Infecções respiratórias

Foto: Tony Winston/Agência Brasília

As infecções respiratórias estão entre as principais causas de adoecimento e morte de crianças no Brasil e no mundo, especialmente nos primeiros anos de vida. Gripe, resfriado, bronquiolite e pneumonia são algumas das mais comuns, e, embora muitas vezes sejam quadros leves, em alguns casos podem evoluir rapidamente e colocar a vida da criança em risco. Por isso, é fundamental que as famílias estejam atentas aos sinais de alerta e saibam quando procurar um serviço de saúde. A prevenção também faz toda a diferença: vacinar, amamentar, manter a casa ventilada, lavar bem as mãos e evitar contato com pessoas doentes são atitudes que salvam vidas.

A Pastoral da Criança, por meio de seus milhares de líderes voluntários em todo o país, orienta as famílias sobre como proteger as crianças e agir rapidamente diante de qualquer sinal de perigo. Aqui, reunimos informações essenciais, esclarecimentos de especialistas e orientações práticas para ajudar você e sua comunidade a enfrentar um problema tão comum, mas que pode ser prevenido e tratado. Continue a leitura, compartilhe o conhecimento e ajude a garantir mais saúde e vida para nossas crianças.

ENTREVISTA COM: Dra. Ana Lea Clementino, pediatra. Ela atua também como líder da Pastoral da Criança em Londrina, Paraná.

Quais são as principais infecções respiratórias nos bebês e crianças, Dra. Ana Lea?

DRA. ANA LEA: As infecções respiratórias mais comuns em bebês e crianças são resfriados, gripe, faringite, bronquiolite, pneumonia e otite. Aqui cabe uma atenção especial à bronquiolite, por exemplo, que é causada principalmente pelo vírus sincicial respiratório. É um quadro que preocupa muito mães e pediatras nessa época do ano, porque afeta vias aéreas de pequeno calibre. Ela é mais comum nos primeiros dois anos de idade, mas coloca em risco a vida de bebês, principalmente quando são infectados antes de seis meses de vida. A bronquiolite em geral evolui com chiado no peito, dificuldade para mamar ou respirar e esforço respiratório, e é uma das causas mais importantes de hospitalizações em bebês.

Que sinais indicam que a criança precisa ser levada imediatamente ao Posto de Saúde ou ao Pronto Socorro?

DRA. ANA LEA: Procure atendimento urgente se a criança tiver respiração acelerada ou com esforço, gemência, lábios arroxeados, estiver recusando líquidos ou mamadas, ou ficar muito sonolenta ou irritada. Vale lembrar mais uma vez que nem toda infecção grave dá febre, por isso os sinais clínicos são mais importantes que a temperatura. Em bebês, observar se a respiração está fazendo a costela afundar ou se há pausas para respirar também é muito importante. Então, resumindo, queda importante do estado geral associado a cansaço, mesmo se a criança não estiver com febre, é o principal sinal de alarme quando falamos de doenças respiratórias.

Como prevenir as infecções respiratórias?

DRA. ANA LEA: A prevenção começa com o aleitamento materno, que fortalece o sistema imunológico. Já é comprovado que nenhuma outra estratégia isolada alcança o impacto que o aleitamento materno tem na redução de mortes de crianças menores de 5 anos. É por isso que a promoção do aleitamento materno é a estratégia mais importante entre as medidas que a Organização Mundial da Saúde recomenda para a diminuição da mortalidade infantil. Também é importante manter as vacinas em dia, lavar bem as mãos, ventilar a casa, evitar a fumaça de cigarro e manter a criança longe de pessoas doentes. Evitar aglomerações, especialmente nos primeiros meses de vida, também reduz o risco. Em tempos de clima seco, usar umidificadores naturais nos ambientes, como toalhas úmidas, e oferecer bastante água ou leite materno. Lembrando que até completar seis meses de vida o bebê deve ingerir somente o leite materno.

Leia a entrevista na íntegra

1759 – 09/06/2025 – Infecções Respiratórias (.PDF)

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