Nesta segunda-feira (29 de fevereiro), uma nova orientação do Ministério da Saúde chegou a todos os estados brasileiros. Trata-se de uma mudança no critério que define quais bebês têm suspeita de microcefalia, a partir da medição do crânio. O parâmetro adotado agora, para bebês nascidos no tempo esperado, é baseado na recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Antes da atualização, o Brasil considerava microcéfalos bebês com até 32 cm de circunferência de cabeça. As novas medidas consideradas são: crânios de até 31,9 cm para meninos e de até 31,5 cm para meninas.
O ajuste na medição também resulta de uma discussão levantada por alguns pesquisadores, incluindo o brasileiro Dr. Cesar Victora, professor da Universidade Federal de Pelotas e parceiro da Pastoral da Criança. Há pouco mais de duas semanas, em artigo publicado na revista científica Lancet, ele alertou que o critério que estava em vigor até então acabava englobando mais crianças do que seria necessário, com possibilidade de sobrecarga aos serviços de saúde e ainda mais preocupação para os pais. Esta mudança no parâmetro adotado agora representa um avanço neste aspecto.
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Rede Sarah atende bebês com microcefalia
As famílias que tiverem bebês com microcefalia podem procurar o acompanhamento especializado da Rede Sarah, para o processo de reabilitação – que tem a finalidade de promover a estimulação precoce, para melhorar o desenvolvimento do sistema nervoso destas crianças diagnosticadas com a alteração neurológica. E, ainda, dar suporte aos familiares. Para ter acesso a esse atendimento, é preciso fazer o cadastro pelo site (www.sarah.br/consultas/microcefalia). O serviço é gratuito, porém não inclui as despesas com deslocamento e hospedagem de pacientes e acompanhantes.
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A Rede SARAH de Hospitais de Reabilitação é mantida pela Associação das Pioneiras Sociais (APS), órgão instituído pela Lei nº 8.246/91. Hoje é constituída por nove unidades, localizadas em diversas capitais brasileiras (Brasília, Salvador, São Luís, Belo Horizonte, Fortaleza, Rio de Janeiro, Macapá e Belém), que realizam mais de 19 milhões de procedimentos por ano.
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