Foto: Agência Brasil
A prematuridade é o nascimento antes de 37 semanas de gestação. O ciclo completo da gravidez é de 40 semanas e essas três semanas fazem diferença. Entre os fatores que podem antecipar o nascimento do bebê estão idade da mãe, hipertensão, diabetes, infecção urinária durante a gravidez, má formação do feto e cirurgia cesariana.
O bebê prematuro deve receber cuidados especiais e só deve sair do hospital após pesar pelo menos 1.900 gramas. Isso ocorre porque quanto mais cedo o bebê nasce, menos desenvolvidos estão os seus órgãos, e menos anticorpos ele recebeu da mãe.
Prematuros, bebês que precisam de mais cuidado e atenção
De acordo com a ONG Prematuridade.com, a prematuridade é a maior causa de mortalidade infantil entre crianças menores de cinco anos. O Brasil é um dos países com maior número de nascimentos antes das 37 semanas (12% do total).
Estudo faz alerta sobre a situação da prematuridade no Brasil
No dia 17 de novembro é celebrado o Dia Mundial da Prematuridade, momento importante para engajar governo, parlamentares, conselhos da área da Saúde, profissionais do setor, Poder Judiciário e a sociedade civil para a importância de políticas públicas sobre as causas e consequências do parto prematuro.
Para aumentar o número de partos a termo, ou seja, após as 37 semanas, é preciso melhorar a comunicação com as famílias e o acesso ao pré-natal de qualidade para as gestantes. A Pastoral da Criança trabalha no acompanhamento de gestantes em comunidades de todo o Brasil, garantindo que essas famílias tenham acesso ao serviço corretamente.
Denise Leão Suguitani, nutricionista, Fundadora e Diretora Executiva da ONG Prematuridade.com e parceira institucional da Pastoral da Criança..
ENTREVISTA COM: Denise Leão Suguitani, nutricionista, Fundadora e Diretora Executiva da ONG Prematuridade.com e parceira institucional da Pastoral da Criança.
Denise, a senhora poderia comentar um pouco, por que foi escolhido esse tema para a Campanha desse ano?
DENISE:
O slogan global do Dia Mundial da Prematuridade de 2024 foi escolhido em função de pensarmos a questão da prevenção do parto prematuro e não somente nos cuidados aos bebês depois que eles nascem. A ideia é justamente trazer sensibilização para que a gente foque na questão da qualidade do atendimento, da qualidade do cuidado, tanto para as gestantes, quanto para as mães e os bebês, prematuros ou não. Então, com qualidade a gente consegue prevenir partos prematuros e garantir melhores prognósticos para os bebês.
Por que acontecem tantos partos prematuros atualmente, Denise?
DENISE:
A prematuridade é multifatorial, existem vários motivos. Precisamos pensar nas questões sociais, ligadas ao atendimento de saúde. Temos um pré-natal deficitário, uma falta de acesso à saúde da para as gestantes. Temos muitas gestações na adolescência no Brasil, o que acaba trazendo mais bebês prematuros. Temos também questões da própria gestação, muitas vezes algumas doenças se desenvolvem, como diabetes gestacional, pressão alta e pré-eclâmpsia, e isso pode afetar a gestação e trazer um parto prematuro. Também temos muitas cesáreas eletivas no Brasil, que são aquelas agendadas sem uma indicação médica necessariamente. E, especialmente, a gente tem que pensar nas questões de pré-natal. Se a gente conseguisse ampliar a abrangência do pré-natal, o número de consultas e a qualidade das consultas, e falar de prematuridade e fazer campanhas em massa, a gente conseguiria diminuir esses números de prematuridade do Brasil.
Programa de rádio Viva a Vida 1729 - 11/11/2024 - Dia Mundial da Prematuridade
Esta entrevista é parte do Programa de Rádio Viva a Vida da Pastoral da Criança.
Ouça o programa de 15 minutos na íntegra
Denise, qual é a sua mensagem para o Dia Mundial da Prematuridade?
DENISE:
A mensagem que eu deixo para esse Dia Mundial da Prematuridade é que a gente pense no futuro e que a gente foque nas crianças mais vulneráveis, que elas precisam da gente para ser a voz da mudança. Se a gente quer um futuro melhor para os nossos filhos e netos, a gente tem que olhar para a causa da prematuridade, a gente tem que olhar para os bebês prematuros e de que forma a gente cuide, acolha e garanta o melhor desenvolvimento dessas crianças, porque elas são no mínimo 12% aqui no Brasil das nossas próximas gerações e a prematuridade ela é afetada por todas as situações que acontecem no mundo, desde o estresse, o fator estresse para as mulheres hoje que estão no mercado de trabalho, que tem que dar conta de tantas coisas. Desde esse estresse, até as variações climáticas, as queimadas, o calor extremo que causa mais partos prematuros. Então, tudo isso acaba sendo uma cascata de eventos que afetam a questão da prematuridade, o número de prematuros que nascem. E a gente quer garantir que esse número diminua. A gente precisa cuidar dos prematuros. Cuidar dos prematuros é cuidar do futuro.
Leia a entrevista na íntegra
1729 - 11/11/2024 - Dia Mundial da Prematuridade (.PDF)
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