Foto: Seeseehundhund
Logo depois do parto, muitas são as dúvidas e transformações que ocorrem na vida da mulher. Além do aspecto físico, torna-se ainda mais concreta a responsabilidade de cuidar de um novo ser. Para o bebê, este também é um período de mudanças e adaptação. Por isso, informação é fundamental para que o pós-parto seja saudável e o mais tranquilo possível.
Para saber mais sobre os cuidados nesta fase, confira a entrevista com Karen Estevam Rangel, enfermeira obstetra que trabalha em Curitiba (PR).
O que é o período chamado de pós-parto?
Programa de rádio Viva a Vida
1338 - 22/05/2017 - Pós-parto
Esta entrevista é parte do Programa de Rádio Viva a Vida da Pastoral da Criança.
Ouça o programa de 15 minutos na íntegra
Sul
Norte
Clinicamente, o pós-parto é o momento a partir do nascimento do bebê até o 42º dia após esse nascimento. Mas, a gente sabe que é muito mais do que isso. Pode durar um mês ou dois meses, depende de como será a adaptação da mãe com o bebê.
O que acontece no corpo da mulher no período do pós-parto?
Acontece uma readaptação do corpo feminino. Imagine o útero: ele cresceu por 40 semanas e, dependendo do peso do bebê, conseguiu segurar três quilos do neném, mais 1,5 quilo de placenta e líquido amniótico. O pós-parto é o período em que tudo isso vai voltar ao local.
Quais os documentos que a mulher recebe no momento da alta hospitalar?
No momento da alta, a mulher recebe a carteirinha do bebê, a carteirinha dela do pré-natal, os papéis de orientação sobre o retorno nas consultas e a Declaração de Nascimento do bebê, para que ela possa registrar o seu filho no cartório mais próximo de sua casa.
Karen Estevam
Quais são os sinais que representam perigo e que a mulher deve ficar atenta?
Febre; mau cheiro, nas secreções vaginais ou mesmo na incisão da cesariana; dor de cabeça, principalmente, para aquelas mulheres que tiveram cesárea. É preciso, também, prestar atenção nos locais que dêem abertura para alguma infecção.
Por que ainda ocorrem tantas mortes de mulheres no período do pós-parto?
Eu participo do Comitê de Mortalidade Materna de Curitiba (PR), e nós percebemos que há má assistência, intervenções desnecessárias no período da gestação e do trabalho de parto, um alto número de cesarianas, que nos coloca na primeira posição no Ranking Mundial de Cesarianas, o que não é legal. São tantas as intervenções durante o trabalho de parto, para acelerar esse processo, que causam as mortes maternas. Precisamos, urgentemente, rever tudo isso. Falta uma boa assistência no pré-natal, que ajude a identificar e a usar somente esses procedimentos em situações de risco.
Leia a entrevista na íntegra: 1338 - Entrevista com Karem Estevan - Pós-parto (.PDF)