A contribuição da Pastoral da Criança ajudou a mudar o panorama da situação da infância nas últimas décadas
Durante a cerimônia de abertura da Celebração Dra. Zilda, as autoridades e os voluntários presentes reafirmaram seus compromissos com a causa da infância. Nos últimos 20 anos, o Brasil reduziu em 77% a mortalidade de crianças menores de cinco anos, um dos maiores percentuais de queda do mundo. Também diminuíram a incidência da desnutrição e de infecções, com o acesso ao sistema de saúde universalizado. Porém, outros problemas estão presentes, o Brasil é um dos 12 países mais desiguais, e os pobres, em especial as crianças, são os que mais sofrem as consequências dessa desigualdade. Como a Dra. Zilda Arns Neumann dizia: “Há muito o que se fazer, porque a desigualdade social é grande. Os esforços que estão sendo feitos precisam ser valorizados para que gerem outros ainda maiores”.
Entre as preocupações principais da Pastoral da Criança, está o baixo peso ao nascer, mais frequente entre os bebês prematuros e naqueles que nascem por cesarianas. Durante a cerimônia de abertura, Ana Paula Menezes, secretária executiva do Ministério da Saúde, ressaltou que um dos desafios do Governo Federal nos próximos anos é redução do número de nascimentos por cesarianas. O excesso de cesarianas realizadas no país (mais de 52% dos nascimentos), além de aumentar as taxas de mortalidade materna, faz com haja o aumento de bebês prematuros - atualmente 12% dos bebês brasileiros nascem prematuros, uma das mais altas taxas do mundo. “A cesariana é uma cirurgia e gera mais riscos para a mulher e para a criança. Estamos fazendo com que as crianças nasçam como se acordassem com um despertador e não naturalmente”, explicou Ana Paula, que convidou a todos os presentes a ajudar na redução das taxas de cesariana no Brasil.
As ações dos voluntários da Pastoral da Criança visam garantir que cada criança tenha oportunidade de se desenvolver plenamente. Para isso, é preciso dar atenção especial aos primeiros mil dias de vida da criança, que inclui a gestação e os dois primeiros anos. Segundo Nelson Arns Neumann, a amamentação exclusiva até os seis meses, e se possível, de forma complementar, até os dois anos de vida, é um dos fatores que contribuem para o desenvolvimento pleno. “Minha mãe, Dra. Zilda, enfatizava o ganho no desenvolvimento da criança proporcionado pela amamentação”, ressaltou. Outro desafio é o quadro nutricional apresentado pelas crianças. Enquanto a desnutrição diminuiu, aumentaram os casos de obesidade em toda a população. Hoje, uma a cada três crianças de cinco a nove anos está acima do peso.
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Mil dias (desenvolvimento infantil)