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Foto: Eli Pio

Todos os anos, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) apresenta e conclama toda a sociedade a participar da Campanha da Fraternidade, como caminho de conversão quaresmal, cultivo e cuidado comunitário e social. Em 2017, a Campanha tem como tema “Fraternidade: biomas brasileiros e defesa da vida”. E, inspirado no Livro do Gênesis (2,15), o lema: “Cultivar e guardar a criação”.

Com o objetivo geral de “cuidar da criação, de modo especial dos biomas brasileiros, dons de Deus, e promover relações fraternas com a vida e a cultura dos povos, à luz do Evangelho” (texto-base CF 2017), a campanha evidencia a beleza natural e a diversidade do nosso país, por meio dos seis biomas brasileiros: Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal, que juntos abrigam cerca de 14% da biodiversidade de plantas do mundo.

Biomas são as maiores áreas contínuas de um mesmo tipo de ecossistema (plantas e animais) que conseguimos reconhecer em nível nacional. É uma paisagem que reúne os diversos elementos da natureza. “Um bioma é formado por todos os seres vivos de uma determinada região, cuja vegetação é similar e contínua, cujo clima é mais ou menos uniforme e cuja formação tem uma história em comum” (texto-base CF 2017). 

A vegetação do Brasil é uma das mais ricas do mundo. O professor Rodrigo de Andrade Kersten, da Escola de Ciências da Vida, da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), explica que sua importância vai além da enorme quantidade de animais e plantas que nela habitam. “É da vegetação que tiramos nosso sustento. O ar que respiramos devemos a ela, a água que bebemos provém dela, o solo que cultivamos foi criado por ela. Cuidar de nossa natureza é cuidar de nosso futuro e do futuro de nossos filhos e netos”, afirma. “As diferentes populações brasileiras conhecem a importância do local onde vivem e querem sua preservação. Devemos, em conjunto, procurar a preservação de cada uma destas regiões e das pessoas que nelas moram, respeitar as diferenças e lutar para que o homem tenha um ambiente limpo e equilibrado, para que toda sua vida seja também equilibrada”, destaca o biólogo e professor.

Admirar a diversidade, criar relações respeitosas com a vida e cuidar dos biomas brasileiros, além de ser uma ação de fé e cidadania, é uma demonstração de comprometimento para com a criação e com as gerações futuras. Para a criança, o contato com a natureza também é importante para seu desenvolvimento. E ter o exemplo de uma comunidade que cuida do local onde mora é um aprendizado que pode ser levado para a vida toda, que envolve desde o simples fato de não jogar lixo no chão ou no rio, até o interesse pela defesa do que não está sendo preservado.

Nas próximas páginas, você vai conhecer mais sobre os biomas brasileiros e que atitudes práticas podemos ter no dia a dia, para preservar o meio ambiente. O Museu da Vida, em Curitiba (PR), também preparou uma exposição baseada nesta temática, fazendo uma relação com as regiões em que a Pastoral da Criança atua.

 

Amazônia

Amazônia

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Comemoração: O Dia Nacional da Amazônia é celebrado em 5 de setembro.

Área aproximada: 4.196.943 km²

Área que ocupa no Brasil: 49,29%

Vegetação: Floresta Tropical

Clima: Equatorial Úmido

Temperatura média anual: 22-28ºC

Estados: Acre (100%), Amapá (100%), Amazonas (100%), Pará (100%), Roraima (100%), Rondônia (98%), Mato Grosso (54%), Maranhão (34%) e Tocantins (9%).

População: 24 milhões de brasileiros (80% dessa população vive no meio urbano).

Animais (espécies): 4.200 espécies catalogadas. O total pode chegar a mais de 2 milhões de espécies. Entre elas: 163 anfíbios, 240 répteis, 1.000 aves, 311 mamíferos, 1.800 borboletas e 3.000 abelhas.

Flora (espécies): 2.500 espécies de árvores e 30 mil espécies de plantas.

Curiosidade: A bacia amazônica é a maior bacia hidrográfica do mundo: cobre cerca de 6 milhões de km² e possui 1.100 afluentes. Esse bioma também abriga a maior reserva de madeira tropical do planeta.

Desmatamento: Segundo dados de 2016, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), houve uma redução no processo de desmatamento da Amazônia. Contudo, seu estancamento está longe de acontecer e já ultrapassa 700.000 km² de desmatamento.

