Foto: Kamaji Ogino
“Cada criança é uma benção de Deus para o mundo”.
(Dra. Zilda Arns Neumann)
Os primeiros anos de vida são fundamentais para o desenvolvimento da criança. Contar histórias auxilia na aquisição de valores culturais, desenvolve as diferentes linguagens e as transforma em semente de paz. Outra possibilidade é deixar que a criança crie sua própria narrativa e invente suas histórias. Para isso, ela deve se sentir à vontade, sem limitações ao uso de sua criatividade. A família precisa criar um ambiente favorável, dar oportunidade e envolver as crianças para ouvir as histórias e estimular a imaginação.
A contação de histórias na infância favorece as diferentes linguagens e deve ser incorporada à rotina da criança, como prática permanente, não só porque ela gosta de ouvir histórias, mas, principalmente, porque as histórias tem a função de contribuir no desenvolvimento emocional e cognitivo da criança. É na infância que ela começa a construir sua visão de mundo, aprende a lidar com diferentes percepções e sentimentos, amplia seu vocabulário, constrói seu repertório cultural e desenvolve a imaginação e a criatividade.
As histórias infantis são importantes ferramentas na formação da identidade, na aquisição da linguagem oral e dos valores da criança. Especialistas na área da educação orientam que “contar histórias, ouvir músicas e conversar amplia o vocabulário e o interesse por aprender a falar e, é um jeito maravilhoso de se comunicar.” Essa relação aproxima e aumenta o vínculo afetivo com a família e criam um ambiente de confiança, abertura e de maior contato entre as pessoas.
A Pastoral da Criança orienta para iniciar a contação de histórias ainda no ventre materno. O tempo de gestação é muito especial para os pais interagirem com o bebê ainda na barriga da mãe. Lembramos aos pais que o período dos 0 aos 6 anos é o que chamamos de primeira infância. É nesse período da vida que acontece o desenvolvimento físico e cognitivo, o amadurecimento do cérebro, o desenvolvimento da fala, a iniciação social e afetiva e ainda o aparecimento das diferentes linguagens.
Na convivência com a criança é interessante observar quais as formas de comunicação que são mais frequentes. Em geral, as cores, as imagens, os desenhos, as pinturas e os sons, estão muito presentes na vida, desde o nascimento do bebê. A criança é muito atenta e se manifesta de muitas formas. Por isso, o contador de histórias deve se envolver com a história para que o bebê e a criança comecem a prestar atenção nos gestos dos pais e imitar os sons que os pais realizam na contação de histórias.
O mais importante é contar histórias, estar atento e perceber a beleza do mundo infantil que se manifesta pelo olhar, pelo choro, pelo sorriso e pelas mais diferentes linguagens, sejam elas, oral, lúdica, verbal e não verbal. Todo esse envolvimento favorece o desenvolvimento integral da criança.
Ir. Veroni Teresinha de Medeiros
Área Técnica de Desenvolvimento Infantil