Foto: Acervo da Pastoral da Criança
É esta Igreja que nos pede o Papa Francisco na sua exortação apostólica Evangelium Gaudium, que precisamos “Sair em direção dos afastados, dos excluídos (...) sair em direção às periferias humanas” (EG 46). Ele afirma ainda que prefere “uma Igreja acidentada, ferida e enlameada por ter saído pelas estradas, a uma Igreja enferma pelo fechamento e a comodidade de se agarrar às próprias seguranças” (EG 49). Esse testemunho é dado pelas crianças e jovens da catequese, quando saem de suas casas e com espírito missionário vão ao encontro das famílias de sua comunidade levando a esperança e Boa Nova da espera do Salvador, como primeiro momento para evangelização. Dessa forma, ainda na Iniciação à Vida Cristã, estas crianças e jovens dão o exemplo de que “Se a Igreja inteira assume este dinamismo missionário, há-de chegar a todos, sem excepção. Mas, a quem deveria privilegiar? Quando se lê o Evangelho, encontramos uma orientação muito clara: não tanto aos amigos e vizinhos ricos, mas sobretudo aos pobres e aos doentes, àqueles que muitas vezes são desprezados e esquecidos, «àqueles que não têm com que te retribuir» (Lc 14, 14).”
Maria das Graças Silva Gervásio
ENTREVISTA COM: Maria das Graças Silva Gervásio, é assistente social e compõe a equipe técnica da Coordenação Nacional da Pastoral da Criança.
Sabemos que desde 2015 é realizada a Campanha dos Pequenos Reis Magos. Qual é o objetivo dessa Campanha?
O objetivo da Campanha é despertar a solidariedade e o espírito missionário das crianças, adolescentes e jovens ainda na Iniciação à Vida Cristã (IVC). Está em sintonia com o que diz o Novo Diretório para a Catequese no Número 33: “A ação missionária é o primeiro momento para a evangelização”. Portanto, é um projeto missionário em que as crianças da catequese saem às ruas, vestidas como os reis magos, cantando e abençoando as residências por onde passam. Na missão, aproveitam para arrecadar recursos para as crianças de outros países por meio da ação da Pastoral da Criança Internacional.
Com a pandemia, a Campanha dos Pequenos Reis Magos ficou um pouco comprometida. Como foi realizada?
No ano passado, devido à pandemia, não foram todas as paróquias que realizaram a Campanha, mas as que se mobilizaram, conseguiram testemunhar uma catequese em saída. Após o envio feito pelos padres, as crianças saíram pelas ruas cantando, rezando e abençoando. Mesmo não entrando nas casas, em atenção aos cuidados sanitários, foram momentos de muita alegria, tanto para essas crianças, quanto pelas famílias que aguardavam a passagem dos Pequenos Reis Magos. Em algumas paróquias, no entanto, fizeram a opção de não sair ainda pelas ruas, mas encontraram outras formas de levar a bênção de Cristo aos lares e de buscar a contribuição das pessoas. Mas independente da forma realizada, foi um momento de evangelização, de testemunho missionário e solidário por parte das crianças e adolescentes da catequese.
Programa de rádio Viva a Vida 1580 - 03/01/2022 - Campanha dos Pequenos Reis Magos
Esta entrevista é parte do Programa de Rádio Viva a Vida da Pastoral da Criança.
Ouça o programa de 15 minutos na íntegra
Qual é a importância do envolvimento dos catequistas, catequizandos e famílias nesta campanha?
É muito importante esse envolvimento, porque como consta no Novo Diretório para a Catequese, a Igreja é hoje chamada a colocar-se em estado de missão permanente em todo mundo e a transformar todas as suas ações em perspectiva missionária. Assim, acontece a catequese em saída. A realização da campanha é um gesto concreto dos catequistas quando motivam e preparam os catequizandos para ir ao encontro do Menino Jesus, que nasce em cada lar. Além desse testemunho missionário, testemunham também a solidariedade ao despertar nas famílias que visitam a solidariedade em prol dos pobres que hoje nascem em outros países em situação de vulnerabilidade. Em especial, o Haiti, Moçambique e a Guiné-Bissau. Com essa iniciativa, queremos seguir o exemplo das primeiras comunidades cristãs que socorriam as que estavam em dificuldades e nessa rede de solidariedade se concretiza a partilha de crianças ajudando crianças.
Foto: Acervo da Pastoral da Criança
(TESTEMUNHO)
Maria Luiza Nunes de Godoi, catequista de Primeira Eucaristia da Paróquia Santa Luzia, Setor Lapa, em São Paulo, Capital.
Como é para os catequizandos e catequistas participarem da Campanha dos Pequenos Reis Magos?
É muito importante para os catequizandos. Eles fazem com muito carinho, com muito amor. Eles andam horas comigo de casa em casa louvando, levando uma palavra de amor, de carinho, levando uma água benta, levando o óleo. Eles se sentem importantes. Eles se sentem no caminho de Deus. Eles sabem que nisso eles estão agradando não só a Deus como a eles mesmos por levar esta caridade para quem tanto precisa. Onde eu sou catequista, nós temos muitas comunidades e essas crianças carentes sentiram, vendo os vídeos e vendo quem elas ajudavam, sentiram a necessidade de fazer algo por elas. E hoje em dia, elas levam a vida muito melhor, sabendo que elas têm pouco, mas têm e que tem muita criança que nem esse pouco tem. E elas podendo ajudar, tornam elas boas de coração, continuam no caminho de Deus para que no futuro se tornem jovens maravilhosos. E muitas crianças que começaram comigo nos Reis Magos, hoje jovens, eles voltam a ficar junto conosco, andar de casa em casa, levar essa palavra amiga, esse carinho e oferecer o nosso cofrinho para ajudar as crianças que mais precisam.
Leia a entrevista na íntegra: 1580 - 03/01/2022 - Campanha dos Pequenos Reis Magos
1º Objetivo de Desenvolvimento Sustentável
“Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares”.
A campanha Pequenos Reis Magos, promovida pela Pastoral da Criança, tem como objetivo colaborar com as crianças em situação de vulnerabilidade de alguns dos países mais pobres do mundo. A iniciativa busca a erradicação da pobreza e, também, um mundo sem fome, sem desigualdades e que todos tenham boa saúde e bem-estar, para que as crianças do mundo tenham vida em abundância e possam se desenvolver plenamente.
Dra. Zilda
Sei que posso contar com a sua colaboração para isso, pois tenho certeza que o amor, que tudo pode, e que você traz dentro de seu coração, por obra e graça de Deus, vai ajudar você a colaborar na transformação da vida de tanta gente”.
Papa Francisco
“Cada comunidade cristã deve ser um oásis de amor e afeto no deserto da solidão e da indiferença”.