A ideia de que a luta pela demarcação de um território indígena é apenas causa dos índios é equivocada. Essa luta também é nossa, porque é uma luta pelo equilíbrio do planeta.

Eles estão lutando por todos nós que estamos nas cidades, por um ar melhor, para termos água potável, ter alimento, ter menos doenças, enfim, lutam por uma vida saudável e pela casa comum, que tanto pede o Papa Francisco.

A regularização dos seus territórios é a principal reivindicação dos povos indígenas e eles sempre têm lutado por isso, chegando até a colocar suas vidas em risco. Mesmo assim, vários governos têm se negado a viabilizar essa regularização. Quando acontece é depois de muita luta, porque são muitos anos até ser confirmado um território indígena, é um processo complexo, necessita da memória histórica e documentos físicos para ajudar na comprovação da tradicionalidade do território.

Pensar a saúde indígena é considerar as suas especificidades. Ela é diferente, daí a necessidade da existência de uma política especial de atenção à saúde indígena.

Como afirma Eduardo Cerqueira, secretário do CIMI, no Brasil é comum dizer que tem muita terra para pouco índio. E ainda pior, que os índios não gostam de trabalhar, são preguiçosos, que são bagunceiros. Enfim, uma série de preconceitos que acaba recaindo sobre os povos indígenas.