Missão

Foto:  Acervo da Pastoral da Criança

O Dia Mundial da Conscientização do Autismo foi criado pela Organização das Nações Unidas (ONU), no ano de 2007. Essa data foi escolhida com o objetivo de levar informação à população para reduzir a discriminação e o preconceito, especialmente às crianças, que apresentam o Transtorno do Espectro Autista. O autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento e as pessoas dentro desse espectro, de formas particulares, podem apresentar dificuldade na comunicação social ou interação social e padrões restritos e repetitivos de comportamento, como movimentos contínuos, interesses fixos e hipo ou hipersensibilidade a estímulos sensoriais. Por isso, quanto antes as crianças com autismo forem acompanhadas pelo serviço de saúde, mais oportunidades elas terão de começar cedo as terapias e tratamentos adequados para cada caso.

Para falar sobre este tema convidamos o Doutor Carlos Takeuchi, neuropediatra do Instituto PENSI - Pesquisa e Ensino em Saúde Infantil, em São Paulo, Capital.

Doutor Carlos Takeuchi, neuropediatra do Instituto PENSI - Pesquisa e Ensino em Saúde Infantil, em São Paulo, Capital.

ENTREVISTA COM: Doutor Carlos Takeuchi, neuropediatra do Instituto PENSI - Pesquisa e Ensino em Saúde Infantil, em São Paulo, Capital.

Doutor Carlos, o que é autismo ou transtorno do espectro autista?

O transtorno do espectro autista é uma condição na qual a pessoa tem déficits, tanto na comunicação como na interação social nos múltiplos contextos.

Quais profissionais podem fazer o diagnóstico, Doutor? E como ele é feito?

Geralmente, o diagnóstico é feito por um neurologista infantil ou psiquiatra. Em alguns casos, podem ser mais desafiadores e o diagnóstico pode ser mais demorado. O diagnóstico é clínico, podendo ser baseado numa avaliação neuropsicológica em alguns casos.

Quais são os sinais ou sintomas que podem indicar o autismo em crianças?

Os sintomas podem ser diversos, mas comumente a gente observa uma dificuldade de manter uma conversa normal; um reduzido interesse no que diz respeito às emoções, os afetos; há uma dificuldade grande para iniciar ou responder às interações sociais; mas também os outros comportamentos comunicativos não verbais como: gestos, expressões faciais; há um déficit para desenvolver, manter e compreender relacionamentos, existindo a ausência de interesse por pares. Normalmente, ainda inclui padrões restritos e repetitivos de comportamentos. Interesses ou atividades com movimentos motores, uso de objetos ou falas repetitivas. Insistência nas mesmas coisas. Adesão inflexível a rotinas ou padrões ritualizados de comportamento verbal ou não verbal. Interesses fixos e altamente restritos que são anormais, tanto em intensidade ou foco. Uma preocupação com objetos incomuns. Resposta rápida e exagerada aos estímulos sensoriais ou interesse incomum por eles. O fascínio visual por luzes ou objetos que rodam. Respostas diversas a sons ou texturas específicas, cheiro ou toque excessivo de objetos. Aparente indiferença à dor, ao calor e ao frio. Todos esses sintomas podem estar presentes e se apresentarem precocemente no desenvolvimento. Mas podem ser manifestados apenas quando as demandas sociais exigirem deles. E podem ser mascarados por estratégias que essas pessoas aprendem ao longo da vida. Esses sintomas causam um prejuízo clínico significativo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida no presente.

Existe cura para o autismo? Como é feito o tratamento?

Não há cura para o autismo. É muito importante dizer isso. Existe tratamento com as terapias de reabilitação e pode, eventualmente, ser necessário o uso de medicação para o controle de sintomas, como agressividade, estereotipias excessivas, agitação ou até mesmo distúrbio do sono.

Conheça nosso material "e-Autismo"

Leia a entrevista na íntegra

1697 - 01/04/2024 - Dia Mundial do Autismo

 Acervo da Pastoral da Criança

Sabemos que a água e o clima estão presentes no cotidiano das pessoas e que são essenciais para o futuro da humanidade. Pensando nisso, a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico, escolheu como tema do Dia Mundial da Água no Brasil em 2024: “Água nos Une, o Clima nos Move”. Infelizmente, a mudança climática afeta sobretudo grupos vulneráveis com falta de água para abastecimento, encarecimento de alimentos impactados por eventos climáticos e aumento de doenças.

