Tema: Doenças ligadas ao tabaco
Foto: Acervo da Pastoral da Criança
O câncer de pulmão é o segundo tipo mais frequente no país. Dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, mostram que 28.717 pessoas - sendo 16,371 homens e 12,346 mulheres, foram a óbito em 2018 devido a essa causa. Entretanto, as consequências dos cigarros não são apenas essas. Segundo o INCA, em 2015, as mortes com relação direta ao uso do tabaco foram: doenças cardíacas (34.999); doença pulmonar obstrutiva crônica – DPOC (31.120); outros cânceres (26.651); câncer de pulmão (23.762); tabagismo passivo (17.972); pneumonia (10.900); e por acidente vascular cerebral – AVC (10.812). O tabaco, especialmente o cigarro, faz muito mal para a gestante e para o bebê. A luta da Pastoral da Criança é para que a mulher não fume nem antes, nem durante, nem depois da gravidez, pois as consequências para quem fuma e para quem convive com fumantes, são muito graves. Segundo pesquisa publicada na Revista Lancet, ‘’a exposição à fumaça passiva pré-natal ou pós-natal foi associada a um aumento de 30 a 70% no risco de incidência de sibilância (ruído) e de 21 a 85% na incidência de asma”. Durante a pandemia, a mensagem de saúde pública é evitar fumar também porque é considerado um fator de risco para doença grave de COVID-19. Saiba mais na entrevista com Regina Reinaldin, Enfermeira da Pastoral da Criança.
No Brasil existe a Lei Antifumo Nº 12.546/2011. O que diz essa lei?
Programa de rádio Viva a Vida
1518 - Os males do tabaco para a gestante e a criança - 26/10/2020
Esta entrevista é parte do Programa de Rádio Viva a Vida da Pastoral da Criança.
Ouça o programa de 15 minutos na íntegra
A Lei Antifumo é uma lei que está em vigor há quase 10 anos. Ela proíbe fumar em espaços públicos fechados e também impede de fumar em locais parcialmente fechados por uma parede, divisória, teto ou toldo. Essa lei vale para todo o território nacional. A lei vale também para áreas comuns de condomínios e clubes. Essa lei já trouxe muitos resultados positivos. Milhares de pessoas deixaram de fumar. Fumar faz mal para a saúde de quem fuma e, também, para quem está ao seu lado como fumante passivo.
Quais são as consequências do tabagismo passivo para o bebê?
Bebês expostos ao tabagismo passivo têm um risco maior de sofrer a síndrome da morte súbita na infância; têm risco aumentado de desenvolver doenças relacionadas ao pulmão e doenças cardíacas, principalmente durante os primeiros cinco anos de vida. Os bebês são mais vulneráveis a infecções no ouvido, tais como a otite e a desenvolver asma e bronquite.
Em tempos de covid-19, as consequências do tabagismo são ainda piores para as crianças que convivem com fumantes. Bebês ainda podem ter irritação nos olhos, tosse, dor de cabeça e alergia, por causa do cigarro.
Regina Reinaldin - Enfermeira da Pastoral da Criança
Quais são os riscos do tabagismo para a mulher grávida?
Os principais riscos do tabagismo para a mulher grávida são: aborto; parto prematuro; bebês que podem nascer com baixo peso; podem nascer com lábio leporino; e aumento do risco de apresentar descolamento de placenta e hemorragias uterinas. Durante a amamentação, aumenta em 50% a síndrome da morte subida em bebês por conta da nicotina e outras substâncias que passam através do leite materno.
Os fumantes sofrem maior risco de contrair o coronavírus? Eles são mais vulneráveis?
Segundo a Organização Mundial da Saúde é provável que os fumantes sejam mais vulneráveis a covid-19, eles também podem já ter redução da capacidade pulmonar, aumentando muito o risco de doenças graves. A covid-19 é uma doença muito recente e por esse motivo ainda não existem evidências fortes sobre a sua relação com o tabagismo. O número de pacientes com a covid-19 grave, ou seja, com insuficiência respiratória e necessidade de tratamento em terapia intensiva, é maior entre os fumantes.
Existe tratamento para parar de fumar? Como é o tratamento no SUS?
Sim. O tratamento completo disponível no SUS envolve métodos que vão desde o aconselhamento até o uso de medicamentos. O tabagista terá acesso a informações, reuniões de apoio, consultas para acompanhamento da saúde e acompanhamento psicológico, se necessário. As informações sobre os locais de atendimento e horários disponíveis de tratamento podem ser encontradas nas unidades de atenção básica e nos hospitais próximos de casa ou do trabalho.
Leia a entrevista na íntegra: 1518 - Os males do tabaco para a gestante (.PDF)
Dra. Zilda
“Os serviços de saúde devem favorecer o acesso, ter boa qualidade e atender de forma humanizada, com carinho, respeito e dignidade”.
Papa Francisco
"A realidade pode mudar, o homem pode mudar. Procurem ser vocês os primeiros a praticar o bem, a não se acostumarem com o mal e sim vencê-lo."