Tema: Mortalidade Materna

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Foto: gajus

A redução da mortalidade materna ainda é um desafio para o Brasil e para outros países. Nenhum país conseguiu atingir a meta de diminuição da taxa, proposta pela Organização das Nações Unidas (ONU) até 2015, por meio dos Objetivos do Milênio.
Para agravar ainda mais a situação, a pandemia tem afetado diretamente as gestantes e mulheres no pós-parto, especialmente em 2021. Segundo dados do Observatório Obstétrico Brasileiro Covid-19 (OOBr Covid-19) divulgado pelo Senado Federal, o número de mortes de gestantes ou de mulheres no pós-parto por infecções respiratórias e outras complicações triplicou em 2021 em relação à média semanal de 2020. No ano passado, houve 457 mortes, média de 10,2 óbitos por semana. Já nas primeiras 16 semanas de 2021, ocorreram 494 mortes, cerca de 30 por semana. Essa realidade precisa ser mudada com urgência e para isso faz-se necessário o trabalho conjunto do governo, da sociedade civil e da própria comunidade, com foco na prevenção e no cuidado da saúde das gestantes e das mulheres no pós-parto. E o líder da Pastoral da Criança tem papel especial que pode ajudar muitas mulheres neste momento. Saiba mais sobre o assunto na entrevista com Caroline Dalabona, nutricionista da Coordenação Nacional da Pastoral da Criança.

O que é considerado morte materna?

A morte materna é aquela que ocorre durante o período da gestação, parto e até quarenta e dois dias depois do parto (puerpério) e que foi causada por qualquer fator relacionado ou agravado pela gravidez ou por medidas tomadas em relação a ela. Não é considerada morte materna a que é provocada por fatores acidentais ou incidentais.

Viva a VidaPrograma de rádio Viva a Vida
1548 - 24/05/2021 - Mortalidade Materna


Esta entrevista é parte do Programa de Rádio Viva a Vida da Pastoral da Criança.
Ouça o programa de 15 minutos na íntegra

Quais são as maiores dificuldades para a redução da mortalidade materna?

A não realização do pré-natal ou quando a gestante não consegue fazer um pré-natal adequadamente, ou faz um pré-natal incompleto; e a dificuldade no acesso ao serviço de saúde, a exames e suplementos. Em alguns casos a falta de informação e a demora em buscar ajuda, muitas vezes por dificuldades de transporte, por estar longe do hospital, entre outras dificuldades. Todos estes fatores dificultam a redução e contribuem para mais mortes.

O que precisa ser feito para diminuir o número de mortes durante a gestação, parto e pós-parto?

caroline dalabona

 Caroline Dalabona - Nutricionista da Pastoral da Criança

Em primeiro lugar, políticas públicas voltadas para a diminuição da desigualdade social. A gente sabe que as gestantes com maior vulnerabilidade, as mais pobres, são aquelas que sofrem mais em relação a não ter acesso ao pré-natal, não ter serviço de qualidade, estar distante do recurso quando precisa, seja um hospital, seja uma própria unidade de saúde, não ter acesso a exames. Então, a primeira coisa é isso, diminuir a desigualdade social. Além disso, lógico, muita informação, orientação para essas gestantes, para que cada vez mais elas sejam conscientes e busquem por seus direitos.

Que cuidados são necessários para evitar a morte materna por Covid-19?

O principal cuidado é a prevenção. Evitar sair de casa, evitar aglomeração. Nesses casos, se precisar sair, manter o distanciamento; usar máscara de boa qualidade e, se possível, ficar ao ar livre ou em ambiente bem ventilados; lavar sempre as mãos ou usar álcool em gel. Enfim, os cuidados que a gente conhece tão bem que previnem a infecção pelo Coronavírus.

Como a Pastoral da Criança ajuda na prevenção da mortalidade materna?

A Pastoral da Criança atua com foco nos primeiros mil dias de vida, que é o período da gestação com os dois primeiros anos de vida do bebê. Os nossos líderes, os nossos voluntários, fazem visitas mensais para as gestantes para transmitir informações importantes. Nesse momento, inclusive, eles estão fazendo visitas virtuais devido à pandemia. É o momento de contato em que os nossos voluntários transmitem informações sobre o pré-natal de qualidade, sobre quais são as vacinas que a gestante precisa tomar, sobre quais são os exames que ela precisa fazer, orientações sobre alimentação saudável, sobre atividade física, sobre outras informações que são necessárias para que a gestante tenha conhecimento e consiga ter um pré-natal de qualidade e busque seus direitos. A Pastoral da Criança também transmite as informações e orientações pelos nossos meios de comunicação: nosso site, nosso programa de rádio Viva a Vida, nossas mídias sociais e pelo nosso Aplicativo. Não deixe de acessar, tenho certeza de que vocês vão gostar.

Leia a entrevista na íntegra: 1548 - Mortalidade Materna (.PDF) 

 

E SDG Icons NoText 033º Objetivo de Desenvolvimento Sustentável

“Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades”

Meta 3.1 - Brasil - Até 2030, reduzir a razão de mortalidade materna para no máximo 30 mortes por 100.000 nascidos vivos.

Dra. Zilda

“Leve à gestante a Palavra de Deus, a certeza de que Deus a ama e de que a vida que ela carrega em seu ventre é abençoada, é graça, dom de Deus”

Papa Francisco

"“Acada mulher grávida, quero pedir afetuosamente: Cuida da tua alegria, que nada te tire a alegria interior da maternidade. Esta criança merece a tua alegria.
Não permitas que os medos, as preocupações, os comentários alheios ou os problemas apaguem esta felicidade de ser instrumento de Deus para trazer uma nova vida ao mundo.
Ocupa-te daquilo que é preciso fazer ou preparar, mas sem obsessões, e louva como Maria: “A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador, porque pôs os olhos na humildade da sua serva “ (Lc 1, 46-48).
Vive, com sereno entusiasmo, no meio dos teus incômodos e pede ao Senhor que guarde a tua alegria para poderes transmiti-la ao teu filho.”"