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Acervo da Pastoral da Criança

Ter hábitos alimentares saudáveis é fundamental para a saúde e a formação deste depende das inúmeras experiências ocorridas na infância. Aleitamento materno, alimentação complementar adequada de acordo com a idade e alimentação familiar saudável são as grandes premissas para a criação de um comportamento alimentar que perdure durante a adolescência e vida adulta.

Entrevista com: Marcia Moscatelli, nutricionista especialista em nutrição materno infantil e grande colaboradora da Pastoral da Criança

Qual é a importância de estabelecer hábitos alimentares saudáveis nas crianças e como fazer isso?

Os hábitos alimentares são formados na infância. O que a criança aprende ela leva para o resto da vida. O consumo alimentar inadequado pode causar carências nutricionais que vão afetar negativamente o crescimento, a aprendizagem e o desenvolvimento das crianças. E esta formação do paladar começa na gestação, continua na amamentação e depois se intensifica no momento da introdução alimentar, que acontece ali com seis meses. Por isso, a alimentação deve ser bem variada, o que diz respeito à oferta de alimentos in natura. Além disso, é muito importante não oferecer alimentos doces ou adoçados para a criança antes dos dois anos de idade.

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Marcia Moscatelli, nutricionista especialista em nutrição materno infantil e grande colaboradora da Pastoral da Criança

Com que idade a criança começa a demonstrar a seletividade alimentar ou desinteresse pela comida?

Geralmente, o período crítico é entre um ano e meio a três anos. Para contornar essa situação é importante que os pais tenham uma rotina doméstica bem estabelecida. A criança precisa saber a ordem dos acontecimentos durante o dia, horário de acordar, horário de dormir, horário das refeições. Isso dá previsibilidade e segurança para a criança. Se a criança não estiver com fome no almoço, por exemplo, os pais precisam explicar que, quando ela quiser ela pode almoçar, ou então, ela vai ter que esperar até a próxima refeição. O que não deve ser feito é substituir o almoço ou jantar por um lanche, seja fruta, pão, biscoito ou leite. Porque senão a tendência da criança vai ser repetir esse comportamento. É preciso também respeitar os sinais de fome e saciedade da criança e fazer o intervalo de aproximadamente três horas entre cada refeição.

É fundamental que os pais continuem oferecendo os alimentos recusados em pequena quantidade para não assustar a criança e não perguntar o que a criança quer comer e só colocar no prato o que ela come. Porque se deixarmos de servir o alimento que ela não quer, ela não terá a oportunidade de mudar de ideia. A gente diminui a exposição ao alimento e a criança passa a comer sempre a mesma coisa. E isso, a seletividade, só vai piorar. A gente precisa entender que decidir o cardápio e o horário das refeições é responsabilidade dos adultos, os pais ou quem está cuidando da criança. E a criança vai decidir o quanto vai comer e se ela não quiser algum alimento, tudo bem, da próxima vez você oferece novamente.

Viva a VidaPrograma de rádio Viva a Vida 1642 - 13/03/2023 - Alimentação Infantil

Esta entrevista é parte do Programa de Rádio Viva a Vida da Pastoral da Criança.
Ouça o programa de 15 minutos na íntegra

Uma das formas mais comuns utilizadas pelos pais diante dessa recusa ou seletividade alimentar da criança é obrigá-la a comer por meio da ameaça ou da chantagem. Márcia, por que não se deve nunca obrigar uma criança a comer?

No momento da refeição a criança precisa de tranquilidade e segurança. Brigar, fazer pressão, esconder os alimentos, mentir, fazer chantagem ou subornos para forçar a criança comer só vão fragilizar as relações, limitar as experiências e dificultar a aceitação dos alimentos. Imagine que, para a criança, essa situação do momento do comer é uma situação que envolve medo e estresse, então, o corpo dela vai se preparar para lutar ou fugir. Aí você tem uma criança que evita a todo o custo o momento das refeições e passa a acreditar que não pode confiar nos adultos ou que ela é responsável pela felicidade da mãe ou da avó e tudo isso tem um impacto muito negativo para o resto da vida.

 

Leia a entrevista na íntegra

1642 - 13/03/2023 - Alimentação Infantil (.PDF)  

 

22º Objetivo de Desenvolvimento Sustentável

“Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável”.

O 2º Objetivo do Desenvolvimento Sustentável (ODS), promovido pela ONU e que deverá ser atingido pelos países participantes até 2030, tem entre suas metas: acabar com a fome, garantir o acesso de todas as pessoas a alimentos nutritivos e suficientes durante todo o ano, acabar com todas as formas de desnutrição e garantir o sistema sustentável de produção de alimentos e práticas agrícolas que aumentem a produtividade, ajudem a manter os ecossistemas e melhorem a qualidade da terra e do solo.

As ações da Pastoral da Criança, como o Acompanhamento Nutricional e a Alimentação e Hortas Caseiras buscam assegurar que todos tenham uma alimentação saudável e vida plena.

 

Dra. Zilda

"Como você já sabe, quando as crianças têm a feliz oportunidade de serem amamentadas só no peito até os seis meses e depois continuar até os dois anos ou mais, complementando suas necessidades com outros alimentos nutritivos, elas têm mais saúde e capacidade de amar, de perdoar e sentir-se felizes fazendo o bem."

Papa Francisco

“As crianças são o futuro da família humana: cabe a todos nós promover o seu crescimento, saúde e serenidade”.