Em geral, os pais têm dúvidas e dificuldades para lidar e falar com as crianças sobre frustrações do cotidiano ou a questão de pequenas perdas. Poupar as crianças e não oferecer o limite necessário, achando que são muito pequenas para entender a verdade, não é o ideal para que cresçam sem medo, num ambiente de paz.
As crianças crescem num contexto social do imediatismo do mundo atual, no qual estamos inseridos e também são influenciadas por isso. Existem outros fatores que podem levar ao inconformismo excessivo frente à frustração. Muitas crianças têm acesso à informação, à alimentação, a vestuário, a brincadeiras de forma muito rápida e fácil. Isso pode modificar a forma como a criança lida com a frustração, pois tem baixa tolerância e pouca paciência para esperar.
Tolerância e paciência
A convivência com a família é uma oportunidade para conversar com a criança, sobre as perdas do cotidiano na vida das pessoas. Nem sempre somos vencedores. No jogo, nas brincadeiras, na vida, temos vencedores e perdedores. Nas brincadeiras livres, a criança aprende e se desenvolve usando sua imaginação e criatividade. Nessas brincadeiras e jogos, junto com outras crianças, elas demonstram como reagem em relação a adesão às regras, a capacidade de se colocar no lugar do outro e a sua reação frente às vitórias e derrotas. É fundamental que as crianças façam a experiência de sentimentos diversos de alegrias, tristezas, decepções, coragem. Pais e professores também podem auxiliar a criança a elaborar tais sentimentos e conviver com eles.
A brincadeira de faz de conta, fundamental para o desenvolvimento da criança até por volta dos seis anos, ajuda, entre outras coisas, a superar situações de medo e angústia, o que permite a criança conviver com esses sentimentos. O essencial para ajudar os filhos a superar pequenas frustrações e perdas é a capacidade de conversar e escutar as perguntas das crianças. Responder suas perguntas e ouvir suas opiniões é uma forma de mostrar atenção, cuidado e respeito por ela.
É difícil e dolorido, para a maioria das pessoas, falar com as crianças que uma pessoa querida morreu, ou sobre a morte de um animalzinho de estimação. Como pais, gostaríamos que nossos filhos não precisassem passar por isso, pelo menos quando são tão novos.
Falar a verdade
Na opinião de especialistas, independente da idade da criança e da situação, a morte de um parente ou amigo próximo, uma pessoa que ela vê morta na rua, ou bichinho de estimação, não devemos mentir, esconder o fato das crianças. Inventar desculpas ou histórias do tipo: vovó descansou ou a priminha virou estrelinha confundem e podem gerar insegurança, pois a criança pequena pode ficar com medo de descansar e sumir como a vovó. Ou até mesmo fazer algo que a priminha fez, virar estrelinha e nunca mais aparecer e ver a mãe o pai e as outras pessoas que ela ama.
É importante que pais e familiares fiquem atentos às atitudes das crianças frente aos medos causados pela morte de pessoas muito queridas. Quando elas são confrontadas com limites e perdas, diante das suas birras, choros e frustrações, o melhor que podemos oferecer podemos oferecer é: escutar, dar atenção, ter firmeza, paciência e amor. Aprender a superar frustações e pequenas perdas é o que vai ajudar a criança a ir aprendendo a lidar com perdas maiores, como a morte de um parente, de uma pessoa querida.
Saiba mais: Conversando sobre um assunto difícil
Leia também:
Em caso de perdas, é tempo de renovar a esperança!