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Acervo da Pastoral da Criança

A Campanha da Fraternidade 2023, que tem como tema “Fraternidade e fome”, e o lema “Dai-lhes vós mesmos de comer” (Mt 14,16). Também foi aprovada pelos bispos do Conselho Permanente a oração da Campanha da Fraternidade 2023:

Pai de bondade,
ao ver a multidão faminta,
vosso Filho encheu-se de compaixão,
abençoou, repartiu os cinco pães e dois peixes
e nos ensinou: “dai-lhes vós mesmos de comer”.
Confiantes na ação do Espírito Santo,
vos pedimos:
inspirai-nos o sonho de um mundo novo,
de diálogo, justiça, igualdade e paz;
ajudai-nos a promover uma sociedade mais solidária,
sem fome, pobreza, violência e guerra;
livrai-nos do pecado da indiferença com a vida.
Que Maria, nossa mãe, interceda por nós
para acolhermos Jesus Cristo em cada pessoa,
sobretudo nos abandonados, esquecidos e famintos.
Amém

ENTREVISTA COM: Dom Odelir José Magri, Bispo de Chapecó, Santa Catarina

Qual é o objetivo da Campanha da Fraternidade 2023?

A Campanha da Fraternidade sempre é, em primeiro lugar, um modo de celebrar a Quaresma. Por isso, ela nos coloca numa dinâmica de fraternidade, em espírito de conversão pessoal, comunitária e social. Mais especificamente, o objetivo da Campanha da Fraternidade deste ano é sensibilizar a sociedade e a Igreja para enfrentarem o flagelo da fome, por meio de compromissos que transformem esta realidade a partir do Evangelho de Jesus Cristo. 

Que consequências a fome traz especialmente para as crianças e gestantes?

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Dom Odelir José Magri, Bispo de Chapecó, Santa Catarina

São diversas as consequências, especialmente no campo da saúde, seja ela física ou psíquica. As pessoas que substituem, no fundo, a alimentação saudável por uma alimentação prejudicial com um custo menor sofrem consequências dramáticas com isso. Não podem se manter, nem se defender, dos ataques dos parasitas ou das forças naturais. Mas também o problema do raquitismo, a influência que tem sobre o desenvolvimento intelectual, as pessoas se tornam mais vulneráveis às doenças, especialmente as crianças, pode comprometer o crescimento e o desenvolvimento físico e cognitivo, uma vez que a anemia, que é a ausência de ferro no organismo, pode comprometer o desenvolvimento dos órgãos, tecidos e funcionamento cerebral, afetando capacidades como a memória, a atenção, a leitura e a aprendizagem. E assim, a gente pode imaginar uma mãe gestante que espera um bebê e precisa se nutrir bem para nutrir este ser que está gerando também, além, é claro, do sofrimento psicológico. 

Qual é o significado das palavras de Jesus “Dai-lhes vós mesmos de comer”? 

Em primeiro lugar, precisamos ter presente que os Evangelhos nos revelam que, na época de Jesus, também havia um povo sobrecarregado de dívidas, uma realidade de fome, um povo atormentado pela paralisia física, social ou situação também de exclusão, de miséria, de doenças e, diante dessa realidade, a constatação que os discípulos fazem no caso da fome e apresentam a Jesus e Ele vai responder com uma ordem, um imperativo: “Dai-lhes vós mesmos de comer.” É uma conclamação à responsabilidade. 

Viva a VidaPrograma de rádio Viva a Vida 1639 - 20/02/2023 - Campanha da Fraternidade 2023

Esta entrevista é parte do Programa de Rádio Viva a Vida da Pastoral da Criança.
Ouça o programa de 15 minutos na íntegra

Que iniciativas existem atualmente no combate à fome no Brasil?

