Foto: Gabor Bibor
Muitos pensam que para frear o aumento de casos de dengue, chikungunya e zika o foco deve ser acabar com os criadouros do mosquito Aedes Aegypti. Certamente que as medidas de busca e eliminação dos criadouros e do mosquito são importantes. Os gestores públicos estão fazendo seus esforços para isso, através das visitas de agentes de saúde em casas e áreas de maior incidência de casos. Contudo, o foco principal deve ser a prevenção, através de uma mobilização total das famílias e comunidades comprometidas com as ações diárias que ajudam a evitar essas doenças, tais como: coleta adequada do lixo, eliminação de depósitos de água parada, remoção de entulhos, etc. Essas três doenças, também chamadas de “doenças primas”, têm diferenças entre si e a população deve ficar atenta às medidas preventivas e também colaborar no empenho coletivo para erradicá-las.
A assistente técnica da coordenação nacional da Pastoral da Criança, Thereza Kaiser Baptista, dá orientações sobre como lidar com essas doenças e ter atitudes preventivas.
Programa de rádio Viva a Vida
1257 - 02/11/2015 - Dengue, Chikungunya e Zika
Esta entrevista é parte do Programa de Rádio Viva a Vida da Pastoral da Criança.
Ouça o programa de 15 minutos na íntegra
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Em relação aos sintomas, quais são as principais diferenças entre a dengue, a chikungunya e a zika?
A dengue é, sem dúvida, a doença mais grave quando comparada à chikungunya e à zika. Ela causa febre, dores no corpo, dores de cabeça, dores nos olhos, falta de ar, mancha na pele e indisposição. Em casos mais graves, a dengue pode provocar hemorragias que, por sua vez, podem ocasionar a morte. A chikungunya também causa febre e dores no corpo, mas as dores concentram-se, principalmente, nas articulações, nas juntas. Alguns sintomas da chikungunya duram em torno de duas semanas. Todavia, as dores articulares podem permanecer por vários meses e até dois anos. Por fim, temos a febre zika, que é a doença que apresenta os sintomas mais leves. Pacientes com essa enfermidade apresentam febre mais baixa que a da dengue e a da chikungunya, manchas na pele, olhos avermelhados e coceira. Em virtude desses sintomas, muitas vezes a doença é confundida com alergia.
Quais são as orientações para quem desconfia que foi picado pelo mosquito Aedes Aegypti?
Em primeiro lugar: não se medicar. Assim que os primeiros sintomas aparecerem, ou você desconfiar que está com dengue ou com outra dessas “doenças-primas” - a chikungunya ou a zika - procure atendimento médico no Posto de Saúde, para diagnosticar o problema e iniciar o tratamento o quanto antes. O exame mais utilizado é o de sangue. No entanto, em muitos casos, o médico pode fazer o diagnóstico da doença apenas através da observação dos sintomas e a avaliação da história do paciente.
Foto: Marcello Caldin
Thereza Kaiser Batista - Assistente técnica da coordenação nacional da Pastoral da Criança.
O que favorece a reprodução tão rápida desse mosquito que provoca todas essas epidemias?
Água parada favorece a reprodução. Na época do verão, essa estação do ano reúne dois fatores favoráveis que ajudam na reprodução da Aedes Aegypti: altas temperaturas e umidade. O cuidado deve ser redobrado nessa época. Isso não quer dizer que, no restante do ano, a gente não deva tomar os mesmos cuidados.
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O mais importante: quais são as medidas de prevenção e controle?
A única forma de evitar essas três doenças - a dengue, a chikungunya e a zika - é o combate ao mosquito, através da eliminação dos criadouros dos mosquitos em casa, no trabalho e na área pública.
Leia a entrevista na íntegra: 1257 - Entrevista com Thereza Kaiser - Dengue, Chikungunya e Zika (.PDF)