Foto: Acervo da Pastoral da Criança.
Com 15 anos de idade tive meu primeiro contato com a Pastoral da Criança, minha mãe era coordenadora diocesana de Abaetetuba, no interior do Pará, e vivia comentando em casa a dificuldade de encontrar voluntário disponíveis para serem capacitadores, um dia perguntei o que esse capacitador deveria fazer e após ouvir sua explicação me propus a ser capacitadora do Guia do Líder, e assim se deu meu SIM a missão.
A capacitação aconteceu em Belém/PA e logo no início, na apresentação a multiplicadora questionou se eu realmente tinha responsabilidade para ser uma capacitadora pois era em sua visão jovem demais, então lhe respondi que “Deus não escolhe os capacitados e sim capacita os escolhidos” e até onde sabia não se fala no evangelho nada em relação a idade. Pode até parecer que minha resposta foi arrogante mas na verdade eu precisava demonstrar que tinha fé, vivência pastoral e principalmente que se havia sentido o chamado de Deus não poderia desistir diante do primeiro obstáculo, pois para ser voluntário é necessário ter fé, vontade, comprometido, garra e coragem de ser colocar a serviço do outro.
Foto: Acervo da Pastoral da Criança.
A partir daquela capacitação minha vida missionária desabrochou pois á cada grupo que conhecia e compartilhava conhecimento mais realizada me sentia, era gratificante poder ensinar o que havia aprendido e mais ainda ouvir os depoimentos ao fim da capacitação de cada novo voluntário sobre como suas vidas tinham um novo sentido e do quanto sentiam-se responsáveis em sair ao encontro das famílias para repassar os ensinamentos.
Tenho certeza que cada voluntário tem uma história bonita sobre o porquê escolheu e/ou como foi envolvido pela Pastoral da Criança. Eu mesma já participei de outras pastorais da igreja, mas foi e continua sendo na Pastoral da criança que percebi meu potencial de transformar a vida de outras pessoas de um modo que foge de minha dimensão, afinal é inevitável não adotar como nossas as famílias acompanhadas, nos envolvemos com os problemas bem como nos contagiamos com as transformações e conquistas.
Penso que a maior motivação do líder é o recebimento de um caloroso abraço, um sorriso largo cheio de vida e esperança de uma criança que ele pode está acompanhando desde o ventre materno. É olhar para a família e ver que através das orientações repassadas mensalmente contribuíram para o cuidado para o desenvolvimento pleno dos seus filhos tendo presente que você líder foi e continuará sendo uma figura importante para eles.
Lady Anne Cardoso, advogada e missionária da Pastoral da Criança Internacional.
Por isso quando alguém me pergunta por que falo com orgulho que sou parte da Pastoral da Criança, minha resposta imediata é: porque entrei pensando que estaria ajudando ao próximo mas na verdade estava ajudando a mim, pois em cada ação desenvolvida, a cada visita domiciliar, a cada abraço, sorriso que recebo tenho certeza que mais recebo do que dou, o ganho é meu pois não há nada mais valioso na vida do Cristão do que o sentimento de gratidão em poder usar todos os dons dados por Deus para fazer o bem.
E não pense que a única maneira de contribuir é sendo líder, vocẽ pode ser parte da Pastoral da Criança na sua comunidade sendo um brinquedista, articulador de saúde, capacitador, apoio dos líderes que tenham dificuldades ou não tenham um aparelho de celular compatível para usar o aplicativo visita domiciliar, enfim, há diversas maneiras de contribuir, busque aquela que mais se encaixa ao seu perfil e venha se unir a nós nesta linda e gratificante missão a serviço da vida do próximo. Há famílias brasileiras precisando de você!