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Foto: Ariene Rodrigues

“Ser pai, para mim, significa uma bênção grandiosa de Deus, por ter confiado a mim, que sou tão pequeno, esses seres humanos lindos. Nossos filhos, que através da sua simplicidade, desse rosto angelical, nos revelam o rosto de Deus e refletem seu imenso amor por cada um de nós. Sou grato a Deus por me ter concedido a graça de ser pai”. A fala é de Maicon Duarte Brilhante, que aparece na foto junto com a esposa e os filhos.

Na casa de Maicon, a divisão de tarefas entre o casal é uma realidade. “Sempre procuro participar no que for possível, tanto nos afazeres domésticos, quanto fora, levar e buscar nosso filho na creche, à unidade de saúde, ensinar os bons costumes, a rezar, a compartilhar com os outros o que temos, participar da celebração da santa missa e outros eventos”, conta. Ele mora com a esposa, Socorro Sarges Ferreira, em Breves, na Ilha do Marajó, estado do Pará. Juntos, cuidam de dois filhos: Mayckson Ryan, de três anos, e Maryam Letícia, nos primeiros meses de vida. “Constantemente, estamos aprendendo uma coisa nova um com o outro, compartilhamos nossas experiências, tanto é que sempre eu a consulto quando tenho dúvida em algo, assim vamos crescendo juntos. Eu acredito que a união nos afazeres nos torna mais felizes”, afirma o pai da família, que também considera que o exemplo deles representa um grande aprendizado e pode inspirar mais pessoas na comunidade.

Dra. Zilda

“O pai também exerce papel importante para que a criança seja criada num ambiente de amor e fraternidade; precisamos escutá-lo e motivá-lo a abraçar essa sua missão”.

Papa Francisco

“Quando experimentamos o amor misericordioso do Pai, nos tornamos mais capazes de dividir esta alegria com os outros”.

Maicon e Socorro participam ativamente das atividades na Paróquia de São José e Santa Terezinha do Menino Jesus. Ele faz parte da Pastoral da Criança há cinco anos, como apoio. Ela, que já exerceu as funções de coordenadora de comunidade e de paróquia, agora atua como coordenadora de área da microrregião de Breves. E esse envolvimento todo não é de hoje.“Minha família participa do que for necessário no voluntariado, meus sobrinhos, irmãos, mãe. Sou feliz por fazer parte da Pastoral da Criança, uma vez que sou fruto da mesma, pois 23 anos atrás eu também fui acompanhado”, conta Maicon, que atualmente também colabora com a divulgação das ações dos líderes, criando artes gráficas, áudios, vídeos e conteúdos para o Facebook. E a chance de seus filhos também crescerem com essa consciência social é grande.

O que significa ser um pai ativo

Esse equilíbrio da casa de Maicon tem a ver com uma visão mais moderna da paternidade, que considera que o pai ativo não está apenas ajudando, está simplesmente sendo pai, exercendo seu papel fundamental.

Apesar desta visão moderna ainda não estar presente em todas as casas, aos poucos a percepção das famílias está mudando, mesmo entre aqueles casais que não vivem mais juntos, mas continuam unidos na criação dos filhos. No Chile, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e uma instituição que reúne mais de 50 creches, elaboraram um material para incentivar os pais a ajudarem no combate da visão ultrapassada de que apenas a mãe é responsável pelo cuidado com a criança. Segundo o “Guia de paternidade ativa para pais”, o aprendizado vem da prática. É normal existirem dúvidas e preocupações sobre como ser pai, mas é preciso confiar em si mesmo e nas observações pessoais que cada pai tem da convivência com o filho.

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De acordo com a publicação, ser um pai ativo significa: ter uma relação afetuosa e incondicional com seu filho; manter uma relação que vá além do provimento financeiro; participar dos cuidados diários e da criação do seu filho, dando comida, ajudando-o a se vestir, colocando-o para dormir e ensinando-o; promover um vínculo carinhoso, de apego mútuo e de proximidade emocional com seu filho; compartilhar com a mãe as tarefas de cuidados com o filho e com a casa; estar envolvido em todos os momentos do desenvolvimento do seu filho (gravidez, nascimento, primeira infância, infância e adolescência); e incentivar o desenvolvimento do filho (lendo histórias, cantando ou colocando música, apoiando-o em trabalhos de casa e brincando com ele).

Para o pai que não pode estar presente em todos os momentos que gostaria, vale o esforço para se manter informado sobre tudo que está acontecendo na vida do filho. E valorizar todo o tempo que possuem juntos, com muito diálogo, abraços e beijos, afinal, carinho nunca é demais.