
O Brasil, que por muitos anos foi referência mundial em vacinação, enfrenta hoje um grave desafio: a queda nas coberturas vacinais. Estudos do Ministério da Saúde e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) vêm alertando que doenças que já estavam eliminadas ou controladas no Brasil, como sarampo, poliomielite e rubéola, voltam a apresentar risco de reintrodução e de novos surtos, devido à queda nas coberturas vacinais. Entre os principais fatores estão a desinformação, a circulação de notícias falsas nas redes sociais e o esquecimento da importância das vacinas, já que muitos pais de hoje não presenciaram os impactos dessas doenças no passado.
Diante desse cenário, a atuação da Pastoral da Criança se torna ainda mais necessária. Nossos líderes seguem atentos, conferindo as cadernetas de vacinação durante as visitas domiciliares e orientando as famílias, especialmente aquelas com gestantes e crianças pequenas. Vacinar é um gesto de amor, de cuidado e de proteção à vida. A seguir, você acompanha entrevistas e depoimentos que ajudam a esclarecer dúvidas, combater mitos e reforçar a importância da imunização para proteger quem mais precisa.

Regina Reinaldin, enfermeira da Coordenação Nacional da Pastoral da Criança e Gean Soares, enfermeiro da Coordenação Nacional da Pastoral da Criança
ENTREVISTA COM: Regina Reinaldin, enfermeira da Coordenação Nacional da Pastoral da Criança.
Regina, por que as vacinas são tão importantes para a saúde pública e também para famílias, mães e gestantes?
REGINA: A vacina é um dos mais importantes avanços de saúde pública, possibilitando o controle de inúmeras doenças, evitando milhares de mortes em todo o mundo. Foi através das vacinas que doenças como a varíola, a paralisia infantil, o sarampo e a rubéola foram controladas e algumas até erradicadas. Mas, infelizmente, devido ao descuido com a vacinação, essas doenças estão voltando a assustar a todos. Por isso, vamos continuar a levar nossas crianças para vacinar. As vacinas protegem vidas e ajudam a prevenir mortes. Para as mulheres grávidas são ainda mais importantes, pois agem em dose dupla, garantindo proteção à saúde da mulher e do bebê.
Regina, a gente sabe que muitas gestantes têm medo de tomar vacinas achando que podem fazer mal ao bebê. Mas, na verdade, o que faz mal de verdade é quando a mãe pega alguma doença, não é?
REGINA: Exatamente. Caso a gestante seja contaminada, a saúde do bebê também pode ficar comprometida e, em alguns casos, podem ocorrer malformações fetais, parto prematuro, aborto espontâneo e até morte fetal. Com a vacinação, os anticorpos da mulher são transferidos para a criança pela placenta e, após o nascimento, por meio da amamentação, promovendo a imunização do bebê, até que ele receba as suas próprias vacinas, de acordo com o esquema vacinal infantil. Vale lembrar que as vacinas são seguras e salvam vidas. E o melhor, elas estão disponíveis pelo Sistema Único de Saúde, o SUS.
ENTREVISTA COM: Gean Soares, enfermeiro da Coordenação Nacional da Pastoral da Criança.
Gean, por que é importante levar a criança para vacinar?
GEAN: Vacinar a criança é essencial para protegê-la contra doenças graves e potencialmente fatais, como sarampo, poliomielite, coqueluche e meningite. As vacinas estimulam o sistema imunológico a criar defesas específicas, prevenindo surtos e reduzindo a mortalidade infantil. Além disso, a vacinação contribui para a saúde coletiva, impedindo a propagação de doenças na comunidade, principalmente aquelas comunidades vulneráveis. E as crianças vacinadas têm mais chances de crescer saudáveis, com menos riscos de internações e complicações e diminuindo os custos com o serviço de saúde. Eu considero que vacinar é um ato de amor, cuidado e responsabilidade dos pais para garantir um futuro mais saudável aos filhos.
O que é e qual é a importância da Caderneta da Criança?
GEAN: A Caderneta da Criança é um documento oficial do Ministério da Saúde que acompanha o desenvolvimento infantil desde o nascimento até os nove anos. Nela, são registrados dados importantes como peso, altura, vacinas aplicadas, exames, alimentação e marcos do desenvolvimento. É uma ferramenta importante para que os profissionais de saúde e os pais monitorem o crescimento saudável da criança. Além disso, promove a integração do cuidado entre diferentes serviços de saúde. Manter a Caderneta atualizada é essencial para garantir um acompanhamento completo e adequado da saúde infantil. Por isso é importante que os pais guardem com cuidado a caderneta e a levem em todas as consultas, porque, assim, o profissional de saúde pode ter um panorama do histórico de saúde da criança.
Gean, por que ainda alguns pais resistem em levar os filhos para vacinar?
GEAN: Alguns pais resistem à vacinação por falta de informação, medo de efeitos colaterais, influências das notícias falsas ou crenças pessoais. A desinformação nas redes sociais também tem contribuído para o aumento da hesitação vacinal, fazendo com que mitos se espalhem e criem desconfiança sobre a segurança e eficácia das vacinas. Além disso, em algumas regiões, o acesso limitado a serviços de saúde também dificulta a adesão dos pais em levar os filhos para vacinar. E combater essa resistência exige educação em saúde, campanhas informativas e diálogo com os profissionais de saúde, mostrando que vacinas são seguras e salvam vidas.
Leia a entrevista na íntegra
1758 – 02/06/2025 – Dia da Imunização (.PDF)
Programa de rádio Viva a Vida 1758 – 02/06/2025 – Dia da Imunização
Esta entrevista é parte do Programa de Rádio Viva a Vida da Pastoral da Criança.
Ouça o programa de 15 minutos na íntegra
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Vacinação — Ministério da Saúde
3º Objetivo de Desenvolvimento Sustentável
“Boa saúde e bem-estar”
Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades.
3.2 Acabar com as mortes evitáveis de recém-nascidos e crianças menores de 5 anos.
3.3 Acabar com as epidemias de doenças transmissíveis.
3.8 Alcançar a cobertura universal de saúde, incluindo o acesso a serviços de saúde essenciais de qualidade, como vacinas.
Dra. Zilda
“O segredo e a alma da transformação não estão apenas no repasse do conhecimento de ações básicas de saúde, mas na vivência do amor de Cristo, que veio para dar a vida, a vida em abundância”.
Reflexão
“Meu povo foi destruído por falta de conhecimento.”
(Oseias 4,6)