos, provocados por dificuldades de acesso e perigos locais, como assinalam Virgínia Donizete de Carvalho e Washington José de Souza em um estudo realizado em Natal (RN). Existem também desgastes emocionais, como os sentimentos vivenciados de tristeza, desespero e revolta, diante de situações para as quais os voluntários não dispõem de recursos suficientes, ou, ainda, diante da dificuldade em se manter o controle ao presenciar cenas dolorosas.
Os autores Virgínia e Washington avaliaram que os líderes sabem que a mobilização da sociedade amplia o poder de transformação social. Mas estão conscientes de que os instrumentos de que dispõem não são suficientes para mudar a realidade encontrada. Este dilema pode inclusive implicar na desistência de alguns líderes, o que aumenta a rotatividade de voluntários em determinadas localidades. E completam: “A insuficiência do desempenho se encontra atrelada à ideia da incapacidade para enfrentar, com os recursos disponíveis, problemas relativos à infraestrutura urbana, à ineficiência das políticas públicas ou mesmo ao número insuficiente de voluntários dedicados à causa.”
O trabalho voluntário da Pastoral da Criança e de muitas entidades sofre o impacto da rotatividade provocada pelo processo migratório, da concentração e da dispersão de pessoas. A intensificação dos investimentos em obras de desenvolvimento no país, por exemplo, mudou o cenário de pequenas e grandes cidades. Milhares de trabalhadores e pessoas atraídas pelos empreendimentos migram para os canteiros de obras. Muitos municípios dobram o número de habitantes em poucos meses. Já outros municípios têm a população diminuída, como indicam os dados do Censo 2010 do IBGE. As entidades que congregam voluntários e o Estado precisam se antecipar para enfrentar problemas sociais causados pela mobilidade humana, como a concentração de doenças, acidentes e violência
CONVIDE +1 |
Líder, você é feliz na Pastoral da Criança? Então, passe essa ideia para mais um! Convide mais alguém para ser líder da Pastoral da Criança. Há muitas pessoas na comunidade que, com certeza, gostariam de fazer parte dessa grande rede de solidariedade e amor ao próximo, portanto, convide +1. Se cada líder conseguir mais um voluntário para a Pastoral da Criança, poderemos chegar a mais comunidades e acompanhar mais famílias e gestantes |
Convide +1
A Pastoral da Criança, desde 2012, esta incentivando a campanha “Convide +1”, onde pede que os líderes e voluntários da Pastoral da Criança convidem mais um conhecido, amigo ou vizinho, para também participar das atividades que são desenvolvidas nas comunidades.
Irmã Vera Lúcia Altoé, coordenadora nacional da Pastoral da Criança e grande idealizadora da campanha, em suas visitas pastorais pelo país, reforça esse convite. “Convide mais alguém de sua comunidade para ser líder da Pastoral da Criança. Como gesto concreto nesses 30 anos de missão, vamos conquistar mais voluntários e procurar expandir a nossa ação a todas as crianças e famílias de nossas comunidades”, reforça Irmã Vera.
É semeando que a Pastoral da Criança desenvolve sua missão
A Pastoral da Criança da Diocese de Caxias do Sul (RS), sempre promove ações para o fortalecimento da missão da Pastoral da Criança. Anualmente é realizado um encontro com a participação de coordenadores, multiplicadores, capacitadores, articuladores e outros voluntários que atuam na diocese, com momentos de oração espiritualidade, formação contínua e autoestima, destacando a confiança na capacidade de ser e agir diante das situações que se apresentam.
No último encontro realizado, um dos temas discutido foi a importância das Reuniões de Reflexão e Avaliação (RRA). Também durante o encontro, os participantes puderam vivenciar um dos momentos de trabalho da Pastoral da Criança. Eles visitaram uma comunidade no ramos Divino Espírito Santo, com a finalidade de divulgar e fortalecer o trabalho da Pastoral da Criança na comunidade.
Durante a visita foram cadastradas 62 novas crianças entre zero e seis anos e uma gestante. Em uma segunda etapa do trabalho, as novas famílias acompanhadas foram acolhidas no salão da comunidade, onde puderam conhecer mais do trabalho realizado pela Pastoral da Criança.
Ramo São João Batista do município de Apodi (RN) ganha novos líderes
Em outubro deste ano o ramos São João Batista e Nossa Senhora da Conceição, do município de Apodi (RN), receberam novos líderes para a ação da Pastoral da Criança.
Durante a capacitação do Guia do Líder, foram discutidos temas como as visitas domiciliares, procura de gestantes, visita às unidades de saúde, celebração da vida e reunião de reflexão e avaliação (RRA). A maioria dos novos líderes já atuavam na Pastoral da Criança e relataram que a capacitação do Guia lhes trouxe mais segurança para realizar o acompanhamento de crianças e gestantes.
Na conclusão da capacitação do Guia do Líder, foi realizada uma celebração da Vida com a participação das crianças e famílias da comunidade Assentamento Caiçara, local da capacitação. Os líderes puderam colocar em prática todos os conhecimentos e também aproveitaram o momento para realizar a RRA e preencher a Folhas de Acompanhamento das Ações Básicas de Saúde (Fabs).
Paróquia São José, da Vila Nova em Porto Alegre (RS) recebe novos líderes
Dra. Zilda
"Quando fecho os olhos e penso no que aconteceu nesses anos todos, vejo uma multidão de pessoas voluntárias. Milhares e milhares de jovens, adultos e idosos, muitos deles na idade madura, aposentados ou não, lutando com bravura por um mundo melhor, a partir das crianças, suas famílias e comunidades. Perguntam-me, muitas vezes: “O que motiva essa legião de pessoas?”. “É o amor”, respondo.”
Papa Francisco
“Paradoxalmente, numa época em que a globalização permite conhecer as situações de necessidade no mundo, parece crescer a tendência ao individualismo e ao fechamento em si mesmos. Tendência que leva à indiferença – em nível pessoal, institucional e governamental – por quem morre de fome ou sofre por desnutrição. Mas fome e desnutrição jamais podem ser considerados um fato normal ao qual se habituar, como se fosse parte do sistema. Algo deve mudar em nós mesmos, na nossa mentalidade, nas nossas sociedades.”
Em setembro a paróquia São José da Vila Nova,no município de Porto Alegre (RS)m recebeu quatro novos líderes da Pastoral da Criança. Para marcar o envio, foi celebrada uma missa na paróquia.
Depoimento sobre o Voluntariado da Pastoral da Criança
“Ninguém se arrepende depois que entra para a Pastoral da Criança. É bom demais. Vale a pena, porque o amor que aquelas crianças têm por nós é muito lindo”. (Dilva Alves de Almeida).