Com a série de doenças que vêm com a falta de saneamento básico e que geram várias internações, principalmente nas crianças, a Pastoral da Criança e o Instituto Trata Brasil chamam a atenção para a importância deste bem precioso para a vida e trabalham a fim de mudar esta difícil realidade.

ENTREVISTA COM: Luana Pretto, presidente-executiva do Instituto Trata Brasil.

O que se entende por saneamento básico?

Luana Pretto, presidente-executiva do Instituto Trata Brasil.

O saneamento básico é a união de 4 vertentes de infraestrutura: uma delas é o acesso à água potável. A outra é a coleta e tratamento dos esgotos. Sendo assim, a água potável que a gente consome na nossa casa, o resíduo que a gente gera lavando roupa, no vaso sanitário, na torneira, na pia, no banho, toda essa água se transforma em esgoto que precisa ser tratado para depois voltar para a natureza. E as outras duas vertentes do saneamento básico são: a drenagem, que é a gestão das águas das chuvas; e a coleta de lixo e tratamento desse lixo.

Como a falta de saneamento básico afeta a vida das pessoas, principalmente das crianças?

A falta de saneamento básico afeta diretamente a vida das pessoas, principalmente das crianças, porque quando a gente ingere uma água que está fora dos padrões de potabilidade exigidos pelo Ministério da Saúde. Isto é, uma água que não é uma água tratada, ou quando a gente tem contato com o esgoto que não é tratado, transmite doenças que podem nos contaminar: dengue, esquistossomose, leptospirose, a própria diarreia, lombriga, doenças ginecológicas, quando a gente não tem água para fazer higiene íntima, doenças bucais. Então, existe uma série de doenças que vêm com a falta de saneamento básico e que geram várias internações, principalmente nas crianças.

Que consequências a falta de saneamento básico causa no desenvolvimento infantil?

Pelo fato de as crianças ficarem muito mais doentes quando não se tem acesso ao saneamento básico, essas crianças têm o seu desenvolvimento intelectual e físico comprometido. São crianças que acabam se desestimulando na aprendizagem escolar, faltando muito mais à aula e isso compromete a escolaridade média dessas crianças e o futuro dessas crianças.

Quais são as principais políticas públicas que lidam com a água e o saneamento básico no Brasil?

Nós temos a Política Nacional de Recursos Hídricos que faz toda a gestão dos recursos hídricos dos rios do nosso país. Nós temos o Marco Legal do Saneamento Básico que é essa lei que estipula as metas para a universalização do acesso ao saneamento básico. E nós temos também diversas normas regulamentadoras, editadas pela Agência Nacional de Água e Saneamento para a operação dos serviços de saneamento básico, e muitas políticas estaduais de recursos hídricos também e políticas municipais que trazem também características mais locais em relação à gestão do saneamento básico.

O que é o Instituto Trata Brasil e quais são seus objetivos?

O Instituto Trata Brasil é uma OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) que foi criada no ano de 2007 que tem como objetivo fomentar o avanço do acesso à água e à coleta e tratamento de esgoto e à proteção dos recursos hídricos do nosso país. Nosso objetivo é fazer com que todos os cidadãos do nosso país tenham acesso ao saneamento básico e cobrar dos decisores públicos o avanço em relação a esse tema.

Leia a entrevista na íntegra

Programa de Rádio 1695 - 18/03/2024 - Dia Mundial da Água  

 Acervo da Pastoral da Criança

A Páscoa é uma importante festividade para os cristãos de todo o mundo, em que se celebra a ressurreição de Jesus Cristo. Todos os anos nos preparamos para comemorar a Páscoa, essa data especial que nos traz bons sentimentos de paz e esperança em que celebramos a renovação da vida e o fortalecimento de nossa fé.

O amor que Jesus devotou a toda a humanidade é o mesmo amor que devemos ter para com o nosso próximo. Que possamos dedicar nossas ações, seguindo seus ensinamentos de fraternidade e amizade social, que nasce a partir do amor ao próximo e nos incentiva a buscar o melhor da vida, sem exclusões, para que nossas ações dia após dia, na família, na comunidade sejam em busca de promovermos os mais necessitados, em especial, as crianças e gestantes.

ENTREVISTA COM: Irmã Veroni Medeiros, Conselheira Provincial da Congregação das Irmãs Escolares de Nossa Senhora, e reside atualmente em Porto Alegre, Rio Grande do Sul.

