Foto: Acervo da Pastoral da Criança
O Dia das Mães ou Dia da Mãe é uma data comemorativa que homenageia anualmente a figura familiar materna e a maternidade. Mãe, Mamãe, Mainha, Manhê, Mamis... São tantas formas de chamar alguém que é tão especial. Que se dedica tanto, sem nada pedir em troca. O vínculo materno é algo estabelecido muito antes do nascimento, e é o primeiro evento de organização psíquica (embora primitivo) de uma criança. Nesse sentido, a mãe se torna um elemento primordial no cuidado da criança, na observação dos seus sentimentos e emoções, na formação de sua identidade.
Ser mãe é viver as alegrias e os sofrimentos que ser mãe representa, unidas à fé, à esperança, ao amor-doação. É saber criar seus filhos e saber gerá-los para a vida.
Profª Núbia Simão, Coord. do Programa de Direitos Humanos da Pontifícia Universidade Católica de Goiás..
ENTREVISTA COM: Profª Núbia Simão, Coord. do Programa de Direitos Humanos da Pontifícia Universidade Católica de Goiás.
Professora Núbia, qual é a importância de cuidar da saúde das mães?
A mãe é uma cuidadora, em essência. Então, esse amor de serviço, esse amor de entrega é um amor que exige muito. Então, a mãe deve ser cuidada. Como podemos cuidar da mãe? São coisas simples. É, às vezes, pegar o bebê e dar uma volta para a mãe ter um momento de atividade física, que é fundamental para ela ter saúde. Essa mãe precisa de um cuidado realmente nutricional, com alimentação, né? E essa mãe continuar estudando. Então, um dos cuidados mais importantes é a mãe continuar estudando e se ver como uma personalidade, uma pessoa que tem direitos e deveres, né? Que ela é mãe, mas também é uma pessoa humana e digna de direitos e também digna de ser amada, ser cuidada.
Professora Núbia, como podemos ajudar as mães adolescentes na questão sócio-escolar?
Então, eu acredito que é muito importante um trabalho de conscientização. Esse trabalho de conscientização, hoje, que a gente elogia muito o trabalho da Pastoral da Criança pelo Aplicativo da criança e da gestante. Por quê? Porque é preciso que essas mães adolescentes tenham acesso a que tipo de conhecimento? Nutrição infantil, para que essas crianças cresçam com saúde, a questão das vitaminas, a importância da vacinação, a prevenção aos tipos de violência, e é importante que existam dados a respeito de falta. Está faltando escola, está faltando medicação no plano de saúde. Então, eu acredito que esse aplicativo pode ser uma porta para que políticas públicas venham a ser executadas de forma mais precisa.
Professora Núbia, quais são as políticas públicas voltadas para as mães?
Programa de rádio Viva a Vida 1702 - 06/05/2024 - Dia das Mães
Esta entrevista é parte do Programa de Rádio Viva a Vida da Pastoral da Criança.
Ouça o programa de 15 minutos na íntegra
Então, hoje a gente tem um grande braço que é a LOAS. A partir da LOAS, a gente tem então uma série de políticas previstas em leis para atendimento a toda a população. E dentro desse atendimento, a gente tem aquelas políticas de saúde voltadas para a mulher, que são de assistência de saúde, que envolvem ginecologia, obstetrícia, tudo isso, esse cuidado. E temos também a parte psicológica. Então, existe todo um arcabouço de lei, legislação, para que essas mães recebam um apoio público e de assistência social para continuar tendo os filhos. Uma das políticas que a gente considera mais importante é a manutenção das creches e a expansão das creches e das escolas de pré-infância, que vão dar a essa mãe condições de estudar e trabalhar.
Professora Núbia, o que é sobrecarga materna? E como conciliar tantas demandas?
A sobrecarga materna, ela vem de uma sociedade que tem baixa amizade social. O tema da Campanha da Fraternidade deste ano chama a nossa atenção para essa amizade social. Não é só a mãe a responsável pela criança, mas é toda a comunidade.
Maria Lúcia da Silva, da Equipe Técnica da Coordenação Nacional da Pastoral da Criança. Goiânia, Goiás..
ENTREVISTA COM: Maria Lúcia da Silva, da Equipe Técnica da Coordenação Nacional da Pastoral da Criança. Goiânia, Goiás.
Maria Lúcia, quais são os programas sociais voltados para as mães solo?
Hoje, nós temos diversos programas sociais voltados para as mães solteiras. Em 2020, inclusive, foi criado um projeto de lei permanente para as mães solteiras e chefes de famílias de baixa renda. Além disso, elas têm algumas prioridades em políticas sociais. Elas têm prioridades em creches, em cotas mínimas de contratação em empresas. E nós temos hoje em torno de 11 milhões de mães que criam seus filhos sozinhas, que estão expostas a diversas vulnerabilidades e que são obrigadas a se dividirem entre os afazeres domésticos, cuidados com os filhos e proventos do lar. Então, essas mães realmente precisam ser acudidas e serem vistas na sociedade com maior cuidado, porque realmente quando não se tem um parceiro com quem elas possam contar, em que elas possam estar dividindo os cuidados com os filhos, os cuidados com o lar, a situação fica muito mais crítica e dolorosa. E a gente precisa fazer com que essas leis e essas prioridades saiam do papel e que sejam realmente cumpridas.
Leia a entrevista na íntegra
1702 - 06/05/2024 - Dia das Mães
3º Objetivo de Desenvolvimento Sustentável
“Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades.”
Ao visitar as mães e as gestantes, os voluntários da Pastoral da Criança acompanham seus medos, angústias, alegrias e felicidades. E levam informações para que elas possam ter uma vida saudável e cuidar da melhor forma possível de seus filhos. Ação que assegura o bem-estar de todos, como proposto pelo 3º Objetivo do Desenvolvimento Sustentável (ODS), promovido pela ONU.
Dra. Zilda
“Quando você ensina as mães e famílias a cuidarem melhor dos filhos, você está construindo um mundo melhor, mais justo e fraterno para essas crianças."
Papa Francisco
"O olhar materno é o caminho para renascer e crescer. As mães, as mulheres olham o mundo não para o explorar, mas para que tenha vida."