A sensação de insegurança faz parte do cotidiano de pais e mães que, em substituição às brincadeiras coletivas em espaços abertos, orientam os filhos para que fiquem em casa e desenvolvam brincadeiras mais individuais. Até poucos anos atrás, era habitual ver crianças brincando nas ruas; agora a prática tem se tornando uma cena cada vez mais rara. Jogos em videogames, tablets, celulares e computadores são as novas formas de brincar em segurança, dentro de casa. Entretanto, a violência continua a ser vivenciada, mas agora de outra forma.

Crianças têm facilmente acesso a um grande número de notícias, especialmente através da televisão e da internet. A questão é que em muitas dessas notícias, a violência é um dos temas principais. No Rio de Janeiro, por exemplo, as imagens de crianças que circulam pelas ruas de morros, lado a lado com homens armados – sejam eles policiais ou traficantes – passaram a ser foto rotineira nos jornais. A relação de quem é o bom ou mal ganhou contornos difusos, especialmente após as notícias de mortes por balas vindas de armas de quem deveria proteger.