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Foto: Eli Pio

Desafios:

Entre os desafios relacionados à preservação da Amazônia estão: as queimadas, que ocorrem para abertura de pastagens para o gado ou áreas agrícolas (principalmente para o cultivo de soja), alteram o clima e ampliam o efeito estufa no planeta; uso de mercúrio pelos garimpeiros, o que contamina os rios e os peixes, afetando a sobrevivência das tribos que moram no local; destruição de nascentes e das florestas que protegem os rios; poluição das águas pelo uso dos rios como esgotos não canalizados; o desmatamento ilegal e predatório, que desencadeia um desequilíbrio no ecossistema da região; e o uso inadequado do solo, que leva ao seu desgaste precoce e necessidade de abertura de novas frentes de desmatamento.

Uma das consequências do desmatamento da Amazônia é a seca causada em outras partes do país, pois a umidade da vegetação deste bioma ajuda a regular a quantidade de chuvas em outras regiões.

Dicas para preservar a Amazônia:

  1. Evite cortar árvores para cultivar alimentos e/ou criar animais. Você sabia que muitas espécies de plantas se desenvolvem muito bem na sombra? Veja alguns exemplos: Açaí, banana, carambola, cacau, goiaba, graviola, jenipapo, mamão, pupunha-palmito, taperebá e tucumã.

  2. Evite queimadas. Além da fumaça, o fogo pode matar muitas espécies de animais e plantas nativas.

  3. Faça a retirada conscientemente de recursos ofertados pelas florestas (e.g. frutos, madeira, caça, pesca), respeite o período de reprodução e retire somente a quantidade necessária para sua subsistência.

  4. Evite construir sua casa e outras edificações em regiões de várzeas, igapós e rios. Além de proteger sua família de uma possível enchente, também protege as margens desses corpos “d’água, evitando erosão, assoreamento e mortalidade de peixes e animais de água doce”.

  5. Seja gentil no trânsito, respeite a sinalização e os limites de velocidade. Ações como esta evitam o atropelamento de pessoas e animais silvestres.

 

Caatinga

Caatinga

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Comemoração: O Dia Nacional da Caatinga é celebrado em 28 de abril.

Área aproximada:  844.453 km²

Área que ocupa no Brasil: 9,2%

Vegetação: Formada basicamente por plantas xerófilas, adaptadas ao clima seco e à pouca quantidade de água

Clima: Tropical semiárido

Temperatura média anual: 27-29ºC

Estados: Ceará (100%), Paraíba (92%), Rio Grande do Norte (95%), Pernambuco (83%), Piauí (63%), Bahia (54%), Sergipe (49%), Alagoas (48%), Minas Gerais (2%) e Maranhão (1%).

População: 27 milhões de brasileiros.

Animais (espécies): 178 mamíferos, 591 aves, 177 répteis, 79 anfíbios, 241 peixes e 221 abelhas.

Flora (espécies): 900 espécies catalogadas, das quais 323 são endêmicas (exclusivas da Caatinga).

Curiosidade: A Caatinga é o único bioma exclusivamente brasileiro, não existe em outros países. Algumas espécies de bromélias, como a caroá, são aproveitadas para a fabricação de bolsas, cintos, cordas e redes, pois são ricas em fibras vegetais. Na estação seca, a temperatura do solo pode chegar a 60ºC.

Desmatamento: A ação do homem já alterou 80% da cobertura original da Caatinga. Esse bioma possui apenas 1% de sua área protegida, em 36 unidades de conservação.

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Foto: Marcello Caldin

Desafios:

A Caatinga também é atingida por queimadas e pelo desmatamento (causado pelo consumo de lenha nativa, explorada de forma ilegal e insustentável, e pelo uso das áreas de vegetação para pastagens e agricultura). Este bioma está sofrendo um processo de desertificação, causado principalmente pela perda da vegetação natural. Isso também traz consequências para os rios e o abastecimento das comunidades locais.

Por ser semiárido, com um período anual chuvoso e outro seco, com secas frequentes, criou-se no imaginário nacional a ideia de um espaço empobrecido, como se não fosse possível plantar, criar e cultivar.

Porém, o clima seco e o sol abundante hoje são percebidos pelo governo, por universidades e organizações não governamentais, como poderosos potenciais para a geração de energia solar e para o cultivo de frutas específicas (cajá, maracujá, umbu e outros). Além disso, a Caatinga proporciona o melhor alimento para a criação de animais de pequeno e médio porte, como cabras, ovelhas e outros adaptados ao clima semiárido.

