Captura de Tela 0028 11 01 as 17.09.43
Fonte: The Lancet

A revista cientifica The Lancet, uma das mais antigas e prestigiadas na área médica, publicou em outubro, a série Advancing Early Childhood Development: from Science to Scale. (Desenvolvimento Avançado da Primeira Infância: da ciência à medida)

O estudo, que será lançado no Brasil no dia 09 de novembro, pela Rede Nacional da Primeira Infância, em Brasília (DF) e contou com a contribuição e orientação da Organização mundial da Saúde (OMS), o Banco Mundial e o UNICEF, revelou que 43% (249 milhões) das crianças com menos de 5 anos dos países de baixa e média renda, correm o risco de terem seu desenvolvimento comprometido, por conta da situação de extrema pobreza em que vivem.

Os resultados indicam que intervenções voltadas ao desenvolvimento da primeira infância, como: saúde, nutrição, cuidados, segurança, proteção e aprendizagem, podem custar apenas 50 centavos de dólar por criança, por ano, quando combinadas a serviços já existentes, e enfatizou o papel decisivo que o setor de saúde desempenha para integrar investimento de baixo custo.

A pesquisa mostrou que o cérebro infantil se desenvolve com maior rapidez nos primeiros mil dias de vida - da gestação aos 2 anos de idade. Os cuidados nos primeiros anos influenciaram toda a vida e saúde da pessoa, de modo que a falta de nutrição, estimulação e proteção adequadas têm efeitos nocivos que podem repercutir a longo prazo nas famílias, nas comunidades e até mesmo no PIB (Produto Interno Bruto) de um país, como informou o Diretor Executivo do UNICEF, Anthony Lake: “Devemos converter os resultados da ciência em um chamado de alerta, porque o desenvolvimento de milhões de crianças corre perigo. Neste momento, 43% das crianças em países de baixa e média renda não poderiam alcançar seu potencial cognitivo. Nenhum país pode correr o risco de perder quase a metade do potencial cerebral de seus cidadãos mais jovens – e menos ainda os países de baixa e média renda.

A ciência e a economia são claramente a favor de investir nos primeiros mil dias de vida, começando na gravidez”, afirmou Keith Hansen, vice-presidente de Desenvolvimento Humano do Banco Mundial. “Se não fazemos isso, as crianças demoram a chegar à escola e sofrem toda uma vida de desvantagens. Mas se fazemos, podemos alcançar uma diferença extraordinária em sua capacidade para participar plenamente nas economias futuras como cidadãos ativos e produtivos. A pesquisa do The Lancet é uma prova adicional da enorme importância deste programa.

Os autores propõem diversas maneiras pelas quais a comunidade mundial pode ampliar o apoio aos serviços destinados ao desenvolvimento na primeira infância:

• Incentivar a adoção e aplicação de políticas sobre a criação de ambientes acolhedores para que as famílias possam proporcionar uma atenção amorosa a crianças pequenas.
• Desenvolver a capacidade e fortalecer a coordenação para promover o desenvolvimento na primeira infância por meio dos serviços existentes de saúde, nutrição, educação e os serviços sociais e de proteção infantil. 
• Fortalecer a medição e assegurar a responsabilização pelos serviços dedicados ao desenvolvimento da criança na primeira infância.
• Promover pesquisas e encorajar a liderança e a participação mundial e regional.
• Expandir a vontade política e o financiamento por meio da promoção dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS).

O The Lancet destaca a importância de se reforçar o compromisso mundial com o desenvolvimento da primeira infância, para que as crianças e as comunidades prosperem.

Confira a série em inglês: www.thelancet.com/series/ECD2016