Durante a gestação, a maioria das orientações que a mulher deve seguir em relação à alimentação, são semelhantes às indicações para qualquer pessoa que queira comer bem: refeições com alimentos variados e frescos, com bastante verdura e fruta, evitando opções industrializadas, gordurosas, com muito sal ou açúcar. Mas alguns cuidados são ainda mais importantes para quem está nutrindo uma vida em seu ventre. Um deles tem a ver com os alimentos crus, que quando não higienizados da maneira correta, podem apresentar riscos de contaminação e doenças.
Lúcia Aparecida Ceolim, que já foi coordenadora da Pastoral da Criança em âmbito paroquial e diocesano, em Maringá (PR), viveu este perigo na pele. “Tenho dois filhos adultos, mas tive três abortos em função da toxoplasmose”, conta.
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Gestante tem que comer bem, mas não por dois
Durante a gestação do filho caçula, ela foi diagnosticada com a chamada “doença do gato” (nome popular da toxoplasmose) e havia risco do filho ficar com sequelas. “O médico deu 20% de chance de ser saudável e disse que estava sendo generoso, que eu não tivesse muita esperança de ter um filho normal”, recorda. Mas, Lúcia foi perseverante e seguiu todas as recomendações, acreditando que seu filho poderia se desenvolver plenamente. Depois do nascimento, ele foi acompanhado mais de perto até os dois anos, para garantir que tudo corria bem. “Deus foi muito generoso. Hoje ele tem 32 anos e é um filho lindo”, comemora.
Por ter passado por esta doença e ter sentido o medo de consequências que poderiam ser mais graves por falta de informação, Lúcia passou a prestar mais atenção na higienização dos alimentos e ponto de cozimento das carnes – um aprendizado para a vida toda, para evitar uma nova contaminação. Com os filhos mais crescidos, ela começou a fazer parte da Pastoral da Criança, em 1989, na Paróquia Santa Izabel de Portugal, onde até hoje orienta outras gestantes a partir de sua experiência. Nos anos 90, também colaborou no município vizinho, Apucarana, na Paróquia Santíssima Mãe de Deus.
Dra. Zilda
“No acompanhamento da gestante mês a mês, através da visita domiciliar, você está melhorando o mundo, pelo benefício que leva à gestante e à criança, na partilha do saber e do amor fraterno”.
Papa Francisco
“É preciso recuperar um espírito contemplativo, para que o amor de Deus incendeie os nossos corações”.
Da gestação para a vida toda
Outro exemplo de mudança de hábitos vem da Paróquia São José Operário - Jardim Paranaense, na região sul de Curitiba. Rosane Duarte Guimarães, coordenadora paroquial da Pastoral da Criança, lembra do exemplo de uma gestante adolescente que tinha o hábito de comer bolacha recheada com leite, quase todos os dias. “Ela dizia que tinha muita fome, queria comer o dia todo”, conta.
Aline engravidou ao 17 anos e começou a ser acompanhada pela Rosane, que também é líder, bem no início da gravidez. Com isso, a relação de confiança entre as duas foi se fortalecendo e, aos poucos, entre as demais orientações do Guia do Líder, a voluntária reforçou a importância da escolha dos alimentos naturais, em substituição aos industrializados. “Ao invés de bolacha, por que você não come uma fruta?”, sugeria a coordenadora.
Hoje, a mãe reconhece que a mudança em sua alimentação foi fundamental para a saúde de sua filha Ágata, que já completou 2 anos e 3 meses. A menina nasceu com o peso ideal e está se desenvolvendo muito bem. “A mãe me disse que se não fosse o que nós falamos para ela, talvez sua filha não estaria tão saudável e comendo frutas. A criança chega na Celebração da Vida e logo pede: 'Dá banana!'”, diz Rosane.