Acervo da Pastoral da Criança
“O Brasil ainda não atingiu a meta de cobertura vacinal para a maioria dos imunizantes do calendário básico infantil em 2022”, destaca a notícia da Agência Brasil, publicada no início de dezembro de 2022. A reportagem cita dados do Observatório de Saúde na Infância da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), que mostra, ainda, o cenário mais grave registrado entre as vacinas aplicadas após o aniversário de um ano, a tríplice viral, que protege contra o sarampo, caxumba e rubéola; a tetra viral, que inclui também a primeira dose da varicela e a hepatite A. Todas estão com cobertura inferior a 50% da população.
Esta situação é bastante preocupante pois doenças já erradicadas podem voltar. Sem vacina, a criança fica mais suscetível a contrair doenças bacterianas e virais, como é o caso da poliomielite, sarampo e tuberculose, altamente transmissíveis e graves. É preciso união e esforço coletivo para mudar esta situação.
ENTREVISTA COM: Dra. Marion Burger, médica infectologista da Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba, estado do Paraná
Como está a vacinação infantil hoje em dia?
Estamos retomando essa vacinação. Com a Covid-19, muitas pessoas perceberam a importância da vacinação na prevenção do agravamento de doenças. As crianças devem ser vacinadas não só para a Covid-19, mas para todas essas doenças para as quais existem vacinas e que, se existem vacinas, é porque são doenças potencialmente graves ou muito transmissíveis.
É normal o bebê ter algum sintoma ou reação depois da vacina?
Dra. Marion Burger, médica infectologista da Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba, estado do Paraná
A vacina desperta no nosso organismo uma resposta imune, uma defesa e, essa defesa pode gerar dor no local da aplicação, pode gerar febre, pode gerar algum desconforto, dor no corpo, algum desconforto. O que a gente pode fazer é repousar no dia que se faz a vacina, se manter bem hidratado, bem alimentado, repousar e, se apresentar dor ou febre, tomar um analgésico ou antitérmico.
Quais são as consequências de não vacinar as crianças?
As consequências são de que elas podem adoecer e podem ter sequelas de doenças que não precisam ter e também podem espalhar e propagar doenças para outras pessoas que vão adoecer e podem morrer. As vacinas são importantes tanto para a saúde individual quanto para a saúde coletiva. Na saúde individual, é para não deixar que essa pessoa adoeça; na saúde coletiva, é para não propagar doenças.
Programa de rádio Viva a Vida 1638 - 13/02/2023 - Vacinação infantil
Esta entrevista é parte do Programa de Rádio Viva a Vida da Pastoral da Criança.
Ouça o programa de 15 minutos na íntegra
Por que muitas doenças erradicadas, como a poliomielite (paralisia infantil), sarampo, meningite e outras doenças estão voltando, doutora?
Uma doença erradicada só é erradicada quando ela não existe mais. Então, nós temos, por exemplo, a poliomielite, erradicada nas Américas, mas não erradicada no globo terrestre. Nós temos países como Afeganistão e Paquistão onde ainda circula o vírus selvagem da poliomielite. Isso significa que uma pessoa que viaja de lá para cá pode trazer. Se a população não estiver vacinada esse vírus vai encontrar um meio de se propagar e voltar a existir. São doenças que estão voltando. Um motivo é pelo fato de nós estarmos viajando de uma forma muito mais rápida e frequente do que era possível antigamente. E o segundo, estão voltando porque as pessoas não estão vacinadas.
Leia a entrevista na íntegra: 1638 - 13/02/2023 - Vacinação infantil (.PDF)
3º Objetivo de Desenvolvimento Sustentável
"Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades."
A Pastoral da Criança trabalha em ações a fim de levar vida plena e em abundância para todas as crianças. Por isso, os líderes da Pastoral da Criança orientam as famílias acompanhadas sobre a importância das vacinadas para que os pequeninos fiquem protegidos contra algumas doenças.
Dra. Zilda
“As crianças, quando estão bem cuidadas, são sementes de paz e esperança. Não existe ser humano mais perfeito, mais justo, mais solidário e sem preconceitos que as crianças.”
Papa Francisco
“Lamentavelmente, estamos vendo cada vez mais que vivemos em um mundo de divisões ideológicas fortes. Frequentemente, as pessoas se deixam influenciar pela ideologia do momento, muitas vezes alimentadas por informações sem base ou fatos mal documentados”, disse. “Vacinas não são uma forma milagrosa de cura, mas com certeza representam, ao lado de outros tratamentos que precisam ser desenvolvidos, a solução mais razoável para a prevenção da doença.”