A vida de Jesus aqui na terra certamente não terminou com a sua morte. Ele ressuscitou. Que sinais identificam a Sua presença na comunidade?

Jesus disse que de muitas formas continuaria presente na comunidade. Disse que toda vez que nos reuníssemos em seu nome, Ele estaria presente entre nós. Quando se despediu dos discípulos, disse: “Eu estarei com vocês todos os dias até o fim dos tempos”. Ele se identifica com as pessoas que mais precisam, com os pobres, com os humildes, com aqueles que sofrem e pedem ajuda. Encontramos Jesus em todas as crianças que querem ter mais vida: “Tudo o que fizerdes ao menor dos meus irmãos, a mim o fareis”. Por isso, Ele continua presente e muito vivo no meio de nós.

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1696 - 25/03/2024 - Páscoa

 Acervo da Pastoral da Criança

A Tuberculose é uma doença infecto-contagiosa causada por uma bactéria que afeta principalmente os pulmões, mas também pode ocorrer em outros órgãos do corpo, como ossos, rins e meninges (membranas que envolvem o cérebro).

A transmissão é direta, de pessoa a pessoa. O doente expele, ao falar, espirrar ou tossir, pequenas gotas de saliva que contém o agente infeccioso e podem ser aspiradas por outro indivíduo contaminando-o. Somente 5% a 10% dos infectados pelo Bacilo de Koch adquirem a doença.

Pessoas vivendo com HIV/Aids, diabetes, insuficiência renal crônica (IRA), desnutridas, idosos doentes, usuários de álcool e outras drogas/tabagistas são mais propensos a contrair a tuberculose.

ENTREVISTA COM: Liza Bueno Rosso, Enfermeira e Coordenadora do Programa da Tuberculose do município de Curitiba e do estado Paraná.

O que é tuberculose?

Liza Bueno Rosso, Enfermeira e Coordenadora do Programa da Tuberculose do município de Curitiba e do estado Paraná.

A tuberculose é uma doença que afeta principalmente os pulmões, causada por uma bactéria, Mycobacterium tuberculosis, que é o agente causador. Mas ela também pode, se desenvolvida, ir para qualquer outro órgão do nosso corpo. Existem outras formas de tuberculose que não é a do pulmão. Pode ser uma tuberculose óssea, uma tuberculose renal. Em qualquer parte do nosso organismo, o bichinho da tuberculose sai do pulmão e entra na corrente sanguínea e procura um local que ele goste de permanecer e lá ele vai causar a doença. Sendo assim, a gente tem vários tipos de tuberculose. A principal tuberculose, que a gente identifica mais, é a tuberculose pulmonar, que é a que transmite a doença. É importante, também falar que quando a pessoa tem as outras formas, que não seja a pulmonar, ela não transmite para ninguém, mas ela adoece. Dessa forma, é necessário fazer o diagnóstico das tuberculoses que são conhecidas como tuberculoses extrapulmonares.

Como a tuberculose é transmitida?

Ela é transmitida através de gotículas, uma doença de transmissão aérea podendo vir por gotículas, tosse, espirro, pela fala. É quando a gente faz a inalação dessas secreções.

As crianças também podem pegar tuberculose? Como é feita a prevenção para as crianças?

Sim, as crianças vão pegar principalmente dos adultos que convivem com ela. Elas pegam através dessas gotículas da saliva, da fala do adulto transmitindo, alguém da casa. A melhor forma de prevenção contra a tuberculose é a vacinação BCG, que a criança toma no primeiro ano de vida. Porém, ela só previne para as formas mais graves de tuberculose, aquela que realmente tem muita dificuldade de fazer, de levar a cura. É importante dizer que, mesmo vacinada, ela pode vir a desenvolver tuberculose pulmonar, uma forma menos grave. Mas sim, ela pode desenvolver tuberculose, então é importante que a criança tome a vacina da BCG para a prevenção das formas graves.

Uma gestante que tem tuberculose pode fazer o tratamento contra a tuberculose?

Sim, o medicamento é totalmente seguro tanto para ela quanto para o bebê. É importante que a mãe, quando esse bebê nasça, não esteja transmitindo mais pelas vias aéreas, que é a chance de, se ela não estiver tratando, transmitir depois que o bebê nasça. É importante, sim, que a gente faça o diagnóstico e ela possa tratar sem risco para ela e para o bebê durante a gestação.

Leia a entrevista na íntegra

1694 - 11/03/2024 - Luta contra a Tuberculose