Dicas para preservar a Caatinga:

  1. Evite o desmatamento e queimadas. Estes impactos prejudicam a captação de água no solo e pode reduzir ainda mais a quantidade de chuva na região.

  2. Plante árvores nativas e frutíferas logo após o período chuvoso (fevereiro e março). As árvores frutíferas atraem aves e outros animais, melhoram a qualidade do solo e proporcionam sombra nos períodos mais quentes do dia.

  3. Utilize outras fontes de energia que não seja a queima da madeira. A destruição das áreas verdes contribui para a seca e pode levar a extinção de espécies.

  4. Caso necessite cortar árvores, é aconselhável cortar galhos ou deixar tocos e não arrancá-las totalmente. Muitas árvores da Caatinga conseguem se regenerar por meio de rebrota dos tocos. Para que isso aconteça, a área não deve ser queimada.

  5. Uma boa alternativa para conter a erosão é o reflorestamento. Isso auxilia também na preservação das espécies.

Cerrado

Cerrado

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Comemoração: O Dia Nacional do Cerrado é celebrado em 11 de setembro.

Área aproximada (km²): 2.036.448

Área que ocupa no Brasil: 23,92%

Vegetação: Savana, subclassificada em: cerradão, cerrado, campo sujo e campo limpo

Clima: Tropical Sazonal de inverno seco

Temperatura média anual: 22-23ºC

Estados: Goiás (97%), Maranhão (42,1%), Mato Grosso do Sul (59,3%), Minas Gerais (46,7%) e Tocantins (75,6%), Mato Grosso (48,3%), Maranhão (42,1%), Piauí (38,6%), São Paulo (30,6%), Bahia (21,4%), Rondônia (6,7%), Paraná (2,7%) e Pará (0,1%).

População: 22 milhões de brasileiros

Animais (espécies): Mais de 320 mil espécies. Entre elas: 200 mamíferos, 830 aves, 180 répteis, 150 anfíbios e 1.200 peixes.

Flora (espécies): 23 mil espécies vegetais, sendo 11 nativas e dessas, 4.000 são endêmicas (se desenvolvem apenas nesse local) e 220 possuem propriedades medicinais.

Curiosidade: Curiosidades: O Cerrado é o bioma brasileiro mais antigo, com mais de 65 milhões de anos. Por ter 70% de sua biomassa dentro da terra, é considerado uma “floresta de cabeça para baixo”.

Especialistas consideram o Cerrado como o berço das águas, já que nele estão localizados três grandes aquíferos (Guarani, Bambuí e Urucuia), responsáveis pela formação e alimentação de importantes rios do continente. Este bioma também é considerado a área de savana mais rica do mundo, devido a sua grande biodiversidade. O conjunto de seres vivos dessa região representa 5% da fauna mundial.

Desmatamento: Menos de 48% da vegetação original do Cerrado encontra-se total ou parcialmente conservada e apenas 3% de sua área é protegida por unidades de conservação ou reservas. Segundo os especialistas, uma vez devastado, não é possível qualquer revitalização desse bioma.

O Cerrado é considerado um hotspot, termo que se refere ao conjunto de áreas do planeta com alta biodiversidade e que se encontram ameaçadas.

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Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

Desafios:

Muitas áreas do Cerrado, fundamentais para a conservação da biodiversidade e dos recursos hídricos, estão sendo ocupadas e exploradas de forma desordenada pelo agronegócio. O monocultivo (cultivo de uma única espécie em grandes áreas); típico do agronegócio, exige o desmatamento de grandes áreas, o que compacta o solo, modifica sua química e por consequência, a vegetação.

Outra questão importante a ser pensada é o assoreamento dos rios, isto é, o acúmulo de terra, areia, argila ou outros detritos que modificam o caminho das águas.

Dicas para preservar o Cerrado:

  1. Evite queimadas. Sabemos que muitas espécies do Cerrado são adaptadas ao de fogo, mas as queimadas frequentes enfraquecem as plantas e matam animais, podendo levá-los à extinção.

  2. Retire do Cerrado somente o que for para sua subsistência. Respeite o período de reprodução de cada espécie.

  3. Evite cultivar plantas não nativas do Cerrado. O capim gordura, por exemplo, serve de alimento para o gado, mas cresce rapidamente em áreas abertas, sufocando espécies nativas e contribuindo para o alastramento do fogo em caso de queimadas.

