Foto: Arquivo/Marcelo Camargo/Agência Brasil
O apoio às pessoas que vivem com HIV, a lembrança de quem perdeu a vida por causa da Aids e a importância da prevenção à doença são celebrados todos os anos no dia 1º de dezembro, o Dia Mundial de Luta Contra a Aids.
Em 2024, o tema é ‘Sigamos o caminho dos direitos’, fazendo alusão à necessidade de garantir o acesso a consultas, medicamentos, exames e atendimento humanizado no sistema público de saúde, além da constante luta contra o preconceito.
A Pastoral da Criança orienta as famílias e especialmente as gestantes sobre a importância de fazer os exames e dos cuidados necessários para evitar a transmissão vertical, ou seja, da mãe para o bebê.
“As ações na comunidade devem incluir orientações, rodas de conversa e a sensibilização contra o preconceito que, infelizmente, ainda continua sendo uma barreira na luta contra esta doença”, explica a coordenadora nacional da Pastoral da Criança, Maria Inês Monteiro Freitas.
Hoje, existem protocolos que garantem a mulheres com HIV a possibilidade de engravidar e até de realizar o parto normal, desde que sejam tomadas as devidas precauções, como explicaremos a seguir, na entrevista desta semana, com a chefe da Divisão de Doenças Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis da Secretaria de Estado da Saúde do Paraná, Mara Franzoloso.
Por outro lado, o aleitamento materno deve ser evitado nos casos de mães com HIV. Embora alguns países estudem protocolos para liberação, relacionados à baixa carga viral, no Brasil a orientação do Ministério da Saúde e da Sociedade Brasileira de Pediatria é o uso de fórmula láctea, para impedir a transmissão à criança.
“Precisamos ajudar a garantir vida plena para todos e a informação correta e o atendimento de qualidade podem ajudar a salvar muitas vidas. Juntos, podemos construir uma sociedade mais justa e inclusiva”, finaliza Maria Inês.
Mara Franzoloso, Chefe da Divisão de Doenças Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis da SESA - Secretaria de Estado da Saúde do Paraná..
ENTREVISTA COM: Mara Franzoloso, Chefe da Divisão de Doenças Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis da SESA - Secretaria de Estado da Saúde do Paraná.
Mara, a mulher com HIV pode engravidar?
A mulher com HIV pode engravidar em gestações planejadas, com intervenções realizadas adequadamente, durante o pré-natal, parto e amamentação. O risco da transmissão vertical do HIV é determinado por fatores como a carga viral e o uso da terapia antirretroviral (Tarv). A mulher deve estar em uso de Tarv com boa adesão e apresentar carga viral indetectável por no mínimo seis meses.
O parto normal, Mara, é possível para uma mulher com HIV?
O parto via vaginal é possível para uma mulher vivendo com HIV, desde que algumas regras estabelecidas nos protocolos sejam cumpridas. A melhor recomendação conforme os protocolos para ela ter um parto normal é quando a gestante estiver com a carga viral indetectável na 34ª semana.
Mara, a mãe com HIV pode amamentar o bebê, Mara?
Nossos protocolos orientam que a gestante com HIV não deve amamentar a sua criança. Para isso, existe a fórmula láctea de substituição do leite materno por até seis meses da criança. Também existe o medicamento cabergolina, que inibe a lactação e pode ser realizado imediatamente após o parto.
Programa de rádio Viva a Vida 1731 - 25/11/2024 – Dia Mundial de Luta contra a Aids
Esta entrevista é parte do Programa de Rádio Viva a Vida da Pastoral da Criança.
Ouça o programa de 15 minutos na íntegra
Leia a entrevista na íntegra
1731 - 25/11/2024 – Dia Mundial de Luta contra a Aids
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“Peçamos a graça de sair para anunciar o evangelho, porque é mais fácil ficar em casa com uma só ovelha, penteá-la, acariciá-la. Mas o Senhor quer que todos nós sejamos pastores e não penteadores de ovelhas”.