Datas comemorativas como o Natal, dia da criança e aniversário, são sempre motivos para presentear as crianças com brinquedos. Quanto mais luzes, sons e movimentos, maior a fascinação das crianças de todas as idades. Muitos pais cedem aos apelos das crianças, comprando o que elas escolhem e não prestam atenção em itens básicos de segurança, como a idade indicada para a utilização do brinquedo, presença de peças pequenas e sons altos.
Pesquisa realizada pela Ong Criança Segura (SP) mostra que crianças até três anos de idade estão mais sujeitas a engasgos, pois tendem a colocar os objetos na boca. Anualmente, mais de 700 crianças morrem vítimas de sufocamentos e mais de 73 mil são hospitalizadas por quedas relacionadas a brinquedos.
Brincar é importante para o desenvolvimento das crianças e os brinquedos oferecem diversão, entretenimento e contribuem para o aprendizado, porem, para garantir a segurança das crianças, é preciso que os adultos estejam atentos às normas de segurança.
O Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia – Inmetro – é um dos órgãos que fiscaliza e certifica os brinquedos, de acordo com a faixa etária, assegurando a segurança necessária. Desde 1992, a certificação de brinquedos é obrigatória no Brasil. Brinquedos comercializados no mercado informal oferecem riscos à segurança das crianças, desde a ausência das informações obrigatórias, como a faixa etária, até a presença de metais pesados (chumbo, cádmio, tintas, etc) ou de bordas cortantes e partes pequenas que podem ser engolidas ou inaladas.
Os testes aplicados pelo Inmetro avaliam os principais itens de segurança, quais sejam: impacto e quedas (pontas cortantes e agudas), mordida (partes pequenas que podem ser levadas à boca), composição química (metais nocivos à saúde), inflamabilidade (risco de combustão em contato com o fogo) e ruído (níveis acima dos limites estabelecidos pela legislação).
Confira algumas dicas para garantir a segurança das crianças na hora da brincadeira:
- Observar a faixa etária para qual o brinquedo se destina. Siga sempre as recomendações do fabricante e procure brinquedos com selo do Inmetro;
- Evite brinquedos que produzem sons altos, com pontas e bordas afiadas;
- Evite brinquedos com correntes, tiras e cordas com mais de 15cm, para evitar o risco de estrangulamento;
- Evite brinquedos com elementos de aquecimento, como baterias e pilhas. Brinquedos elétricos podem causar queimaduras;
- Inspecione regularmente os brinquedos à procura de peças quebradas ou soltas. Em caso de brinquedos quebrados, conserte o brinquedo ou mantenha-o fora do alcance da criança;
- Ensine a criança a guardar os brinquedos após a brincadeira. Guardando em um local seguro, previne quedas e outros acidentes;
As bexigas e balões também devem ser utilizados com a supervisão de um adulto responsável, pois elas podem ser acidentalmente ingeridas pelas crianças e ocasionar sérias consequências. Após o uso, esvazie as bexigas e coloque fora, junto com os pedaços estourados.
Mesmo com todas essas dicas, é importante ter a supervisão de um adulto na hora da brincadeira, para manter as crianças protegidas de acidentes. Além do mais, elas adoram quando os adultos participam da brincadeira e essa é uma boa oportunidade para os responsáveis testarem a durabilidade e a segurança dos brinquedos. Nunca deixe crianças pequenas brincando sozinhas perto de escadas, piscinas ou lagos.
Cartilha previne acidentes de consumo
A Associação Médica Brasileira (AMB) e a Pro Teste – Associação Brasileira de Defesa do Consumidor – lançaram a cartilha “Acidentes de Consumo” que orienta os consumidores e médicos a identificar, notificar e prevenir acidentes de consumo. Até meados de 2004 o Brasil não tinha dados sobre as sequelas sociais e econômicas originadas pelo acidente de consumo.
Nos Estados Unidos, por exemplo, entre 1998 e 1999, as falhas em produtos e serviços foram responsáveis por mais de 4 milhões de ferimentos, que provocaram mais de 4 mil mortes. Com o objetivo de dimensionar os acidentes de consumo no Brasil, a Pro Teste e AMB mapearam durante três meses, vítimas de acidentes de consumo nos principais hospitais de São Paulo. Foram realizadas mais de 2 mil entrevistas e os resultados foram alarmantes: a pesquisa constatou que as crianças (60%) são as principais vítimas dos casos de obstrução aérea (nariz e ouvido) e que se machucam com seus brinquedos (38%) ou outros itens como o material escolar.