  4. Evite o desmatamento das matas ciliares, topos de morro, e encostas. Essas áreas são importantes para a manutenção da qualidade das águas, do solo e da captação de água, que muitas vezes abastece a sua cidade.

  5. Seja gentil no trânsito, respeite a sinalização e os limites de velocidade. Ações como esta evitam o atropelamento de pessoas e animais silvestres.

Mata Atlântica

Mata Atlântica

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Comemoração: O Dia Nacional da Mata Atlântica é celebrado em 27 de maio.

Área aproximada: 1.110.182 km²

Área que ocupa no Brasil: 13,04%

Vegetação: Floresta tropical, com árvores de médio e grande porte

Clima: Tropical e subtropical úmido

Temperatura média anual: 15-21ºC

Estados: Espírito Santo (100%), Rio de Janeiro(100%), Santa Catarina(100%) Paraná (98%) e pequenas partes de Alagoas, Bahia, Ceará, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Sergipe, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e São Paulo.

População: 120 milhões de brasileiros

Animais (espécies): 992 aves, 372 anfíbios, 200 répteis, 270 mamíferos, 350 peixes

Flora (espécies): Mais de 20 mil espécies, sendo que 8 mil delas são endêmicas.

Curiosidade: A Mata Atlântica já cobriu cerca de 12% do território nacional, sendo considerada a segunda maior floresta brasileira em extensão. Em 1993, um estudo identificou que a floresta possuía a maior diversidade de árvores do mundo, 450 espécies diferentes em um único hectare.

Desmatamento: É o bioma brasileiro mais ameaçado. Hoje, menos de 10% da vegetação nativa permanece preservada e está disposta de forma fragmentada ao longo da costa brasileira.

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Foto: Tânia Rêgo / Agência Brasil

Desafios:

A destruição da Mata Atlântica, que começou no ínicio da colonização europeia com a extração do pau-brasil, reduziu o ecossistema e levou muitas espécies à extinção. Mesmo com toda a erosão, cerca de 100 milhões de brasileiros dependem da floresta para a produção de água, manutenção do equilíbrio climático e controle da erosão e de enchentes.

O desmatamento para produção de papel é outro desafio a ser enfrentado, pois os maiores produtores de papel do Brasil estão localizados justamente nos estados com Mata Atlântica. Para ajudar a combater esta realidade, pode-se começar pelos chamados “3 Rs”: reduzir, reutilizar e reciclar.

  • Reduzir a quantidade de folhas utilizadas, fazendo impressão consciente (somente do que é realmente necessário) e utilizando, sempre que possível, arquivos digitais.

  • Reutilizar folhas que não são mais necessárias, usando como rascunho e aproveitando o verso.

  • Reciclar tudo que é possível, separando o lixo e dando a destinação correta.

Dicas para preservar a Mata Atlântica

  1. Evite o desmatamento. Essas áreas são importantes para a manutenção da biodiversidade, da qualidade das águas, do solo e da captação de água, que muitas vezes abastece a sua cidade.

  2. Nunca compre plantas ou animais silvestres provenientes da Mata Atlântica sem saber a procedência. Eles podem ter sido extraídos ilegalmente.

  3. Plante árvores nativas em pastos, margens de rios e açudes que tiveram suas áreas degradadas. Isso contribuirá para a regeneração da mata e manutenção da vida, incluindo a sua.

  4. Evite queimadas. Além da fumaça, o fogo pode matar muitas espécies de animais e plantas nativas.

  5. Retire da Mata Atlântica somente a quantidade de recursos necessários à sua subsistência (e.g. frutos, madeira, caça, pesca). Respeite o período de reprodução de cada espécie.

Pampa

Pampa

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Comemoração: O Dia Nacional do Pampa é celebrado em 17 de dezembro

Área aproximada: 176.496 km²

Área que ocupa no Brasil: 2,07%

Vegetação: Gramíneas (vegetação rasteira que varia de 10 a 50cm de altura)

Clima: Clima temperado

Temperatura média anual: 18ºC

Estado: Rio Grande do Sul

População: 2,6 milhões de brasileiros

Animais (espécies): 100 espécies de mamíferos, 475 aves e 50 peixes. Sendo que 40% são endêmicos.

