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Foto: Eli Pio

É de grande importância que nós lideranças da Pastoral da Criança conversemos com a comunidade sobre as diversas formas de família existentes e que devemos garantir, para preservar a melhor forma de desenvolvimento integral da criança, o direito da criança à convivência familiar e comunitária e evitar o máximo que sejam levadas ao acolhimento, seja Família Acolhedora e ou institucional. Independente da organização familiar, devemos preservar a proteção e os cuidados para com a criança e o adolescente que vai além dos laços de consanguinidade, aliança, afinidade e afetividade. A família é uma comunidade de pessoas, com modo próprio de existirem e viverem juntas em comunhão. Ela surge no momento em que se realiza uma aliança de amor, compromisso, fidelidade e afetividade de um para com o outro. Com base nesse conceito cristão, podemos perceber a Trindade que ilumina, cria e recria a família como imagem e semelhança de Deus que se doa totalmente no amor. Só vamos conseguir melhorar o mundo, se o coração da família receber atenção, ter vida digna e direitos garantidos, com a diminuição da violência, da intolerância, e dos males que afetam a infância, as relações familiares e comunitárias. A família é o lugar do aconchego, da partilha, do cuidado e do acolhimento. Acreditamos que a família tem todas as condições de garantir um ambiente favorável ao desenvolvimento da criança. É na família que a criança aprende e se desenvolve. Quando orientamos as crianças pelo afeto, percebemos que as violências desaparecem. Saiba mais sobre a importância da Família Acolhedora no tema dessa semana, que traz entrevista com Cláudia Cabral, psicóloga e diretora executiva da Associação Brasileira Terra dos Homens Brasil, da comunidade de Mangueirinha, Duque de Caxias, estado do Rio de Janeiro; e com João Batista Motta, Coordenador Diocesano e Articulador de Direitos, em Tianguá-CE.

 

caroline dalabona

 Cláudia Cabral 

Entrevista com Cláudia Cabral, psicóloga e diretora executiva da Associação Brasileira Terra dos Homens Brasil, da comunidade de Mangueirinha, Duque de Caxias, estado do Rio de Janeiro.

Quais são os motivos pelos quais uma criança, ou adolescente, pode ser afastado temporariamente dos seus familiares?

Têm vários motivos, mas a essência é a criança não estar sendo protegida. Aquele convívio está afetando o seu desenvolvimento. Então, você precisa encontrar uma outra figura de apoio, uma outra família que, temporariamente, vai acolher aquela criança, vai proteger a criança que está frágil em termos de desenvolvimento, mas aí quando essa família acolhedora recebe a criança, ela tem que entender que a criança está vindo com uma história. Ela acolhe aquela história também e ajuda a criança a voltar para a sua família, mostrando para aquela família, que naquele momento não estava podendo e não estava conseguindo educar o seu filho, que ela pode se reorganizar e reaver o seu filho.

Viva a VidaPrograma de rádio Viva a Vida
1556 - 19/07/2021 - Família Acolhedora


Esta entrevista é parte do Programa de Rádio Viva a Vida da Pastoral da Criança.
Ouça o programa de 15 minutos na íntegra

O que é o Serviço Família Acolhedora e quais são as suas principais funções?

O Serviço de Família Acolhedora é um tipo de acolhimento à criança e ao adolescente, quando a criança não pode ser cuidada pela sua família de origem, porque ela não está recebendo a proteção necessária, o governo assume e coloca a criança num acolhimento. No caso, a Família Acolhedora é um serviço de acolhimento familiar e não de acolhimento institucional. No Brasil a gente chama de alta complexidade quando a situação da criança, a situação de violência dentro da família da criança, vai crescendo, ela atinge um estágio de alta complexidade suficiente para que a criança precise sair daquela família. Ela não pode continuar na família de origem. Ela tem que ser protegida. E aí uma outra família, dentro da sociedade, aceita recebê-la e é preparada para isso. Mas o objetivo é trabalhar aquela família de origem, para que ela se reorganize e consiga ter o seu filho de volta. E a família acolhedora tem um papel temporário fundamental para o desenvolvimento daquela criança, ou do adolescente.

 

caroline dalabona

 João Batista Motta 

Entrevista com João Batista Mota, Coordenador Diocesano e Articulador de Direitos, em Tianguá-CE.

Como a Pastoral da Criança orienta sobre esse tema nas comunidades?

A Pastoral da Criança orienta as comunidades a serem protetivas e solidárias, elas devem desenvolver atividades que contribuam com o processo de desenvolvimento saudável e harmonioso, promovendo o desenvolvimento da autonomia e de sociabilidade. Isso implica no fortalecimento dos vínculos e do convívio familiar e comunitário e na prevenção de situação de risco social.

Se alguém estiver interessado em se tornar Família Acolhedora, como deve proceder, onde procurar mais informações?

Em primeiro lugar, o município onde essa pessoa reside precisa ter esse serviço, que no caso na Secretaria de Assistência Social, e esta deve entrar em contato para fazer uma primeira inscrição. Depois, os profissionais do serviço vão agendar entrevistas de esclarecimentos. A pessoa vai passar por uma formação e, conforme for conhecendo mais a proposta, ela é livre para ser ou não uma Família Acolhedora.

 

caroline dalabona

 Francelina Morais 

(TESTEMUNHO) Francelina Morais, Serviço Família Acolhedora de Teresina, Estado do Piauí.

O que me levou a ser Família Acolhedora foram várias visitas. Ficava me perguntando de que maneira eu poderia ajudar mais ainda? E uma psicóloga me apresentou a Família Acolhedora e, assim de cara, eu achei superinteressante. Vi que seria uma forma de ajudar mais de perto. Já estou no terceiro. Fazem parte de mim. A gente acaba criando como se fossem nossos filhos. Quando a gente acolhe uma criança dessas é como se estivesse acolhendo Jesus na nossa própria casa.

Leia a entrevista na íntegra: 1556 - Família Acolhedora (.PDF) 

 

1616º Objetivo de Desenvolvimento Sustentável

"Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável, proporcionar oacesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis"

A Pastoral da Criança procura levar todas as informações necessárias às famílias acompanhadas, através dos nossos líderes, para que todas as crianças tenham um desenvolvimento pleno. Algumas medidas, como parcerias com os Agentes de Saúde, são tomadas para garantir que o apoio a essa criança e às famílias seja completo e de qualidade.

 

Dra. Zilda

“O melhor resultado para a paz nas famílias é cuidar bem das crianças, para que elas tenham oportunidade de se desenvolver, tenham saúde, alegria de viver e fé em Deus.”

Papa Francisco

"A família é a comunidade de amor em que cada pessoa aprende a se relacionar com os outros e com o mundo.