Foto: Acervo da Pastoral da Criança
O Dia Mundial da Conscientização do Autismo foi criado pela Organização das Nações Unidas (ONU), no ano de 2007. Essa data foi escolhida com o objetivo de levar informação à população para reduzir a discriminação e o preconceito, especialmente às crianças, que apresentam o Transtorno do Espectro Autista. O autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento e as pessoas dentro desse espectro, de formas particulares, podem apresentar dificuldade na comunicação social ou interação social e padrões restritos e repetitivos de comportamento, como movimentos contínuos, interesses fixos e hipo ou hipersensibilidade a estímulos sensoriais. Por isso, quanto antes as crianças com autismo forem acompanhadas pelo serviço de saúde, mais oportunidades elas terão de começar cedo as terapias e tratamentos adequados para cada caso.
Para falar sobre este tema convidamos o Doutor Carlos Takeuchi, neuropediatra do Instituto PENSI - Pesquisa e Ensino em Saúde Infantil, em São Paulo, Capital.
Doutor Carlos Takeuchi, neuropediatra do Instituto PENSI - Pesquisa e Ensino em Saúde Infantil, em São Paulo, Capital.
ENTREVISTA COM: Doutor Carlos Takeuchi, neuropediatra do Instituto PENSI - Pesquisa e Ensino em Saúde Infantil, em São Paulo, Capital.
Doutor Carlos, o que é autismo ou transtorno do espectro autista?
O transtorno do espectro autista é uma condição na qual a pessoa tem déficits, tanto na comunicação como na interação social nos múltiplos contextos.
Quais profissionais podem fazer o diagnóstico, Doutor? E como ele é feito?
Geralmente, o diagnóstico é feito por um neurologista infantil ou psiquiatra. Em alguns casos, podem ser mais desafiadores e o diagnóstico pode ser mais demorado. O diagnóstico é clínico, podendo ser baseado numa avaliação neuropsicológica em alguns casos.
Quais são os sinais ou sintomas que podem indicar o autismo em crianças?
Programa de rádio Viva a Vida 1697 - 01/04/2024 - Dia Mundial do Autismo
Esta entrevista é parte do Programa de Rádio Viva a Vida da Pastoral da Criança.
Ouça o programa de 15 minutos na íntegra
Os sintomas podem ser diversos, mas comumente a gente observa uma dificuldade de manter uma conversa normal; um reduzido interesse no que diz respeito às emoções, os afetos; há uma dificuldade grande para iniciar ou responder às interações sociais; mas também os outros comportamentos comunicativos não verbais como: gestos, expressões faciais; há um déficit para desenvolver, manter e compreender relacionamentos, existindo a ausência de interesse por pares. Normalmente, ainda inclui padrões restritos e repetitivos de comportamentos. Interesses ou atividades com movimentos motores, uso de objetos ou falas repetitivas. Insistência nas mesmas coisas. Adesão inflexível a rotinas ou padrões ritualizados de comportamento verbal ou não verbal. Interesses fixos e altamente restritos que são anormais, tanto em intensidade ou foco. Uma preocupação com objetos incomuns. Resposta rápida e exagerada aos estímulos sensoriais ou interesse incomum por eles. O fascínio visual por luzes ou objetos que rodam. Respostas diversas a sons ou texturas específicas, cheiro ou toque excessivo de objetos. Aparente indiferença à dor, ao calor e ao frio. Todos esses sintomas podem estar presentes e se apresentarem precocemente no desenvolvimento. Mas podem ser manifestados apenas quando as demandas sociais exigirem deles. E podem ser mascarados por estratégias que essas pessoas aprendem ao longo da vida. Esses sintomas causam um prejuízo clínico significativo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida no presente.
Existe cura para o autismo? Como é feito o tratamento?
Não há cura para o autismo. É muito importante dizer isso. Existe tratamento com as terapias de reabilitação e pode, eventualmente, ser necessário o uso de medicação para o controle de sintomas, como agressividade, estereotipias excessivas, agitação ou até mesmo distúrbio do sono.
Leia a entrevista na íntegra
1697 - 01/04/2024 - Dia Mundial do Autismo
3º Objetivo de Desenvolvimento Sustentável
“Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades.”
A promoção e proteção da saúde são essenciais para o bem-estar de todos e para o desenvolvimento econômico e social sustentável. Por isso, visitar as famílias acompanhadas; realizar a vigilância nutricional; promover e participar de reuniões e encontros com as famílias; estabelecer a articulação com o Sistema de Saúde e outros métodos, são uma das principais ações dos líderes da Pastoral da Criança.
Dra. Zilda
“As crianças, quando estão bem cuidadas, são sementes de paz e esperança. Não existe ser humano mais perfeito, mais justo, mais solidário e sem preconceitos que as crianças.”
Papa Francisco
"Encorajo vocês a continuarem o seu trabalho caminhando junto às pessoas com autismo: não só para elas, mas antes de mais nada com elas."