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Foto: Acervo da Pastoral

“A Pastoral da Criança, desde o início, teve a preocupação não só de reduzir a mortalidade infantil e a desnutrição, mas também de promover a paz nas famílias e comunidades, pelas atitudes de solidariedade e a partilha do saber a todas as famílias”.

A frase dita pela Dra. Zilda continua viva no espírito de cada líder da Pastoral da Criança, assim como todo o seu ensinamento se mantém atual. Dra. Zilda tinha o dom de aliar a ciência com a sabedoria popular e, dessa forma, salvou milhares de vidas com ideias simples, como a difusão do soro caseiro.

Biografia

Zilda Arns Neumann nasceu em Forquilhinha (SC) em 25 de agosto de 1934. Morou em Curitiba (PR) e foi mãe de cinco filhos e avó de dez netos. Escolheu a medicina como profissão e atuou na saúde pública.

Em 1983, a pedido da CNBB, a Dra. Zilda Arns criou a Pastoral da Criança juntamente com Dom Geraldo Majela Agnello, então Arcebispo de Londrina-PR. O projeto-piloto foi em Florestópolis, no Paraná, cidade que na época tinha alto índice de mortalidade infantil: 127 mortes para cada mil nascidos vivos.

Foi então que desenvolveu a metodologia comunitária de multiplicação do conhecimento e da solidariedade entre as famílias mais pobres, baseando-se no milagre da multiplicação dos dois peixes e cinco pães que saciaram cinco mil pessoas, como narra o Evangelho de São João (Jo 6, 1-15). A educação das mães por líderes comunitários capacitados revelou-se a melhor forma de combater a maior parte das doenças facilmente preveníveis.

Pelo seu trabalho na área social, Dra. Zilda Arns recebeu diversas condecorações internacionais e foi indicada três vezes ao Prêmio Nobel da Paz. Em 2021, seu nome foi inscrito no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria.

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Foto: Acervo da Pastoral

Zilda Arns morreu em 12 de janeiro de 2010 em Porto Príncipe, no Haiti, durante um terremoto catastrófico que arrasou a região. Ela estava em missão humanitária para introduzir a Pastoral da Criança no país. No momento do terremoto, dra. Zilda proferia uma palestra para religiosos em uma igreja na capital haitiana.

O legado de Zilda Arns continua vivo no trabalho da Pastoral da Criança, que hoje tem mais de acompanha mais de 200 mil crianças no Brasil. Em Curitiba, o Museu da Vida tem um memorial em homenagem à fundadora da Pastoral da Criança.

 

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Vânia Lúcia Ferreira Leite, coordenadora arquidiocesana da Pastoral da Criança em Brasília (DF) e assessora nacional, que teve o privilégio de ser assessora da Dra. Zilda Arns por muitos anos.

ENTREVISTA COM: Vânia Lúcia Ferreira Leite, coordenadora arquidiocesana da Pastoral da Criança em Brasília (DF) e assessora nacional, que teve o privilégio de ser assessora da Dra. Zilda Arns por muitos anos.

Vânia, qual é o maior legado que a Dra. Zilda nos deixou?

A Dra. Zilda Arns nos deixou seu exemplo de que é possível mudar o perfil de uma nação com ações, com sua luta, seu trabalho para reunir e animar líderes voluntários que pudessem levar informações sobre saúde, educação, nutrição, paz e cidadania. Ela teve a preocupação não só de reduzir a mortalidade infantil e a desnutrição, mas também de promover a paz nas famílias e comunidades, por meio de atitudes de solidariedade e da partilha do saber com todas as famílias.

Vânia, como a Missão da Dra. Zilda Arns persiste ao longo dos tempos?

Em primeiro lugar, porque uniu a fé com a vida. As pessoas que conhecem a Pastoral da Criança se encantam e se engajam, porque estão movidas pela mística fraterna de construir um mundo melhor, justo e humanitário. A participação comunitária é o principal fator do êxito da Pastoral da Criança.

Dra. Zilda Arns nos deixou muitos ensinamentos que servem de inspiração até hoje: tinha a clara consciência de que a transformação da sociedade vem da base, da pequena comunidade que se organiza, sem deixar, porém, de exigir do governo os seus direitos.
A ação da Dra. Zilda partia da prática de Jesus, da multiplicação dos pães e dos peixes. Somente com cinco pães e dois peixes e com a multiplicação feita por Jesus, todos puderam comer. Hoje, não só multiplicamos pães e peixes, mas também multiplicamos o saber, a solidariedade e os esforços comuns.

Os líderes e coordenadores veem até hoje a Dra. Zilda Arns como um ícone de muito respeito e como uma pessoa de referência, de amor pelas crianças, gestantes, famílias e indígenas, e também pela extensa rede de solidariedade humana que foi formada por ela.

Viva a VidaPrograma de rádio Viva a Vida 1717 - 19/08/2024 - Dra. Zilda Arns Neumann: memória e missão

Esta entrevista é parte do Programa de Rádio Viva a Vida da Pastoral da Criança.
Ouça o programa de 15 minutos na íntegra

Vânia, qual é a mensagem da Dra. Zilda Arns para os dias de
hoje?

A Dra. Zilda foi corajosa, inovadora e se comprometeu com grandes desafios. Porém, a luta não parou nela. Temos enormes desafios pela frente, podemos aprender muito e trabalhar para que amanhã seja um outro dia, um dia de mais oportunidades e de melhores conquistas.

Lembro-me da sua última fala em Porto Príncipe, Haiti, pouco antes do terremoto. Ela disse que a solução da maioria dos problemas sociais está relacionada com a redução urgente das desigualdades sociais, a eliminação da corrupção, a promoção da justiça social, o acesso à saúde e à educação de qualidade, ajuda mútua financeira e técnica entre as nações, para a preservação e restauração do meio ambiente.

Sua meta era salvar vidas precocemente ameaçadas pela injustiça da desigualdade social que marca a nossa sociedade. Seu lema, a palavra de Jesus, segundo o evangelho de João: “vim para que todos tenham vida e vida em abundância.”

 

Leia a entrevista na íntegra

1717 - 19/08/2024 - Dra. Zilda Arns Neumann: memória e missão

 

Dra. Zilda

"Na Pastoral da Criança, você é aquele anjo, ungido por Deus para a missão especial de garantir a vida e a dignidade das crianças em sua comunidade e no país".

Papa Francisco

“«Ide às saídas dos caminhos e convidai para as bodas todos quantos encontrardes».
"A missão é ida incansável rumo a toda a humanidade para a convidar ao encontro e à comunhão com Deus."