A promoção da saúde vai além do atendimento em unidades básicas. Começa na escuta ativa da população, no reconhecimento das realidades locais e na atuação de pessoas comprometidas com o bem comum. Em muitas comunidades, são os agentes locais que ajudam a transformar necessidades em ações concretas, contribuindo para que a saúde seja, de fato, um direito acessível a todos.

É o caso de Vilma Cavalcanti de Sousa, líder da Pastoral da Criança em Ceilândia (DF), que atua como representante da comunidade no Conselho Local de Saúde, levando demandas relacionadas à vacinação, saneamento básico, alojamento conjunto e acesso a medicamentos essenciais. Líderes como Vilma desempenham um papel estratégico no controle social do Sistema Único de Saúde (SUS). Essa atuação aproxima a gestão pública da população e contribui para a construção de políticas mais eficazes e alinhadas com as necessidades reais das comunidades.

“Os líderes levam as reivindicações da Pastoral da Criança para o conselho de saúde. Eles apresentam a realidade das famílias acompanhadas com as suas necessidades e propõem políticas públicas para melhorar a qualidade de vida das crianças e das famílias”, destaca.

Vilma Cavalcanti de Sousa (à esquerda) representa a Pastoral da Criança no Conselho Local de Saúde de Ceilândia (DF)


Esse tipo de participação fortalece a noção de pertencimento. Segundo um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), comunidades que se envolvem nos processos de decisão tendem a confiar mais nos serviços de saúde, aderir melhor às ações propostas e multiplicar práticas saudáveis no dia a dia. Assim, a promoção da saúde deixa de ser uma ação pontual e passa a integrar a rotina da comunidade, tornando-se mais sustentável e com impacto duradouro.

Para Maria Inês Monteiro de Freitas, coordenadora nacional da Pastoral da Criança, esse trabalho diário nas comunidades é um dos pilares para transformar a saúde em um direito acessível e eficaz para todos.

“Os líderes da Pastoral da Criança são grandes promotores de saúde. Eles vão de casa em casa levando orientações importantes sobre saúde para as famílias, e também se engajam nas lutas comunitárias por melhores condições de vida”, afirma. 


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