Flora (espécies): Cerca de 3 mil espécies. Entre elas: 70 cactos, 100 árvores, 450 gramíneas e 150 leguminosas.

Curiosidade: Também conhecido como Campos do Sul, ocupa 63% do território do Rio Grande do Sul. Este é o único bioma presente em apenas um estado brasileiro. É no Pampa que se encontra a maior parte do aquífero Guarani.

Desmatamento: Estimativas de 2008, apontam que restam apenas 36% desse bioma.

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Foto: Wikimedia Commons

Desafios

Entre os principais problemas enfrentados pelo Pampa estão a erosão decorrente do desmatamento e a exploração excessiva do solo. Com a perda de nutrientes e de áreas de apoio (plantas), o solo escorre pelas encostas, causando, muitas vezes, o assoreamento dos rios.

A compactação do solo reduz a infiltração de água e influencia no reabastecimento dos lençóis freáticos. Além disso, a retirada da vegetação das margens tira a proteção natural dos rios, o que também pode provocar seu assoreamento.

Outra dificuldade presente neste bioma é o cultivo de plantas exóticas. Por exemplo: Eucalipto e Capim annoni são espécies que retiram os nutrientes necessários e não fazem parte do ciclo natural dos Pampas, então não repõem os nutrientes utilizados. Como consequência, ocorre a rápida degradação e descaracterização das paisagens naturais. Essa diminuição da biodiversidade compromete o potencial de desenvolvimento sustentável da região, pela perda de espécies de valor forrageiro, alimentar, ornamental e medicinal. E, ainda, por comprometer os serviços ambientais proporcionados pela vegetação campestre, como o controle da erosão do solo e das mudanças climáticas.

Dica para preservar os Pampas

Evite o plantio de espécies exóticas (não nativas dos Pampas). Muitas espécies exóticas se reproduzem rapidamente e podem matar espécies nativas e reduzir a biodiversidade.

Pantanal

Pantanal

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Comemoração: O Dia Nacional do Pantanal é celebrado em 12 de novembro.

Área aproximada: 150.355 km²

Área que ocupa no Brasil: 1,76%

Vegetação: Florestas baixas, cerradões, cerrados e campos inundáveis.

Clima: Tropical úmido

Temperatura média anual: 24ºC

Estados: Mato Grosso e Mato Grosso do Sul

População: Mais de 1 milhão de habitantes

Animais (espécies): 325 peixes, 41 anfíbios, 113 répteis, 463 aves, 1.032 borboletas, 124 mamíferos

Flora (espécies): Mais de 3 mil espécies

Curiosidade: O Pantanal é a maior planície inundável do mundo e possui a maior concentração de animais por quilômetro quadrado das Américas.

Desmatamento: 15,4% da vegetação nativa foi desmatada (dados de 2009). O que mais ameaça e agride esse bioma são as pastagens, queimadas e o agronegócio.

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Foto: Junior Silgueiro/ GCOM-MT / Agência Brasil

Desafios

Grandes áreas ocupadas pela pecuária e pelo plantio de cana de açúcar (que dificultam a preservação ambiental), pesca predatória (que reduz as reservas pesqueiras e pode provocar a extinção de algumas espécies), caça ao jacaré e garimpo de ouro e pedras preciosas são os principais desafios que fazem parte da realidade atual do Pantanal.

Pelas belas paisagens e riqueza de animais, o Pantanal desperta o interesse de muitos turistas nacionais e internacionais. Mas essa movimentação, por vezes, causa alguns excessos, desrespeitando o espaço das espécies nativas.

Dicas para preservar o Pantanal

  1. Vai pescar? Então consulte sobre autorização e respeite as regras e o período de reprodução dos peixes. Muitas espécies podem desaparecer por causa da pesca predatória e irresponsável.

  2. Não compre animais silvestres. Estes animais podem ter sido retirados ilegalmente da natureza.

  3. Não corte árvores. Elas podem servir de abrigo para as várias aves que vivem e/ou visitam sazonalmente o Pantanal.

  4. Seja cuidadoso no trânsito, respeite a sinalização e os limites de velocidade. Ações como esta evitam o atropelamento de pessoas e animais silvestres.

 

*Parte deste conteúdo está publicada na sétima edição da Revista Pastoral da Criança. As dicas de preservação de cada bioma são uma contribuição da bióloga Fabiana Mourão.