Foto: Berdnik Oleksander
Nesta semana, é celebrada a Páscoa: a maior festa do cristianismo e, naturalmente, de todos os cristãos. Nesta época, comemora-se a passagem de Cristo deste mundo para o Pai, da morte para a vida, das trevas para a luz – tempo que oportuniza repensar os comportamentos e prioridades da vida, para renová-los e poder se dedicar mais ao bem comum, ao próximo que precisa.
Para refletir um pouco mais sobre a festa da Páscoa e aproximar esta temática do dia a dia das famílias, confira a entrevista com a Ir. Vera Lúcia Altoé, da coordenação nacional da Pastoral da Criança.
Programa de rádio Viva a Vida
1277 - 21/03/2016 - Páscoa
Esta entrevista é parte do Programa de Rádio Viva a Vida da Pastoral da Criança.
Ouça o programa de 15 minutos na íntegra
Sul
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Páscoa é vida nova. Hoje, somos chamados a nos reinventar. Há muita coisa que precisamos mudar para alcançar uma vida mais feliz. Para isso, precisamos vencer muitos obstáculos?
O que lemos e o que vemos, diariamente, torna-se sempre mais um grande desafio e nos coloca diretamente no centro da questão. Como responder a estes desafios? Como levar a Boa Nova e a esperança do Cristo ressuscitado para os mais excluídos, os mais necessitados? Nem as respostas, nem os caminhos são fáceis. Mas não é porque parecem difíceis que devemos perder a motivação, perder a esperança. Temos a certeza, também, de que Ele continua trazendo vida nova e se renovando nas constantes mudanças que os tempos de hoje trazem.
Como podemos transformar as trevas em luz?
Irmã Vera Lúcia Altoé
As famílias podem começar com as crianças, mostrando essa luz que é Jesus vivo e presente no meio de nós. Por exemplo: já no Domingo de Ramos, elas podem explicar para as crianças o que são esses ramos, essas palmas. Depois, na linguagem da criança, a família pode ir contando para a criança quem foi Jesus, como Ele viveu, o quanto de bem Ele fez, o quanto Ele amava as crianças, como Ele morreu. E depois dizer que Ele nos amava tanto que resolveu ficar no meio de nós, sempre presente. Assim, vamos ensinando as crianças desde pequenas a serem mais otimistas, mais cheias de esperança, a ter mais fé e saber que Jesus é o caminho. E vamos, cada vez mais, superando as trevas para viver na luz.
Como podemos associar a Páscoa de Jesus com o tema da Campanha da Fraternidade desse ano, que diz: “Casa comum, nossa responsabilidade”?
Cuidar da “casa comum”, casa de todos, como um bem precioso, com ações concretas e permanentes em nosso dia a dia, é transformar para melhor a realidade da vida das famílias e comunidades. São muitas as ações que podemos fazer: destino adequado do lixo; cuidar com a qualidade da água, do esgoto; ampliar os gestos comunitários que unem as pessoas em torno de uma causa comum. Tudo que traz e reforça a consciência de cuidado e proteção do lugar em que vivemos, da nossa “casa comum”, só pode trazer benefícios para todos, especialmente, para as crianças e futuras gerações.
Leia a entrevista na íntegra: 1277 - Entrevista com Irmã Vera Lúcia Altoé - Páscoa (.PDF)
Eldorado dos Carajás
“Em tua casa, celebrarei a Páscoa”
A partir da experiência de mais de 30 anos de atuação da Pastoral da Criança, pode-se dizer que a frase do Evangelho de Mateus – “Em tua casa, celebrarei a Páscoa” (26,18) – está representada no trabalho voluntário desempenhado por milhares de líderes brasileiros e de outros dos 17 países.
O sentido verdadeiro da Ressurreição de Jesus, lembrando nesta época, se faz presente a cada criança salva de uma vida sem plenitude de direitos e de condições precárias para seu desenvolvimento. Também se renova a cada família que passa a ter informação sobre saúde, nutrição, educação e cidadania – e se motiva a promover transformações na comunidade em que mora.
Evitar essa “morte simbólica” dos direitos destas crianças e famílias e, em seu lugar, buscar a vida plena é a missão da Pastoral da Criança. Isso inclui a mobilização para resolução de problemas atuais que atingem a população, como a falta de vacinas e medicamentos, de vagas em escolas e creches, de saneamento básico e de espaços seguros para as crianças brincarem. E também a valorização das boas ações que fazem a diferença, como as orientações compartilhadas com gestantes e outras mães, o envolvimento de parceiros para promoção de Ruas do Brincar, o empenho dos profissionais de saúde que buscam soluções para superar as dificuldades e a própria dedicação de todas as pessoas dispostas a colaborar.
A atuação dos voluntários, tanto da Pastoral da Criança, quanto de diversas organizações e movimentos, é um exemplo prático de como manter vivo o espírito pascal durante o ano inteiro. E uma inspiração para que se valorize o real sentido da Páscoa.