jornada mundial dos pobres lideres visitando comunidade

Foto:  Acervo da Pastoral da Criança

O dia 2 de abril foi instituído pela ONU em 2007 como o Dia Mundial de Conscientização do Autismo.
O autismo ou Transtorno do Espectro Autista (TEA), não é uma doença e sim um transtorno do neurodesenvolvimento, e costuma ser identificado pelos especialistas antes dos 3 anos, mas os próprios pais podem detectar os primeiros sinais já nos primeiros meses de vida, assim, buscar ajuda especializada quanto antes.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que em todo o mundo, uma em cada 160 crianças tenha o transtorno.
Os diagnósticos de crianças com Autismo têm aumentado nos últimos anos, contudo, ainda não se pode afirmar as causas, mas evidências científicas sugerem que provavelmente há muitos fatores que tornam uma criança mais propensa a ter um TEA, incluindo os fatores ambientais e genéticos.
Com o objetivo de esclarecer um pouco mais sobre o assunto, neste mês de conscientização do autismo, entrevistamos Carolina Correa, diretora do Centro de Ensino Estruturado para o Transtorno do Espectro Autista, em Curitiba, Paraná.

professora roberta guedes

Carolina Correa, diretora do Centro de Ensino Estruturado para o Transtorno do Espectro Autista, em Curitiba, Paraná.

ENTREVISTA COM: Carolina Correa, diretora do Centro de Ensino Estruturado para o Transtorno do Espectro Autista, em Curitiba, Paraná.

O que é autismo? Existe uma causa?

Autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento que afeta diferentes habilidades. Entre elas, estão as habilidades de socialização, comunicação e comportamento.
Estudos apontam que as causas são multifatoriais, ou seja, podem ser fatores ambientais, genéticos, de modo que prejudicam o desenvolvimento da criança ainda na fase gestacional. 

Quais são as principais características do autismo?

Viva a VidaPrograma de rádio Viva a Vida 1593 - 04/04/2022 - Autismo

Esta entrevista é parte do Programa de Rádio Viva a Vida da Pastoral da Criança.
Ouça o programa de 15 minutos na íntegra

Existem inúmeras características, uma vez que como todas as pessoas, cada uma tem suas especificidades de funcionamento, potencialidades e dificuldades, mas as principais características estão relacionadas à dificuldade de interação social, na comunicação, comportamentos estereotipados e repetitivos como a ecolalia (repetição de sílabas, palavras ou frases já ouvidas), por exemplo, e apresentam reações sensoriais de acordo com os estímulos do ambiente.

Existe uma idade mais adequada para o diagnóstico?

É possível observar características desde muito cedo, uma vez que o espectro autista está relacionado com o atraso do desenvolvimento já na primeira infância.
Em alguns casos já é possível identificar e diagnosticar com 12, 24 meses.

Como a família pode saber se a criança tem ou não autismo?

É importante ficar atento aos marcos de desenvolvimento e buscar um profissional capacitado para auxiliar na identificação.
Alguns sinais de alerta são: pouco ou nenhum contato visual; não atende ao ser chamado e nesse caso é descartada a possibilidade de problemas auditivos; possuir movimentos repetitivos; pouca interação com o outro, mesmo quando se trata de familiares mais próximos.
Estes são alguns sinais que a família deve levar em consideração em caso de suspeita de autismo.

Quem faz o diagnóstico do autismo?

O diagnóstico pode ser multiprofissional envolvendo neuropediatra, psicopedagogo, psicólogo.
O importante é fazer a escolha de profissionais habilitados que realizem a observação e apliquem alguns protocolos avaliativos.

Depois de diagnosticado, como é feito o acompanhamento? Existe um tratamento?

Após o diagnóstico é muito importante pensar na família como um todo. Os tratamentos podem variar de acordo com a necessidade de cada pessoa. Pode ser necessário o acompanhamento com o pessoal da fonoaudiologia, da psicologia, da psiquiatria.
Além de programas que utilizam técnicas com base em evidência científica para que realmente possam contribuir para a melhoria do desenvolvimento da pessoa com autismo.

Na sua opinião, como os líderes da Pastoral da Criança podem orientar as famílias com crianças autistas?

Uma das estratégias que podem ser sugeridas às famílias é o auxílio no que se refere à organização da rotina da antecipação de fatos que vão ocorrer ao longo do dia, da semana, para que apoie a compreensão da organização do tempo gerando maior segurança e minimizando os episódios de irritabilidade e crises.
Isso pode ser feito através do uso de imagens, por exemplo. Objetos que representam ações também ajudam. Manter um ambiente equilibrado com estímulos adequados evitando excessos também favorecem a qualidade de vida e o desenvolvimento da pessoa com
autismo.

 

  Leia a entrevista na íntegra: 1593 - 04/04/2022 - Autismo

E SDG Icons NoText 033º Objetivo de Desenvolvimento Sustentável

“Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades.”

A promoção e proteção da saúde são essenciais para o bem-estar de todos e para o desenvolvimento econômico e social sustentável. Por isso, visitar as famílias acompanhadas; realizar a vigilância nutricional; promover e participar de reuniões e encontros com as famílias; estabelecer a articulação com o Sistema de Saúde e outros métodos, são uma das principais ações dos líderes da Pastoral da Criança.

Dra. Zilda

“Quando você ensina as mães e famílias a cuidarem melhor dos filhos, você está construindo um mundo melhor, mais justo e fraterno para essas crianças.” 

Papa Francisco

"Obrigado por essa bela iniciativa e pelo compromisso em benefício dos pequenos que lhes foram confiados. Tudo o que vocês fizeram a um só destes pequenos, vocês fizeram a Jesus!"