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Foto: Acervo da Pastoral da Criança

Segundo o Ministério da Saúde, entre os anos de 2015 a 2019, foram diagnosticados no Brasil 137.385 casos novos de hanseníase. Destes, 75.987 ocorreram no sexo masculino, o que corresponde a 55,3% do total. Nas regiões observa-se que sul e sudeste apresentam maiores proporções de casos novos na população branca, 69,9% e 42,1%’’. A hanseníase é uma doença muito fácil de curar hoje em dia, pois existem medicamentos gratuitos para o tratamento. Mas lembre-se: todos os medicamentos devem ser tomados conforme a prescrição médica. A Pastoral da Criança visita mensalmente as famílias, por isso é importante saber reconhecer os sinais da doença para encaminhar os doentes ao posto de saúde. Além disso, recomenda-se continuar com o acompanhamento para saber se as pessoas estão seguindo o tratamento adequado. Para falar mais sobre este assunto, convidamos a médica dermatologista, fundadora e hansenologista do Instituto Aliança contra Hanseníase, em Curitiba, Paraná, Dra. Laila de Languiche.

joareis fernandes de azevedo

Dra. Laila de Languiche, médica dermatologista, fundadora e hansenologista do Instituto Aliança contra Hanseníase, em Curitiba, estado do Paraná.

ENTREVISTA COM: Dra. Laila de Languiche, médica dermatologista, fundadora e hansenologista do Instituto Aliança contra Hanseníase, em Curitiba, estado do Paraná.

Como a pessoa pode desconfiar que tem hanseníase?

Alguns sintomas podem evidenciar ou alertar a pessoa que pode ser que tenha hanseníase. Inicialmente, durante algumas semanas, ou alguns meses o paciente pode sentir câimbras, formigamentos, mão fraca, pode deixar cair objetos, os pés também, às vezes, podem ficar fracos, pode perder chinelo. Alguns pacientes já podem apresentar algumas manchas na pele avermelhadas, esbranquiçadas ou amarronzadas. Regiões onde a gente tem perda de sensibilidade térmica. Por exemplo, a pessoa se queima e não sente dor. Isso tudo são indícios de hanseníase.

E como tratar a hanseníase?

O tratamento da hanseníase é feito gratuitamente pelo SUS através de um conjunto de 3 antibióticos que se chama poliquimioterapia. É distribuído nos Postos de Saúde gratuitamente mediante a notificação do caso e o acompanhamento. O tratamento pode durar de 6 meses a 1 ano, às vezes, até mais dependendo do caso, dependendo da indicação do médico que faz o tratamento.

Viva a VidaPrograma de rádio Viva a Vida 1584 - 31/01/2022 - Dia Nacional de Combate e Prevenção da Hanseníase

Esta entrevista é parte do Programa de Rádio Viva a Vida da Pastoral da Criança.
Ouça o programa de 15 minutos na íntegra

Que consequências a pandemia da Covid-19 trouxe em relação aos aspectos de prevenção, diagnóstico e tratamento da hanseníase?

A pandemia causou um subdiagnóstico de hanseníase no Brasil e no mundo. Nós tivemos somente 40% dos casos que deveriam ser diagnosticados em 2020 que efetivamente foram diagnosticados. Nós temos cerca de 30 mil novos casos no Brasil todos os anos. E a pandemia, porque os pacientes não procuraram os Serviços de Saúde, porque os Serviços de Saúde estavam sobrecarregados, pois só atendiam urgências e emergências muitas vezes relacionadas à Covid, teve um represamento dos pacientes que têm outros problemas de saúde. Houve realmente um represamento de todo o Sistema de Saúde. E houve uma consequência direta na hansenologia dos casos que não foram diagnosticados durante a pandemia.

O que acontece se a pessoa abandona o tratamento?

Abandonar o tratamento é a gente dar a oportunidade para a doença se agravar e, às vezes, até desenvolver uma resistência medicamentosa e ter que fazer um segundo tratamento, um terceiro tratamento com medicações ainda mais, digamos, prolongadas ou mais fortes.

Leia a entrevista na íntegra: 1584 - 31/01/2022 - Dia Nacional de Combate e Prevenção da Hanseníase

 

 

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“Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades”.

Esta doença, infelizmente, atinge especialmente os pobres e os mais necessitados. São barreiras persistentes, mas a Pastoral da Criança está sempre agindo com foco e trabalho constante de conscientização, orientação quanto aos seus direitos e sendo também um ambiente acolhedor promovendo o bem-estar.

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“Sei que posso contar com a sua colaboração para isso, pois tenho certeza que o amor, que tudo pode, e que você traz dentro de seu coração, por obra e graça de Deus, vai ajudar você a colaborar na transformação da vida de tanta gente”.

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