Foto: Studio Cl Art
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, o tabagismo é considerado a principal causa de morte evitável em todo o mundo. Pode desencadear cerca de 50 doenças diferentes. Você sabia que o fumo é responsável pela maioria das mortes por câncer?
Para trazer um alerta sobre os males do tabaco e orientações para um estilo de vida mais saudável, a Pastoral da Criança entrevistou o Dr. Vinícius Basso Pretti – cirurgião oncológico que trabalha no Hospital Erasto Gaertner, em Curitiba, Paraná.
Quais são as principais razões para não fumar?
Programa de rádio Viva a Vida
1247 - 24/08/15 - Os males do tabaco - Entrevista com Dr. Vinícius Basso Pretti
Esta entrevista é parte do Programa de Rádio Viva a Vida da Pastoral da Criança.
Ouça o programa de 15 minutos na íntegra
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O cigarro é a principal causa de câncer do pulmão, câncer da boca, da garganta e da língua. Todos esses tipos de tumor, basicamente, só existem porque as pessoas fumam. Além disso, o cigarro aumenta a chance de ter um derrame – que é conhecido como AVC, aumenta a chance de ter infarto e, principalmente, o enfisema pulmonar – que é uma doença que vai matando a pessoa aos poucos. E, essa pessoa, com o decorrer do tempo, não consegue mais respirar, porque o cigarro vai destruindo o pulmão.
Que prejuízos o cigarro traz para a gestante que fuma?
A mulher que fuma pode ter o seu bebê com o crescimento menor, porque o cigarro não deixa o sangue chegar pela placenta e dar o oxigênio para esse bebê se desenvolver de maneira ideal. Então, esse bebê pode nascer pequeno, com má formação, o trabalho de parto pode acontecer antes do esperado. E, além de nascer uma criança ainda menor, existe uma maior chance de ter uma doença chamada descolamento de placenta, que é quando a placenta se solta do útero e isso leva a um sofrimento do feto que está ali dentro. E pode nascer uma criança com paralisia cerebral, uma criança que não tem oxigênio para viver e ter a sequela neurológica para o resto da vida. Por isso, o cigarro causa muito mal para a gestante.
Foto: Dr. Vinícius Basso Pretti - Cirurgião Oncológico
Como é possível conscientizar os familiares desses perigos do tabaco?
A orientação de que o cigarro só faz mal é a maior arma que a gente tem. Ter tirado de propagandas da televisão – antigamente a mocinha do filme fumava, o mocinho da novela fumava – tudo isso é importante. O cigarro não traz nenhum benefício, nada de bom, só traz malefício. As pessoas têm que se conscientizar disso, mesmo quem fuma. É importante orientar seus familiares a não fumar, admitir que isso não é uma coisa boa e sempre tentar orientar todo mundo a não fumar.
Leia a entrevista na íntegra: 1247 - Entrevista com Vinícius Pretti - Tabagismo (.PDF)
Foto: Studio Cl Art
Gestantes, crianças, toda a família: uma corrente forte contra o cigarro
Para poluir um ambiente, basta um cigarro aceso. Sua fumaça é o mais prejudicial poluidor que se tem conhecimento, pois contém cerca de 4700 substâncias tóxicas – incluindo arsênico, amônia e monóxido de carbono (o mesmo que sai do escapamento dos veículos), entre outros itens cancerígenos. Mesmo quem não fuma, mas fica em ambientes expostos à fumaça (fumante/tabagista passivo), é prejudicado por essas substâncias e pode desenvolver graves problemas de saúde. Gestantes, crianças, doentes e idosos fazem parte do público que está mais vulnerável a esse efeito negativo.
Além das doenças que causa, a produção de cigarro gera outros impactos ambientais, como a devastação de florestas para obtenção da lenha usada para secar as folhas do tabaco e a quantidade de agrotóxicos empregados na plantação.
Dizer que o cigarro só traz malefícios não é novidade. Muita gente sabe das consequências, mas mesmo assim não consegue lidar com o vício causado pela combinação de nicotina e outros componentes. Vale lembrar que, além de uma questão de saúde, também há um fator social envolvido.
Como a Pastoral da Criança faz
Dicas para parar de fumar
Para abandonar o cigarro, o fumante precisa vencer dois desafios: a dependência física à nicotina e a dependência psicológica ao hábito. O incentivo dos familiares e amigos pode contribuir muito, mas também é possível contar com apoio profissional. De acordo com o Portal da Saúde, no ano de 2013, mais de 70% dos brasileiros que tentaram parar foram atendidos pelo SUS.
Confira algumas dicas:
- Marque uma data para parar de fumar e concentre-se nesta prioridade ao longo deste dia;
- Reduza a quantidade de café, refrigerantes e bebidas alcoólicas;
- Deixe garrafas de água sempre por perto, em casa e no trabalho, e beba sempre que tiver vontade de fumar;
- Procure distrações para diminuir a ansiedade e faça atividades físicas regularmente;
- Frequente mais locais onde é proibido fumar;
- Não desanime, pois com o tempo as crises de abstinência vão embora e a qualidade de vida aumenta.
Fontes: Ministério da Saúde, Instituto Nacional de Câncer, Hospital Erasto Gaertner e site do Dr. Drauzio Varella.