Foto: Marcello Caldin
Antigamente, acreditava-se que as doenças crônicas (tais como: obesidade, hipertensão, diabetes, infartes e derrames) começavam apenas na fase adulta. Mas, estudos comprovam que eles podem ter início ainda no útero, quando o bebê está se desenvolvendo no ventre materno. As pesquisas apontam que os cuidados durante os primeiros 1000 dias de vida do bebê, sobretudo no que diz respeito à nutrição, são essenciais para o bom desenvolvimento do indivíduo ao longo de toda a vida.
Em maio de 2015, a Pastoral da Criança lançou a campanha “Toda gestação dura 1000 dias”, em parceria com a Rede Globo, para divulgar ainda mais a importância da gestação e dos dois primeiros anos de vida – que já era trabalhada pelos voluntários com as famílias acompanhadas. Um ano depois, a campanha continua.
Programa de rádio Viva a Vida
1287 - 30/05/2016 - Toda gestação dura 1000 dias
Esta entrevista é parte do Programa de Rádio Viva a Vida da Pastoral da Criança.
Ouça o programa de 15 minutos na íntegra
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Para saber mais sobre os primeiros 1000 dias de vida e as novidades nesta área, confira a entrevista com Caroline Dalabona, nutricionista da coordenação nacional da Pastoral da Criança – que, inclusive, participou da elaboração de uma exposição permanente sobre este tema para o Museu da Vida, em Curitiba (PR).
O que compreende este período dos primeiros 1000 dias de vida?
Esse período dos primeiros 1000 dias de vida da criança compreende todo o período da gestação, que dura, em média, 270 dias, mais os dois primeiros anos de vida da criança. Isso totaliza, aproximadamente, 1000 dias de vida. É um período extremamente importante de crescimento e desenvolvimento do bebê. O que acontece nesse momento pode gerar repercussões para o resto da vida dessa criança.
Segundo novas pesquisas, o aleitamento materno é o principal indicador de saúde infantil nos primeiros 1000 dias de vida. É isso mesmo?
Isso mesmo. Diversas pesquisas atuais demonstram o diferencial que o aleitamento materno traz no desenvolvimento da criança de forma geral: na saúde, no desenvolvimento cognitivo, no desenvolvimento emocional, na inteligência. Mas isso não é apenas nesse período da vida. Os benefícios do aleitamento materno se estendem ao longo da vida adulta dessa criança, principalmente no aumento da inteligência e na redução da ocorrência de sobrepeso e diabetes. Então, crianças que são amamentadas ao seio têm menos chance de ter sobrepeso, obesidade e diabetes na vida adulta. Além das vantagens para a criança, o aleitamento materno também promove benefícios para a mãe, como a proteção contra o câncer de mama e ovário, além de prevenir o diabetes tipo dois.
Caroline Dalabona - Nutricionista da coordenação nacional da Pastoral da Criança
A Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) e a revista The Lancet dizem que o Brasil é referência mundial em aleitamento. Qual é a contribuição da Pastoral da Criança nisso?
Recentemente, o Brasil recebeu o título de referência mundial em aleitamento materno. Isso significa que as ações voltadas para o incentivo ao aleitamento materno estão dando resultados muito positivos, ou seja, mais crianças estão sendo amamentadas ao seio no Brasil. Sem dúvida nenhuma, a Pastoral da Criança tem um importante papel nessa conquista. As orientações e informações que, mensalmente, todos os líderes passam para as nossas famílias, com certeza, ajudaram muitas mães e crianças a terem sucesso na amamentação. Eu, aqui, parabenizo a todos os nossos líderes e voluntários da Pastoral da Criança que fazem esse trabalho com tanta dedicação e que contribuíram para que mais crianças recebessem o leite materno e tivessem mais saúde.
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Leia a entrevista na íntegra: 1287 - Entrevista com Caroline Dalabona - Toda gestação dura 1000 dias (.PDF)