jornada mundial dos pobres lideres visitando comunidade

Foto: Acervo da Pastoral da Criança

Ir ao encontro do outro para servir, é uma escolha e nesse momento do Advento, em preparação para o Natal, todos nós somos convidados a fazer essa opção. “Celebrar o Natal é um momento de alegria e bênçãos pela chegada do Salvador. Mas queremos neste ano chamar a atenção para o Natal de milhões de famílias que vivem na pobreza e na exclusão e que assim como nasceu o menino Jesus, podemos ver tantos meninos Jesus que nascem nas áreas de periferias, nas famílias mais empobrecidas, excluídas e também são rejeitadas nesta sociedade do consumo, do lucro e vivem literalmente à margem da sociedade.” Então celebrar o Natal de Jesus, nascido numa manjedoura, numa gruta, é lembrar as famílias que vivem hoje na pele a descriminação e o sofrimento por causa da sua condição social. É nesse contexto que dom José Ionilton Lisboa de Oliveira, bispo da Prelazia de Itacoatiara, no Amazonas e membro da Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Sociotransformadora da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), nos convida a refletir o Natal.

Lady AnneDom José Ionilton Lisboa de Oliveira, bispo da Prelazia de Itacoatiara, Amazonas.

ENTREVISTA COM: Dom José Ionilton Lisboa de Oliveira, bispo da Prelazia de Itacoatiara, Amazonas.

Como ligar a história do nascimento de Jesus com o contexto social atual, caracterizado pela pobreza, pela fadiga e até pela desesperança de algumas pessoas?

O Evangelho narra que Maria e José, indo fazer o recenseamento em Belém, não encontraram hospedaria. E Maria chegou à hora de dar à luz ao menino e tiveram que ir para um curral de animais. A gente chama até com um nome bonito, de manjedoura. Isto é um sinal evidente desta exclusão social que Jesus teve ao nascer. E podemos muito bem fazer uma ligação entre esse fato que aconteceu com a vida de Jesus ao nascer, com a realidade de tantas famílias hoje também que vivem na pobreza, na exclusão e veem seus filhos nascendo sem nenhuma condição de uma vida digna.

Viva a VidaPrograma de rádio Viva a Vida 1578 - 20/12/2021 - Natal

Esta entrevista é parte do Programa de Rádio Viva a Vida da Pastoral da Criança.
Ouça o programa de 15 minutos na íntegra

Na sua opinião, como celebrar o Natal e o Ano Novo ao lado dos familiares de maneira segura, diminuindo os riscos de transmissão da Covid-19, já que a pandemia ainda não acabou?

Celebrar o Natal e o Ano Novo nesse tempo ainda da pandemia é fazer a festa com responsabilidade. Celebrar com todas as precauções que ainda esse tempo de pandemia nos pede que a gente tenha. Evitar aglomerações, usar a máscara, fazer a higienização das mãos. Orientar as pessoas da família que ainda não é hora de se realizar grandes festas que podem trazer riscos à saúde. E assim fazendo, a gente cuidando dessa forma, de nós, da nossa família, a gente vai estar colaborando com a saúde pública e com o bem de todas as pessoas.

“E não havia lugar para o menino nascer...”, diz o Evangelho. Na sua opinião, as crianças, hoje, nascem em condições dignas?

Uma parte sim, uma parte não. Uma parte das famílias que têm condições financeiras, acaba tendo uma vida com dignidade até em abundância. Mas existe um número muito grande de famílias que ainda vivem na pobreza, vivem na exclusão. E é claro que essas crianças que nascem nessas famílias, crescem nessas famílias mais empobrecidas e excluídas, a dignidade acaba sendo atingida. E como é que a gente pode colaborar para que todas as crianças nasçam e cresçam com dignidade? É fazendo a nossa parte, exercendo a nossa cidadania, cobrando políticas públicas para a superação das causas do empobrecimento. E enquanto cristãos, católicos, atuar nas pastorais sociais, aí está a Pastoral da Criança, por exemplo, para que as crianças pobres tenham também carinho, cuidado, assistência e proteção. Não deixar que as crianças que nascem em famílias empobrecidas tenham menos vida do que as outras crianças que nascem em famílias economicamente equilibradas.

maria raimunda araujo de souza tavaresDom José Valdeci Santos Mendes, bispo da Diocese de Brejo, no Maranhão e Presidente da Comissão Social Transformadora da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

ENTREVISTA COM: Dom José Valdeci Santos Mendes, bispo da Diocese de Brejo, no Maranhão e Presidente da Comissão Social Transformadora da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

A CNBB, através da ação evangelizadora da Igreja, encorajou-nos a “ser igreja nas casas”. Como podemos fazer isso especialmente neste período de Natal?

A Igreja nos propõe a Novena de Natal em preparação a este grande acontecimento, o nascimento do Filho de Deus. Então, é muito importante que a Novena seja feita em família. Assim, fortalece nossa Igreja doméstica; ajuda-nos a redescobrir a importância da oração em família e nos proporcionará a vivência do diálogo. É Cristo que quer continuar nascendo em nossas vidas, em nossas famílias e nos nossos corações. E isto nos leva a um empenho na solidariedade, na justiça, na paz e no amor. E que a luz do Menino Deus possa brilhar na nossa vida e despertar para um compromisso cada vez mais no empenho da defesa da vida.

O senhor poderia deixar sua mensagem de Natal para todos os nossos ouvintes?

A festa do Natal é a confraternização do amor, o amor de Deus. É a chegada do Emanuel, o Deus conosco, que quer nos iluminar. Desejo a cada um e a cada uma que o Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo renove a nossa fé e a nossa esperança. Um Feliz Natal para todos e todas e que Deus vos abençoe agora e sempre.

 

Leia a entrevista na íntegra: 1578 - 20/12/2021 - Natal

 

1616º Paz, justiça e instituições eficazes

“Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis”

É preciso construir um mundo justo e fraterno. Natal é tempo de paz e amor.
“O Natal é luz para nossos corações, não é comércio, nem presentes. É Jesus que vem para alegrar os nossos corações e nos tornar todos irmãos”. Dra Zilda

   

Dra. Zilda

“É Jesus que vem no Natal e não o Papai Noel. É importante ensinar isso às crianças para que elas cresçam sabendo o verdadeiro sentido do Natal”.

Papa Francisco

“O Sinal Admirável do Presépio, muito amado pelo povo cristão, não cessa de suscitar maravilha e enlevo. Representar o acontecimento da natividade de Jesus equivale a anunciar, com simplicidade e alegria, o mistério da encarnação do Filho de Deus”.