Há muita gente lutando contra a fome no Brasil. Muitas são as igrejas, os movimentos sociais, as ONGs e outras instituições empenhadas no combate à fome. O testemunho dessas iniciativas certamente é uma oportunidade para motivar o nascimento também de outras iniciativas no combate à fome. Para lembrar algumas delas: a Sociedade de São Vicente de Paulo, a Cáritas Brasileira; iniciativas políticas articuladas com grupos comunitários, pastorais sociais, organizações da sociedade civil, movimentos populares, a própria Pastoral da Criança, os chamados bancos éticos, o projeto Fome Zero, as próprias iniciativas da CNBB: economia solidária, economia e comunhão, economia de Francisco e Clara e assim, toda uma rede de atividades ou de organizações que, através dos nossos grupos da Igreja Católica, mas não só, também de outras igrejas ou da sociedade civil, que fazem toda uma articulação nessa dimensão de responder aos desafios daquelas situações mais dramáticas ou mais escandalosas das pessoas que hoje passam fome, sejam famílias, sejam crianças, sejam também pessoas idosas.

O que nós podemos fazer para combater o flagelo da fome? 

Precisamos contemplar essa dimensão da vivência do amor e da caridade em três níveis: o assistencial, o promocional e o sociopolítico. É preciso alimentar o faminto hoje, no momento da fome, pois quem tem fome tem pressa, dizia Betinho. Ações assistenciais são importantes na medida em que respondem a situações emergenciais. O que eu posso fazer? Ali, olhando para a realidade da minha comunidade, do meu bairro, por menor que seja a ação, é aquilo que eu posso fazer. Isso, somando com outras, pode se tornar uma corrente de ação no combate à fome. E enfim, a terceira dimensão é aquela da sociedade civil e se expressa nas organizações de poder público municipal, estadual, federal e tantas organizações como associações, entidades que somando forças têm uma missão muito grande e importante nesse combate à fome. 

 

Leia a entrevista na íntegra

1639 - 20/02/2023 - Campanha da Fraternidade 2023 (.PDF) 

 

 

 

Dra Zilda 02

VV 568 (Erradicação da fome):

 "Eu gostaria de dizer que a Pastoral da Criança já está nesse mutirão contra a fome e a miséria desde que nasceu (...). Tem uma experiência muito grande de recuperação de desnutridos, de promoção das famílias e deve continuar com esse trabalho cada vez mais intenso. Mas, existem muitas comunidades pobres e miseráveis que ainda não têm a Pastoral da Criança. Então, quando são identificadas essas comunidades, eu gostaria de pedir que não fosse lá pesar as crianças que isso não dá resultado. Mas, implantar a Pastoral da Criança com a sua metodologia de capacitação de lideranças, de organização porque o trabalho é eficiente se é bem organizado como a Pastoral da Criança costuma fazer. (...) Por outro lado, eu gostaria de pedir que não se fizesse na Pastoral da Criança a entrega de alimentos porque isso vai confundir o trabalho e, muitas vezes, cria uma dependência que depois não podemos sustentar. É melhor que a distribuição de alimentos seja feita por outras entidades que temos tantas na Igreja, como: os Vicentinos ou a Cáritas ou outros que queiram se engajar na distribuição de alimentos e nós atendemos na promoção, do jeito que nós costumamos fazer na Pastoral da Criança e o Brasil pode libertar da opressão, da fome, da miséria milhões de famílias se nós organizarmos bem em cada paróquia do país". Dra. Zilda Arns

 

Áudio da Dra. Zilda Arns falando sobre a fome

  

E SDG Icons NoText 033º Objetivo de Desenvolvimento Sustentável

"Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades."

A Pastoral da Criança, por meio dos líderes e voluntários, procura orientar as famílias sobre uma alimentação mais natural e saudável para prevenir a desnutrição, o baixo peso e a obesidade.

 

Dra. Zilda

“O líder da Pastoral da Criança acompanha, ora, vigia, como o Bom Samaritano que busca o bem e a saúde de quem precisa”.

Papa Francisco

“Nos piores momentos, lembrai-vos: Deus é nosso Pai; Deus não abandona os seus filhos.”